segunda-feira, 24 de maio de 2010

O DESESPERO DE ARRUDA SERRA – O GOLPE BRANCO

Por Laerte Braga

O candidato José Arruda Serra tomou conhecimento dos resultados da pesquisa do DATA FOLHA logo ao término do trabalho de campo. Teve um acesso de fúria, entre outras coisas, pela constatação que seria impossível manipular mais que já estava manipulado o crescimento da candidatura de Dilma Roussef.

O jornal FOLHA DE SÃO PAULO, braço do tucanato, começa a preparar um golpe branco na tentativa de inibir a participação do presidente da República na campanha de Dilma Roussef, candidata do seu partido, o PT.

Vai, certamente, ser uma discussão que se estenderá a toda a grande mídia, venal e ligada ao complexo, digamos assim, que pretende eleger José Arruda Serra e recolocar o Brasil na condição de protagonista de segunda categoria, adereço, de uma ordem política, econômica e social injusta.

Por que o presidente Lula não pode participar da campanha de Dilma Roussef?

Quando a primeira-ministra da Inglaterra Margareth Teatcher esteve no Brasil, o então senador Antônio Carlos Magalhães relatou a ela que em nosso país havia necessidade de desincompatibilização de ocupantes de determinados cargos para que pudessem concorrer a outros.

A resposta de Teatcher, baluarte da extrema-direita, logo, dos similares de PSDB, DEM, PPS, etc, foi que isso era uma bobagem, pois a atividade política é essencialmente partidária e desde que a máquina do Estado não seja usada tudo bem.

O pulo do gato, ou um dos pulos, está aí. Máquina do Estado não é a figura do presidente da República, filiado a um partido, eleito por esse partido e num leque de alianças comuns a um programa de governo.

O mesmo jornal FOLHA DE SÃO PAULO, num cochilo, publicou semana passada, notícia denunciando o ex-governador José Arruda Serra de, fora do governo, estar usando a máquina governamental para sua campanha.

O que está em debate é exatamente se o eleitor brasileiro deseja a continuidade do governo Lula, como programa de ação, ou o retorno aos tempos neoliberais de FHC na pessoa de José Arruda Serra.

E os interesses de grandes grupos econômicos internacionais associados à elite podre FIESP/DASLU, associam-se à candidatura do tucano José Arruda Serra.

É lógico que Lula tem que participar desse debate. E mais que isso, é lícito, é saudável para o processo democrático.

FHC pagou uma dívida de 250 milhões de dólares em 2002, dívida da REDE GLOBO, fez aprovar a emenda que permitia a presença de capital estrangeiro em meios de comunicação (rádio e tevê) do capital estrangeiro, como pré-condição imposta pela GLOBO para apoiar Serra.

Do contrário a empresa, o grupo continuaria a alimentar a candidatura de Roseana Sarney, àquela altura já liderando as pesquisas de opinião pública, nas costumeiras montagens do antigo IBOPE, hoje GLOBOPE.

Inibir ou proibir a presença de Lula na campanha eleitoral é um golpe branco. Fere de morte o processo democrático.

José Arruda Serra resolveu correr outra vez atrás do ex-governador de Minas, Aécio Neves, para ser o seu vice, como solução para a indigência eleitoral que se começa a desenhar.

Se há dois meses atrás a candidatura de Aécio poderia vir a representar alguma coisa, em termos de acréscimo eleitoral a Arruda Serra, hoje não significa nada. Minas já percebeu que Arruda Serra é o anti-Brasil e especificamente o anti-Minas.

Não me consta que Aécio com seu capital político vá ser vítima de um golpe, um conto do vigário, pratique haraquiri, suicídio político, a não ser que tenha perdido a sabedoria que herdou do avô, Tancredo, ou esteja disposto a ouvir os mineiros, através do voto, transmitirem um recado tipo “Aecinho, nós gostamos muito de você, mas desculpe, detestamos o Arruda Serra”.

Ao declarar que “o primeiro compromisso é com Minas”, o ex-governador sabia e sabe que o primeiro compromisso dos mineiros também é com Minas. Simples entender isso. A mineirice percebe o espertalhão, caso de José Arruda Serra e a mineiridade entende a importância de Minas para o Brasil.

Se Aécio não entender isso, paciência, azar de Aécio. Minas e os mineiros já entenderam.

Arruda Serra é um descalabro em si, por si, no que representa e no que traz consigo.

No programa PAINEL, da GLOBONEWS, conduzido pelo jornalista norte-americano naturalizado brasileiro, ou vice versa William Waak, o ex-chanceler de FHC, Horácio Láfer, deu a dimensão do governo FHC e de um eventual (felizmente cada vez mais difícil) José Arruda Serra.

Perguntado sobre porque tirou os sapatos e submeteu-se a uma revista no aeroporto de New York sendo chanceler, ministro de um governo amigo, disse que preferiu cumprir a lei a “dar uma carteirada”. Ou seja, caiu de quatro ali e continua de quatro aqui e agora.

É o que essa gente quer para o Brasil.

Será que Láfer, tido e apontado como intelectual, não percebe ou não conhece que os representantes de governos estrangeiros que se dirigem aos EUA para participar de eventos nas Nações Unidas estão garantidos pelo direito internacional? Que lhes assegura imunidade? O presidente do Irã esteve lá agora, discursou na ONU e não retirou os sapatos.

O gesto de Láfer e agora sua resposta dão a dimensão do caráter dessa gente, da subserviência, da condição de meros agentes estrangeiros desejosos de transformar o Brasil, hoje potência mundial e com um presidente reconhecido por unanimidade até por seus adversários como um dos maiores líderes contemporâneos, em colônia. Em adereço.

O desespero de Arruda Serra é o desespero da mediocridade, da corrupção, a proposta levantada pelo jornal FOLHA DE SÃO PAULO é típica de um jornal que mentiu no caso do currículo de Dilma, omite a denúncia contra o currículo de Arruda Serra, chama a ditadura militar (emprestou seus caminhões para a desova de cadáveres de presos políticos assassinados nos porões da tortura) de ditabranda e reflete a venalidade dessa mídia comprometida com interesses que não são os do Brasil e dos brasileiros.

Que tal por exemplo, já que gostam disso, investigar a saída de José Arruda Serra do estádio nacional de Santiago do Chile, preso que foi no dia do golpe contra Allende? Por que milhares foram executados, inclusive estrangeiros, brasileiros também entre eles, e Arruda Serra, num passe de mágica foi solto?

Vão chegar à conclusão que o embaixador dos EUA, por instâncias de FHC e do embaixador brasileiro (da ditadura militar) fizeram saber aos golpistas que “O Serra é um dos nossos, tem que soltá-lo, está disfarçado de esquerda”.

A falta de dignidade nessa gente é total. Absoluta.

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