terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pesquisa científica: LHC é religado

Agência FAPESP – O maior experimento científico do mundo está de volta. Após uma pausa forçada de mais de um ano, o LHC (Large Hadron Collider, ou “grande colisor de hádrons”), maior acelerador de partículas do mundo, foi religado.

Na noite de sexta-feira (20/11), os cientistas envolvidos no projeto injetaram feixes de prótons nos dois sentidos do túnel circular de 27 quilômetros do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), instalado próximo a Genebra, na fronteira entre França e Suíça.

“Foi um momento muito emocionante que estávamos aguardando com grande expectativa”, disse Marco Aurelio Lisboa Leite, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, à Agência FAPESP. O cientista é responsável pela colaboração dos pesquisadores da USP no Atlas (A Toroidal LHC Apparatus), um dos principais experimentos do LHC.

Os feixes de partículas deram duas voltas no túnel em eventos chamados de “beam splash”. No teste, os feixes foram lançados contra um “colimador”, resultando em um grande número de partículas secundárias capazes de serem detectadas.

“É muito bom ver partículas novamente circulando pelo LHC. Ainda temos muito a fazer antes que a física possa começar, mas essa conquista mostra que estamos no caminho certo”, disse Rolf Heuer, diretor-geral do Cern.

Os cientistas esperam já para os próximos dias a primeira colisão entre partículas, que é justamente o propósito do LHC. Ou seja, lançar feixes de partículas em sentidos opostos em velocidade próxima à da luz para que se choquem.

O resultado, além de liberar uma enorme quantidade de energia, resultará na produção de grande quantidade de dados que poderão ajudar o homem a compreender a estrutura fundamental da matéria.

Após quase duas décadas de planejamento, o LHC foi ligado pela primeira vez em 10 de setembro de 2008, mas um grave problema em uma conexão elétrica levou a uma ruptura nove dias depois, em acidente que resultou na pausa de 14 meses.

“O LHC é uma máquina muito melhor compreendida hoje do que há um ano. Aprendemos a partir de nossa experiência e do desenvolvimento da tecnologia que permite que continuemos a caminhar. É assim que o progresso é feito”, disse Steve Myers, diretor de aceleradores do Cern.

Mais informações: http://public.web.cern.ch/public
 

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