terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Leandro Fortes: Presidente Dilma na cova dos leões

Matéria extraída do Blog Vi o Mundo
 

Dilma na cova dos leões


Por Leandro Fortes, no Brasília Eu Vi

Na íntegra do discurso de Dilma Rousseff proferido na cerimônia de aniversário de 90 anos da Folha de S.Paulo, disponibilizado na internet pela página do Portal UOL, lê-se, não sem certo espanto: “Estou aqui representando a Presidência da República. Estou aqui como presidente da República”. Das duas uma: ou Dilma abriu mão, em um discurso oficial, de sua batalha pessoal para ser chamada de “presidenta”, ou, mais grave, a transcrição de seu discurso foi alterada para se enquadrar aos ditames do anfitrião, que a chama ostensivamente de “presidente”, muito mais por birra do que por purismo gramatical.

Caso tenha, de fato, por conta própria, aberto mão do título de “presidenta” que, até então, lhe parecia tão caro, este terá sido, contudo, o menor dos pecados de Dilma Rousseff no regabofe de 90 anos da Folha.

Explica-se: é a mesma Folha que estampou uma ficha falsa da atual presidenta em sua primeira página, dando início a uma campanha oficial que pretendia estigmatizá-la, às vésperas da campanha eleitoral de 2010, como terrorista, assaltante de banco e assassina. A ela e a seus companheiros de luta, alguns mortos no combate à ditadura.

Ditadura, aliás, chamada de “ditabranda”, pela mesma Folha.

Esta mesma Folha que, ainda na campanha de 2010, escalou um colunista para, imbuído de sutileza cavalar, chamá-la, e à atual senadora Marta Suplicy, de vadia e vagabunda.

Essa mesma Folha, ora homenageada com a presença de Dilma Rousseff.

Digo o menor dos pecados porque o maior, o mais grave, o inaceitável, não foi o de submeter a Presidência da República a um duvidoso rito de diplomacia de uma malfadada estratégia de realpolitik. O pecado capital de Dilma foi ter, quase que de maneira singela, corroborado com a falsa retórica da velha mídia sobre liberdade de imprensa e de expressão. Em noite de gala da rua Barão de Limeira, a presidenta usou como seu o discurso distorcido sobre dois temas distintos transformados, deliberadamente, em um só para, justamente, não ser uma coisa nem outra. Uma manipulação conceitual bolada como estratégia de defesa e ataque prévios à possível disposição do governo em rever as leis e normas que transformaram o Brasil num país dominado por barões de mídia dispostos, quando necessário, a apelar para o golpismo editorial puro e simples.

[Clique aqui para relembrar o dia em que um colunista da Folha sugeriu que Dilma era "vagabunda" e "vadia"]

A liberdade de expressão que garantiu o surgimento de uma blogosfera crítica e atuante durante a guerra eleitoral de 2010 nada tem a ver com aquela outra, defendida pela Associação Nacional dos Jornais, comandada por uma executiva da Folha de S.Paulo. São posições, na verdade, antagônicas. A Dilma, é bom lembrar, a Folha jamais pediu desculpas (nem a seus próprios leitores, diga-se de passagem) por ter ostentado uma ficha falsa fabricada por sites de extrema-direita e vendida, nas bancas, como produto oficial do DOPS. Jamais.

Ao comparecer ao aniversário da Folha, a quem, imagina-se, deve ter processado por conta da ficha falsa, Dilma se fez acompanhar de um séquito no qual se incluiu o ministro da Justiça. Fez, assim, uma concessão que está no cerne das muitas desgraças recentes da história política brasileira, baseada na arte de beijar a mão do algoz na esperança, tão vã como previsível, de que esta não irá outra vez se levantar contra ela. Ledo engano. Estão a preparar-lhe uma outra surra, desta feita, e sempre por ironia, com o chicote da liberdade de imprensa, de expressão, cada vez mais a tomar do patriotismo o status de último refúgio dos canalhas.

Dilma foi torturada em um cárcere da ditadura, esta mesma, dita branda, que usufruiu de veículos da Folha para transporte e remoção de prisioneiros políticos – acusação feita pela jornalista Beatriz Kushnir no livro “Cães de guarda” (Editora Boitempo), nunca refutada pelos donos do jornal.

A presidenta conhece a verdadeira natureza dos agressores. Deveria saber, portanto, da proverbial inutilidade de se colocar civilizadamente entre eles.

[Clique aqui para ler o editorial em que Octavio Frias de Oliveira elogia o governo Medici, que torturou, matou e sumiu com brasileiros]


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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Desigualdade social e renda injusta

Frei Betto

Escritor e assessor de movimentos sociais



Entre os 15 países mais desiguais do mundo, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Atenção: não confundir desigualdade com pobreza. Desigualdade resulta da distribuição desproporcional da renda entre a população.

O mais desigual é a Bolívia, seguida de Camarões, Madagascar, África do Sul, Haiti, Tailândia, Brasil (7º lugar), Equador, Uganda, Colômbia, Paraguai, Honduras, Panamá, Chile e Guatemala.

A ONU reconhece que, nos últimos anos, houve redução da desigualdade no Brasil. Em nosso continente, os países com menos desigualdade social são Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai.

Na América Latina, a renda é demasiadamente concentrada em mãos de uma minoria da população, os mais ricos. São apontadas como principais causas a falta de acesso da população a serviços básicos, como transporte e saúde; os salários baixos; a estrutura fiscal injusta (os mais pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos que os mais ricos); e a precariedade do sistema educacional.

No Brasil, o nível de escolaridade dos pais influencia em 55% o nível educacional a ser atingido pelos filhos. Numa casa sem livros, por exemplo, o hábito de leitura dos filhos tende a ser inferior ao da família que possui biblioteca.

Na América Latina, a desigualdade é agravada pelas discriminações racial e sexual. Mulheres negras e indígenas são, em geral, mais pobres. O número de pessoas obrigadas a sobreviver com menos de um dólar por dia é duas vezes maior entre a população indígena e negra, comparada à branca. E as mulheres recebem menor salário que os homens ao desempenhar o mesmo tipo de trabalho, além de trabalharem mais horas e se dedicarem mais à economia informal.

Graças à ascensão de governos democráticos-populares, nos últimos anos o gasto público com políticas sociais atingiu, em geral, 5% do PIB dos 18 países do continente. De 2001 a 2007, o gasto social por habitante aumentou 30%.

Hoje, no Brasil, 20% da rendas das famílias provêm de programas de transferência de renda do poder público, como aposentadorias, Bolsa Família e assistência social. Segundo o IPEA, em 1988 essas transferências representavam 8,1% da renda familiar per capita. De lá para cá, graças aos programas sociais do governo, 21,8 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema.

Essa política de transferência de renda tem compensado as perdas sofridas pela população nas décadas de 1980-1990, quando os salários foram deteriorados pela inflação e o desemprego. Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam recursos governamentais. Em 2008, o índice subiu para 58,3%.

A transferência de recursos do governo à população não ocorre apenas nos estados mais pobres. O Rio de Janeiro ocupa o quarto lugar entre os beneficiários (25,5% das famílias), antecedido por Piauí (31,2%), Paraíba (27,5%) e Pernambuco (25,7%). Isso se explica pelo fato de o estado fluminense abrigar um grande número de idosos, superior à media nacional, e que dependem de aposentadorias pagas pelos cofres públicos.

Hoje, em todo o Brasil, 82 milhões de pessoas recebem aposentadorias do poder público. Aparentemente, o Brasil é verdadeira mãe para os aposentados. Só na aparência. A Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE demonstra que, para os servidores públicos mais ricos (com renda mensal familiar superior a R$ 10.375), as aposentadorias representam 9% dos ganhos mensais. Para as famílias mais pobres, com renda de até R$ 830, o peso de aposentadorias e pensões da previdência pública é de apenas 0,9%.

No caso do INSS, as aposentadorias e pensões representam 15,5% dos rendimentos totais de famílias que recebem, por mês, até R$ 830. Três vezes mais que o grupo dos mais ricos (ganhos acima de R$ 10.375), cuja participação é de 5%.

O vilão do sistema previdenciário brasileiro encontra-se no que é pago a servidores públicos, em especial do Judiciário, do Legislativo e das Forças Armadas, cujos militares de alta patente ainda gozam do absurdo privilégio de poder transferir, como herança, o benefício a filhas solteiras.

Para Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, no Brasil "o Estado joga dinheiro pelo helicóptero. Mas na hora de abrir as portas para os pobres, joga moedas. Na hora de abrir as portas para os ricos, joga notas de cem reais. É quase uma bolsa para as classes A e B, que têm 18,9% de suas rendas vindo das aposentadorias. O pobre que precisa é que deveria receber mais do governo. Pelo atual sistema previdenciário, replicamos a desigualdade.”

A esperança é que a presidente Dilma Rousseff promova reformas estruturais, incluída a da Previdência, desonerando 80% da população (os mais pobres) e onerando os 20% mais ricos, que concentram em suas mãos cerca de 65% da riqueza nacional.

Fonte:  Adital

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

O que falar de Dilma?

Marcos Coimbra

É engraçado ler nossa “grande imprensa” nos dias que passam. Seus colunistas e comentaristas vivem momentos difíceis, dos quais tentam escapar com saídas cômicas.

A raiz de seus problemas é que não sabem como lidar com Dilma Rousseff. Talvez achassem que seu governo seria óbvio. Que ela seria uma personagem que conseguiriam explicar com meia dúzia de ideias prontas.

Imaginavam, talvez, que o compromisso que ela assumiu com a continuidade do trabalho de Lula faria com que ficasse de mãos atadas. E, quando ela confirmou vários ministros e auxiliares do ex-presidente na sua equipe, devem ter tido certeza de que suas expectativas se confirmariam.

Achavam que Dilma seria uma cópia carbono de Lula. Piorada, naturalmente, pois sem sua facilidade de comunicação e carisma. Estava pronta a interpretação do novo governo: na melhor das hipóteses, uma repetição sem brilho das coisas que conhecíamos.

Para quem, como nossos bravos homens e mulheres da “grande imprensa”, achou que o governo Lula havia sido uma tragédia, o de Dilma seria uma farsa. Como dizia o velho Karl Marx, quando a história se repete, é isso que acontece.
Dá-se o caso que, neste início de governo, Dilma os surpreendeu. Exatamente naquilo que menos esperavam: está fazendo, desde o primeiro momento, o governo dela.

Não há sinal mais evidente que a mudança que experimentou a parcela do ministério que manteve. Ficaram parecidos com os novos. São ministros dela e não ex-ministros de Lula.

Na verdade, esse é apenas um sintoma de que, em pouco mais de um mês, o governo Lula virou passado. Algo que era difícil antever aí está. Em grande parte, porque Dilma ocupou seu lugar, deixando claro que não é igual ao antecessor.

A “grande imprensa” brasileira estava preparada para essa hipótese, mesmo que a achasse improvável. Era o cenário da crise entre criador e criatura, tão frequente na política, que vem na hora em que o “poste” se rebela contra quem lhe deu vida. Não era pequena a torcida em favor desse desfecho: Dilma desentendendo-se com Lula, este aborrecido, ela enciumada, ele se sentindo traído, ela sozinha no Planalto.

Não é isso o que está ocorrendo. Lula não parece achar errado que Dilma tenha se sentado na cadeira que ele ocupou por oito anos e começado a governar desde o primeiro dia.

A frustração de perceber que quase nada do que imaginava está se verificando tem levado a “grande imprensa” a atitudes patéticas. Não há maior que a recusa em aceitar a decisão de Dilma de ser tratada como presidenta.

A insistência dos “grandes veículos”em só designá-la como presidente é pueril. Na língua portuguesa, as duas palavras existem, o que faz com que qualquer uma possa ser empregada. Se Dilma escolheu uma, que argumento justificaria negar-lhe o direito de usá-la?

É provável que os historiadores do futuro achem graça da implicância de nossos “grandes jornais”. Seu consolo acabou sendo pequeno: o que lhes resta é pirraçar, bater pé e chamá-la “presidente”. Um dia, quem sabe, farão como os jornalões argentinos, que acabaram respeitando a mesma opção de Cristina Kirchner (os jornais chilenos, mais educados, nunca recusaram a prerrogativa a Michelle Bachelet).

Nesta semana, nossos vibrantes “grandes jornais” passaram a achar ruim que Dilma houvesse feito uma foto colorida para acrescentar à galeria dos presidentes da República. Queriam que fosse em branco e preto, talvez por picuinha. Sugeriram que ela quer “aparecer demais”.

E assim vamos. Pelo que parece, a “grande imprensa” vai passar 4 anos se remoendo.

Carta Capital n˚ 634

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A REFORMA POLÍTICA

Laerte Braga

O pós Lula promete surpresas maiores que as já vividas nesses primeiros momentos do governo de Dilma. Por exemplo. A presidente é Serra ou Neves? Roussef não é mais. Pode ser Jobim. É um dos principais sócios do condomínio que controla o Planalto (os outros dois principais são Palloci e Manteca).

O presidente do Senado Federal, José Sarney, uma versão brasileira de Sílvio Berlusconi, no mínimo proibido para menores de 80 anos, anuncia que a comissão especial que vai cuidar de estudar, debater e propor um projeto de reforma política terá a presença de dois ex-presidentes. Collor de Mello e Itamar Franco.

Corremos o sério risco de voltar às capitanias hereditárias. Donatários dos estados transformados em província.

A tal brabeza da presidente é para inglês ver. A música que Jobim toca, soa aos seus ouvidos como sinfonia de Beethowen. Nada a ver com o compositor, mas com o ministro da Defesa (só não se sabe da Defesa de quem, do Brasil não é).

Reformar o que?

Como estão fazendo no Egito, um jogo de cena de generais para manter tudo como ao tempo do ditador Mubarak?

O vazio que se segue ao governo Lula pode ser medido nos oito anos de um presidente carismático, mas de uma quase completa e total desmobilização do movimento popular e aparelhamento da maioria do movimento sindical. Aquele agregado ao PT, versão vermelha do PSDB amarelo e azul.

No fundo a forma de capitular é a mesma, os donos do Brasil permanecem intocados e qualquer reforma, até porque a expressão é insuficiente para as demandas históricas do País, vai terminar no umbigo do deputado ou senador de olho nas próximas eleições.

Mudar sem mudar.

O mundo contemporâneo exige que se tenha uma visão para além daquilo que o ex-deputado José Bonifácio (“seja mais Andrada e menos Zezinho), o que dá na mesma). O ex-fac totum da ditadura militar costumava dizer que a realidade política está na base eleitoral do político, no caso o município.

Essa visão de um dos principais políticos do Brasil à época valeu-lhe uma cáustica crítica de Carlos Castello Branco no extinto JORNAL DO BRASIL. O jornalista reduziu-o à sua dimensão real de político de tricas e futricas.

Reformar o que?

À época da ditadura, preocupados com o impacto do preço do cafezinho na população e a perspectiva que um aumento maior viesse a causar fortes críticas ao regime militar, os comandantes do Brasil criaram um órgão para definir desde o custo do cafezinho às tarifas de transportes coletivos urbanos. O Conselho Interministerial de Preços.

A centralização levada ao seu ponto máximo. Prefeitos e governadores eram acessórios da ordem vigente. As tarifas de transportes coletivos urbanos, até então, eram objeto de proposta das prefeituras e amplo debate nas câmaras municipais, lógico, com intensa participação popular. Veio a constituição de 1988 e o máximo que se obteve é que os prefeitos detêm a palavra final. Uma espécie de estímulo à corrupção.

A representação popular – em tese, câmaras municipais são uma espécie de apêndice, ninguém sabe que função cumpre no corpo humano, absolutamente desnecessário, até porque costuma provocar dores absurdas e em crise de apendicite é possível que atinjam níveis de gravidade capaz de matar – continua sem presença nesse debate.

É só uma pequena mostra.

Não existe reforma política dentro de um modelo institucional que preserva intactos feudos e guetos da ditadura militar, numa constituição que se originou de um Congresso Nacional Constituinte tutelado pelos militares, com o país sob a presidência de José Sarney (que comprou o mandato de cinco anos).

Há um clube de amigos e inimigos cordiais onde mesmo nos momentos de tapas e arranhões, tudo acaba em beijos e abraços, a despeito das exceções. Existem sim é preciso que se diga.

Os dois principais projetos que beneficiam o latifúndio no Brasil – e conseqüentemente empresas estrangeiras, o controle da produção de alimentos em nosso País – são oriundos de parlamentares de partidos que dizem ser de esquerda. O relator do Código Florestal é do PC do B (Aldo Rebelo) e o que introduz a semente “terminator”, aquela que germina só uma vez, cria o monopólio da MONSANTO, é do deputado Cândido Vaccarezza, líder do PT.

E haja veneno em nossas mesas, tudo com a chancela do progresso.

O dilema do Brasil, que se sobrepõe às tais reformas é amadurecer ou não amadurecer. É o entendimento do governo dos EUA. Está nos telegramas enviados pelo embaixador daquele país (conglomerado terrorista) a Washington e na opinião do presidente branco engraxado com graxa preta Barack Obama.

Amadurecer significa comprar aviões da BOEING, como significou a privatização de setores estratégicos da economia nacional (VALE, EMBRAER, setor de energia elétrica, etc). O não amadurecer e sair do berço esplêndido e afirmar-se como protagonista de sua própria história, rejeitar o status de vice-reino ou colônia.

Perceber a real dimensão do Brasil e da América Latina num mundo globalizado.

A receita para sair desse dilema implica em participação popular e eleição através de voto distrital, ou sistema misto, lista aberta, ou lista fechada, nada disso vai mudar essa estrutura sem que decidamos se somos “maduros” ou “imaturos”.

É o contrário. A reforma política pode parecer um daqueles produtos ditos BRASTEMP, que você imagina que funciona e nem estão aí para isso, exceto se você colocar a boca no trombone como fez um cidadão paulista.

Se olharmos bem para o que acontece no País, na América Latina e no mundo pós União Soviética, vamos perceber que houve a entronização de um novo deus, o deus mercado, o culto às bolsas de valores.

A palavra progresso tomou o sentido de destruição ambiental, importante são os lucros, os ganhos.

Há uma diferença entre um trabalhador usar uma calça jeans Pierre Cardin e Eike Batista também. O trabalhador vai se matar no crediário para parecer Eike Batista, ou seja, a sociedade onde todos podem usar Pierre Cardin e Eike vai comprar dez com o produto do esforço desse trabalhador.

Como acreditar em reforma política sem participação popular? Precede a qualquer projeto.

Somos um país, como muitos, onde a mídia cumpre o papel de alienar, desinformar, servir a interesses dos grupos dominantes e países outros.

A grande preocupação da maior rede de comunicações do Brasil, o grupo GLOBO, é saber se vai rolar sexo ou não na casa do BBB-11. E rolar sexo é fundamental para a audiência do programa.

Nos últimos dias o diretor do bordel e o apresentador, Boninho e Pedro Bial, têm se esforçado ao máximo para que isso aconteça e salve a pátria amada.

Qualquer erro, ou efeito contrário a culpa é do Irã.

Há poucos dias uma denúncia de funcionários da ABIN – AGÊNCIA BRASILEIRA  E INFORMAÇÕES – afirmou que A ABIN funciona nos mesmos moldes do famigerado e incompetente SNI – SERVIÇO NACIONAL DE INFORMAÇÕES –.

O Brasil de hoje é controlado pelos mesmos grupos que controlavam o Brasil de ontem, o da ditadura militar. Banqueiros, grandes empresários e latifundiários. A maior parte dos proprietários de grandes extensões de terra nas regiões Norte e Centro-Oeste, ou foi aquinhoada pela ditadura militar, ou grilou as terras nas certidões falsificadas em cartórios de registro, outro dos serviços públicos postos em mãos de quadrilheiros. Ou alguém acredita que cartórios sejam templos de oração, do bem, como se costuma dizer hoje?

O governo Lula foi um hiato nesse processo. Os oito anos do ex-presidente foram marcados por tentativas várias de desacreditá-lo, desmoralizá-lo, isso com todas os exercícios de equilibrismo de Lula para sobreviver e conquistar alguns avanços que assustam e arrepiam os donos, a despeito das concessões.

Mas Lula é uma exceção, como eu disse, um hiato. Terminou e agora?

Dilma é a regra geral. Já está no balaio da visão estreita e privilegiada do grupo de amigos e inimigos cordiais. Não há governo em lugar nenhum do mundo que possa pretender o mínimo de respeito com um ministro chamado Moreira Franco. É bem mais que escárnio, é um desrespeito aos brasileiros.


O PT é um PSDB ou vice versa em que o que varia é apenas a cor das bandeiras, nada mais. A prática no todo é a mesma.


E no meio disso tudo o PMDB, um conglomerado onde sobrevivem meia dúzia de
figuras históricas e decentes e latifúndios em torno de interesses lesivos ao Brasil e aos brasileiros.


Essa história de reforma política soa como pintar a casa quando o problema é
resolver as infiltrações que corroem as paredes e as estruturas.

Qualquer reforma passa por ampla participação popular. Por discussão do modelo político, da estrutura do Judiciário por exemplo (o acordo com o Banco Mundial é indecoroso), das políticas públicas de saúde, educação, de revisão do processo de privatizações, de transparência no setor estatal. De fim de elefantes brancos como os tribunais de contas. Estou citando aqui e ali, quando o problema é de estrutura. É de base.

Não há reforma que conserte, apenas perpetua o poder das elites. E chega a ser piada de mau gosto Itamar Franco e Collor de Mello na comissão especial que vai discutir e propor a tal reforma.

Não importa que o governo Dilma Neves, ou Dilma Serra (está mais para Neves) tenha pouco mais de um mês, quase dois. Importa que a cara do governo já está visível a olho nu em qualquer canto.

Não tem nada a ver com avanços políticos, econômicos e sociais. Entrou de sola no clube dos amigos e inimigos cordiais, diploma de sócio benemérito e vai ser assim até o fim.

Vão dizer que os programas sociais serão mantidos? Mas é o óbvio. O que no governo Lula foi uma tentativa de permitir ascensão social a trabalhadores, inclusão a excluídos, no governo Dilma sim, é assistencialismo demagógico, começa a tomar esse viés para que permaneça intacta a caixa de privilégios das classes dominantes.

O papel dos movimentos populares, dos partidos de esquerda (PT e PC do B não têm nada a ver com isso, esquerda, é preciso que se diga) e do sindicalismo vivo, atuante, livre do peleguismo oficial, é o da luta popular.

Esse negócio de reforma política é que nem a cenoura que colocam à frente do burro e que ele nunca vai alcançar, pois vai sempre carregar o fardo imposto pelos que têm o chicote.

É o tal ser maduro (aceitar as regras dos donos, o clássico faremos tudo que meu mestre mandar) ou ser imaturo, transformar o grito de Independência ou Morte em realidade.

Exagero? Que diferença existe entre morto no duro e morto/vivo, Zumbi?

Será que brasileiros com essa mídia “saudável” que temos conhecem a realidade dos que trabalham nas plantações do latifúndio? Nas grandes usinas que produzem açúcar e álcool? Nas mineradoras padrão VALE?

Têm noção exata da devastação ambiental? Ou alguém acha que a tragédia da região Serrana no Rio de Janeiro foi obra de Deus, da natureza?

O governo do município onde resido, Juiz de Fora, MG, um pilantra sem nenhum escrúpulo, anuncia hoje na mídia que conseguiu reduzir os custos com a folha de pagamento. Por acaso o anúncio foi seguido dos salários pagos aos médicos e professores da rede pública? Aos servidores de um modo geral? Ou a fraudes e propinas nos contratos de terceirização que, não passam de forma de trabalho escravo? À qualidade dos serviços públicos dever do Estado, direito do cidadão?

Ou ao estado vergonhoso da saúde, da educação, dos transportes, da cidade como um todo?

O cretino, corrupto, ainda chama isso de “NOVA JUIZ DE FORA”. Quer construir um pórtico à entrada e saída da cidade para saudar os visitantes.

É caso puro e simples de cadeia. Mas é o retrato do modelo. Que reforma vai resolver isso?

Itamar? Sarney? Collor de Mello?

Tem quem goste de ser enganado e ache que isso é democracia ou governo do povo para chover no molhado.

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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mostrando aquilo que a TV não mostra

Matando a saudade com um vídeo de um ex-presidente que realmente mudou este país.

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Carta Maior: É preciso respeitar a decisão do povo de cada país

Em entrevista exclusiva à Carta Maior, o embaixador Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, analisa os recentes acontecimentos no Oriente Médio e norte da África e suas possíveis repercussões. O ex-chanceler chama a atenção para o fato de que as revoltas populares ocorrem em países considerados “amigos do Ocidente” que não eram alvo de nenhum tipo de crítica ou sanção. “Há algumas lições a serem tiradas destes episódios. A primeira delas é que é preciso respeitar os movimentos internos e não querer impor mudanças a partir de fora”, diz Amorim, defendendo a postura adotada pela diplomacia brasileira nos últimos anos.

Marco Aurélio Weissheimer

- “Há algumas semanas, se fosse realizada uma consulta entre especialistas em política internacional pedindo que apontassem dez países que poderiam viver proximamente uma situação de conflito político-social, duvido que algum deles apontasse a Tunísia”.

O embaixador Celso Amorim, ministro de Relações Exteriores do Brasil por mais de oito anos (dois mandatos do governo Lula e mais um período no governo Itamar Franco), iniciou a conversa telefônica, direto da embaixada do Brasil em Paris, chamando a atenção para a complexidade e o dinamismo do cenário internacional e para o baixo nível de conhecimento que se tem sobre a situação de muitos países. Em entrevista exclusiva à Carta Maior, concedida no início da tarde desta sexta-feira, Celso Amorim analisa os recentes acontecimentos no Oriente Médio e no norte da África e suas possíveis repercussões. Como que para ilustrar o dinamismo mencionado por Amorim, quando a entrevista chegou ao fim, Hosni Mubarak não era mais o presidente do Egito.

Na entrevista, o ex-chanceler brasileiro chama a atenção para o fato de que as revoltas populares que o mundo assiste agora, especialmente na Tunísia e no Egito, acontecem em países considerados “amigos do Ocidente” que não eram alvo de nenhum tipo de sanção por parte da comunidade internacional. “Isso mostra que a posição daqueles que defendem sanções contra o Irã é equivocada”, avalia. Amorim acredita que uma mudança política no Egito terá impacto em toda a região, cuja extensão ainda é difícil de prever. E defende a política adotada pelo Brasil nos últimos anos apostando na capacidade de diálogo do país, reconhecida e requisitada internacionalmente.

CARTA MAIOR: Qual sua avaliação sobre a rebelião popular no Egito e seus possíveis desdobramentos políticos e geopolíticos na região?

CELSO AMORIM: Uma primeira característica que considero importante destacar é que os protestos que estamos vendo agora são movimentos endógenos. É claro que eles se valem de novas tecnologias e de alguns valores modernos, mas são motivados pela situação interna destes países. O Egito e a Tunísia, cabe assinalar também, não estavam sob sanções por parte do Ocidente. Isso mostra que a posição daqueles que defendem sanções contra o Irã é equivocada. Sanções só reforçam internamente um regime. Uma das expectativas das sanções contra o Irã era atingir a Guarda Revolucionária. Na verdade, só atingem o povo. O Iraque foi submetido a sanções durante anos e Saddam só ficava mais forte. Não havia, repito, sanções contra a Tunísia e o Egito, países considerados amigos do Ocidente e aliados inclusive na guerra contra o terrorismo, implementada pelos Estados Unidos.

Acredito que uma mudança política no Egito terá certamente um impacto em toda região, podendo inclusive provocar uma mudança de relacionamento com países como Israel e Síria. Mas isso dependerá da evolução dos acontecimentos.

CARTA MAIOR: A sucessão de acontecimentos semelhantes em países do Oriente Médio e do Norte da África já pode ser considerada como uma onda capaz de expandir para outros países também?

CELSO AMORIM: Potencialmente, sim. Mas é difícil prever. Depende dos desdobramentos do Egito. Não há dúvida que Mubarak sairá [enquanto concedia a entrevista, a renúncia do ditador egípcio foi confirmada]. A questão é saber como ele sairá. Certamente haverá uma mudança no regime político do Egípcio. Não sabemos ainda em que intensidade. Mas é importante ter em mente que as duas forças organizadas no país são as forças armadas e a Irmandade Islâmica. A Irmandade Islâmica não é nenhum bicho papão. Cabe lembrar que muita gente tem citado a Turquia (que tem um partido islâmico no poder) como um modelo de caminho possível para o Egito.

A influência dos acontecimentos no Egito deve se manifestar em ritmos e intensidades diferentes, dependendo da realidade de cada país. Como a Tunísia nos mostrou, é preciso esperar o inesperado.

CARTA MAIOR: A diplomacia ocidental foi pega de surpresa por esses episódios?

CELSO AMORIM: Certamente que sim. O próprio presidente Obama admitiu isso ao falar dos relatórios dos serviços de inteligência dos Estados Unidos. Ninguém estava esperando o que aconteceu na Tunísia que acabou servindo de estopim para outros países como Yemen e Egito. Nos mais de oito anos que trabalhei como chanceler nunca ouvi uma palavra de crítica sobre a Tunísia. E alguns conceitos fracassaram. Entre eles o de que se o país é pró-ocidental é necessariamente bom. Os Estados Unidos seguem poderosos no cenário internacional, mas frequentemente superestimam essa influência.

Há algumas lições a serem tiradas destes episódios. A primeira delas é que é preciso respeitar os movimentos internos e não querer impor mudanças a partir de fora. As revoltas que vemos agora (na Tunísia e no Egito) iniciaram dentro destes países contra governos pró-ocidentais e não nasceram com características antiocidentais ou anti-imperialistas.

CARTA MAIOR: O Oriente Médio é hoje uma das regiões mais conflituosas do planeta. Os levantes populares que estamos vendo podem ajudar a melhorar esse quadro?

CELSO AMORIM: Creio que teremos agora um quadro mais próximo da realidade. Há uma certa leitura simplificada do Oriente Médio que não leva em conta o que o povo desta região pensa. Não é possível ignorar a existência de organizações como a Irmandade Islâmica ou o Hamas. Se ignoramos fica muito difícil traçar uma estratégia que leve a uma paz estável.

CARTA MAIOR: O jornalista israelense Gideon Levy escreveu ontem no Haaretz dizendo que o Oriente Médio não precisa de estabilidade, referindo-se de modo à crítica à suposta estabilidade atual, que seria, na verdade, sinônimo de pobreza, desigualdade e injustiça. Qual sua opinião sobre essa avaliação?

CELSO AMORIM: De fato, a desigualdade social é uma das causas muito fortes dos problemas que temos nesta região. É um fermento muito grande para revoltas. A verdadeira estabilidade não se resume a ter um determinado governante no poder. Não basta ter eleição. É preciso aceitar o resultado da eleição. Estamos falando de uma região muito complexa, com sentimentos anticoloniais muito fortes. Esse quadro exige uma flexibilidade muito grande e capacidade de diálogo com diferentes interlocutores.

CARTA MAIOR: Qual sua análise sobre a evolução dos acontecimentos no Oriente Médio à luz da política externa praticada durante sua gestão no Itamaraty?

CELSO AMORIM: Como referi antes, nós procuramos manter uma relação ampla com diferentes interlocutores. As críticas que sofremos vieram mais da mídia brasileira do que de outros países. Nossa política em relação ao Irã, por exemplo, não foi para mudar esse país. O objetivo era contribuir para a paz, tentando encontrar uma solução para a questão nuclear. Quem mudou de ideia no meio do caminho foram os Estados Unidos. O próprio El Baradei (ex-diretor geral da Agência de Energia Atômica), que agora voltou a cena no Egito, chegou a dizer, comentando a Declaração de Teerã, que quem estava contra ela é porque, no fundo, não aceitava o sim como resposta.

Acredito que nós precisamos de países com capacidade de ver o mundo com uma visão menos maniqueísta. Agora, todo mundo está chamando Mubarak e Ben Ali de ditadores. Até bem pouco tempo não assim. A maioria da imprensa internacional não os chamava de ditadores. O importante é saber respeitar a vontade e a decisão do povo de cada país. O Brasil tem essa capacidade reconhecida mundialmente. Várias vezes fomos requisitados para ajudar na interlocução entre países. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por exemplo, nos pediu para ajudar a retomar o diálogo com a Síria. O Brasil tem essa capacidade de diálogo que não demoniza o outro. Essa é a pior coisa que pode acontecer na relação entre os países: demonizar o outro. Não se pode, repito, ignorar a presença da Irmandade Islâmica ou do Hamas. Podemos não gostar destas organizações. Isso é outra coisa. Mas estamos que estar prontos para conversar.

Espero que o Brasil faça jus às expectativas que existem sobre ele, sobre sua capacidade de diálogo e interlocução. Não se trata de mania de grandeza. Nós temos essa capacidade de diálogo e ela é requisitada. Seguramente o Brasil tem a possibilidade, e eu diria mesmo a necessidade, de ter essa participação e ajudar a construir a paz. Até porque esses fatos nos afetam diretamente. Basta ver o preço do petróleo que está aí aumentando em função dos conflitos.

Agência Carta Maior

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

MEU GOVERNO É DE COMBATE À POBREZA!!

A presidenta Dilma Rousseff, em pronunciamento de cerca de seis minutos em rede nacional de emissoras de rádio e televisão, destacou que “a luta mais obstinada do meu governo será o combate à miséria”. Tendo como tema central a educação, a presidenta Dilma lembrou, no início do pronunciamento, o período de volta às aulas vivido no Brasil. Partindo deste ponto, a presidenta frisou que estava diante da sociedade “para reafirmar o meu compromisso com a melhoria da educação e convocar todos os brasileiros e brasileiras para lutarmos juntos por uma educação de qualidade”.

“Vivemos um momento especial de nossa história. O Brasil se eleva, com vigor, a um novo patamar de nação. Temos, portanto, as condições e uma imensa necessidade de darmos um grande salto na qualidade do nosso ensino. Um desafio que só será vencido se governo e sociedade se unirem de fato nesta luta, com toda a força, coragem e convicção.”

E, para isso, segundo afirmou, “nenhuma área pode unir melhor a sociedade que a Educação”. “Nenhuma ferramenta é mais decisiva do que ela para superarmos a pobreza e a miséria. Nenhum espaço pode realizar melhor o presente e projetar com mais esperança o futuro do que uma sala de aula bem equipada, onde professores possam ensinar bem, e alunos possam aprender cada vez melhor. É neste caminho que temos que seguir avançando com passos largos”, disse no pronunciamento.

A presidenta explicou também que o momento é para se “investir ainda mais na formação e remuneração de professores, de ampliar o número de creches e pré-escolas em todo o país, de criar condições de estudo e permanência na escola, para superar a evasão e a repetência”. E continuou: “E, muito especialmente, acabar com essa trágica ilusão de ver aluno passar de ano sem aprender quase nada.”

No pronunciamento, a presidenta destacou o caminho que o governo pretende trilhar como a oferta de mais escolas técnicas, de ampliar os cursos profissionalizantes, de melhorar o ensino médio, as universidades e aprimorar os centros científicos e tecnológicos de nível superior.

“É hora de acelerar a inclusão digital, pois a juventude brasileira precisa incorporar, ainda mais rapidamente, os novos modos de pensar, informar e produzir que hoje se espalham por todo o Planeta. Em suma, esta é a grande hora da Educação brasileira. Isso só será possível se cada pai, cada aluno, cada professor, cada prefeito, cada governador, cada empresário, cada trabalhador tomar para si a tarefa de acompanhar, discutir, cobrar, propor e construir novos caminhos para a nossa Educação. Como presidenta, como mãe e avó, darei tudo de mim para liderar esse grande movimento.”

Dilma Rousseff anunciou que ainda neste trimestre será lançado o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica, o Pronatec, que, entre outras vantagens, levará ao ensino técnico a bem-sucedida experiência do ProUni. Estamos também acelerando, segundo afirmou, a implantação do Plano Nacional de Banda Larga, não só para que todas as escolas públicas tenham acesso à internet como, também, para que, no médio e longo prazos, a população pobre possa ter internet em sua casa ou no seu pequeno negócio a preço compatível com sua renda.

Ao mesmo tempo, conforme explicou, o governo está tomando medidas para corrigir e evitar falhas no Enem e no Sisu. Ela disse que “é fundamental aperfeiçoar e aumentar a credibilidade destes instrumentos, que são muito importantes na avaliação do aluno e da escola e, portanto, na melhoria da qualidade do ensino”.

Ao concluir o pronunciamento, a presidenta explicou a “que a luta mais obstinada do meu governo será o combate à miséria”. Isso significa, pontuou, fortalecer a economia, ampliar o emprego e aperfeiçoar as políticas sociais. Isso significa, em especial, melhorar a qualidade do ensino, pois ninguém sai da pobreza se não tiver acesso a uma educação gratuita, contínua e de qualidade. Nenhum país, igualmente, poderá se desenvolver sem educar bem os seus jovens e capacitá-los plenamente para o emprego e para as novas necessidades criadas pela sociedade do conhecimento.

Ela explicou também o novo slogan de seu governo: “País rico é país sem pobreza. Este será o lema de arrancada do meu governo. Ele está aí para alertar permanentemente a nós, do governo, e a todos os setores da sociedade, que só realizaremos o destino de grandeza do Brasil quando acabarmos com a miséria.”

“Sem dúvida, essa é uma tarefa para toda uma geração. Mas nós temos determinação para realizar a parte importante que falta, para que a única fome neste país seja a fome do saber, a fome de grandeza, a fome de solidariedade e de igualdade. E para que todos os brasileiros possam fazer da educação a grande ferramenta de construção do seu sonho. Muito obrigada e boa noite.”

Fonte:Blog do Planalto

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Carta Maior: Lula diz que expansão agrícola é chave para desenvolvimento da África


Bastante aplaudido por brasileiros em debate no FSM, Lula defendeu a criação do Estado Palestino, apoiou a revolta popular no Egito, criticou os países ricos e afirmou que as savanas africanas, como o cerrado brasileiro, poderiam dar suporte ao avanço da agricultura e da segurança alimentar.

Marcel Gomes

Dacar, Senegal – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (7) que as nações africanas deveriam apostar no desenvolvimento agrícola como forma de garantir soberania alimentar e gerar riquezas por meio da exportação dos produtos.

Em sua primeira viagem internacional após deixar a presidência do Brasil, Lula veio ao Senegal para participar do Fórum Social Mundial em uma mesa de debates sobre "A África na geopolítica mundial", na qual falou ao lado do presidente senegalês, Abdoulaye Wade.

Ao longo de sua exposição, bastante aplaudida por dezenas de ativistas brasileiros, Lula defendeu a criação de um Estado Palestino, apoiou a revolta popular no Egito, criticou as potências econômicas e o neoliberalismo e exaltou os resultados de seus governos (2003-2010), sobretudo no que diz respeito ao combate à miséria.

Após voltar ao Brasil, o ex-mandatário brasileiro fará outra viagem internacional neste mês: a convite, visitará o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que enfrentará eleições em 2012.

Em sua fala no Fórum, Lula afirmou que as nações africanas precisam cortar os laços de dependência que ainda mantêm com as ex-metrópoles. Para isso, a questão alimentar seria essencial. "Não há soberania efetiva sem segurança alimentar", disse. Para o ex-presidente, a experiência brasileira na área agrícola, ainda que não seja possível a "transposição de modelos", revela que é viável a expansão da produção de alimentos em terras pouco valorizadas.

"Até os anos 70 o cerrado brasileiro era considerado um deserto verde, sem condições de sustentar uma agricultura produtiva", lembrou Lula. Mas, graças à atuação do Estado no fomento à pesquisa, essas regiões "tornaram-se grandes fornecedoras de alimentos para o mundo e viabilizou-se a política de erradicação da fome em nosso país".

Para ele, as savanas africanas poderiam repetir a história do cerrado no continente. Segundo Lula, as savanas se espalham por mais de 25 países da África e, com investimento em pesquisa, seria possível desenvolver seu potencial agrícola.

Hoje, apenas 10% da área das savanas possuem cultivos agrícolas. Na opinião do brasileiro, a elevação desse índice ajudaria a reduzir o drama da fome no continente, que poderia se tornar um grande fornecedor de alimentos no mundo. "Se o território dos países ricos está escasso para produzir alimentos, se há mais africanos, chineses, indianos, coreanos e latinos comendo, onde há terra para produzir alimento?", questionou, para em seguida responder: "A África e a América Latina podem e devem suprir os alimentos que são um produto essencial para a vida humana".

Lula criticou ainda os subsídios agrícolas dos países ricos e a atual escalada de preços das commodities no mundo, afirmando que a culpa é da especulação. "Não há nenhuma explicação para o preço do petróleo superar 100 dólares", disse.

Em ataque direto à ciranda financeira, o ex-mandatário lembrou que, apesar de sempre faltarem recursos para programas de erradicação da fome, sobraram fundos para "resgatar bancos e instituições financeiras na recente crise financeira internacional".

Para o brasileiro, os países africanos precisam alterar os modelos de cooperação internacional vigentes e não mais aceitar a imposição de modelos externos.

Revoltas populares

O ex-presidente brasileiro registrou pleno apoio às revoltas populares que ocorrem no Norte da África e no Oriente Médio – segundo ele, causadas pela pobreza, pela dominação de tiranos e pela submissão das políticas internas à agenda das grandes potências. E avaliou que a criação de uma cultura de paz – um dos temas históricos do Fórum Social Mundial – não dependeria apenas do fim do comércio de armas, mas sobretudo do combate à fome, à desigualdade e ao desemprego.

Além de criticar a intolerância étnica, cultural e religiosa, Lula mais uma vez atacou o modus operandi dos países ricos, em especial a política da guerra preventiva dos Estados Unidos. Disse que, sem ingerências externas, a África teria mais chances de acelerar seu desenvolvimento econômico e social. "Nos 29 países que visitei como presidente, comprovei a vitalidade deste continente que aqui reafirma sua diversidade ética e cultural", disse.

Para ele, a inclusão econômica de milhões de africanos pode ser uma estratégia para superação mais rápida da crise financeira internacional – assim como a expansão do mercado interno brasileiro evitou a intensificação dos problemas no país.

Ao terminar sua fala, Lula afirmou que o impasse em 2008 sobre as negociações comerciais de Doha, conduzidas pela Organização Mundial do Comércio, não foi resolvido até hoje por obra dos Estados Unidos, que se viam em eleições internas. Lula defendeu o engajamento dos ativistas nesse processo de negociações, bastante contestado por organizações que discutem o tema agrícola no Fórum Social Mundial.


Fonte: Agência Carta Maior

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O VÍRUS LATINO-AMERICANO SE ESPALHA

Por Gilberto de Azevedo

Washington nem suspeitou da terrível praga que estava a caminho sendo transmitido pela blogosfera:

O vírus latino-americanoBYE-BYE DITADURAS E NEOLIBERALISMO ARROGANTE, CAOLHO E MÍOPEcontaminou o Oriente Médio.


Primeiro a Tunísia.

Agora o Egito.

Depois o Iêmen e possivelmente a Jordânia.

Logo mais será a Casa de Saud (não surpreende que culpem os egípcios pelos “tumultos”).

Mas este terremoto político do norte da África, na Tunísia, também colheu a faísca dos movimentos de massa na Europa em 2010 – Grécia, Itália, França, Reino Unido.

Fúria, fúria contra a repressão política, contras as ditaduras, contra a brutalidade das Polícias, contra os preços da comida, contra a inflação, contra empregos miseráveis, contra o desemprego em massa.

Em breve virá a EMANCIPAÇÃO HUMANA e um mundo onde ninguém estará com olhos vendados ou com olhos doentes pela ilusão, em breve virá a emancipação do homem das amarras do fetichismo e do determinismo imposto pela economia de mercado.

Como justificar que durante mais de 30 anos, os Estados Unidos, que se intitulam de arautos dos direitos humanos tenham apoiado um regime despótico (Egito), com eleições de fachada, assassinato de opositores, censura rígida e plutocracia ?

Só mesmo inventando que, se não fosse isso, teríamos que engolir o fundamentalismo islâmico!

O que se ouve na Tunísia e no Egito são palavras de ordem pedindo democracia, fim do arbítrio, comida, emprego e liberdade!

Não existe regime que agrida mais os diretos das minorias que a Arábia Saudita, uma espécie de bomba de gasolina dos Estados Unidos.

Vamos ver como o PiG (local e internacional) se comportará quando o melhor amigo dos americanos, o rei Abdullah, da Arábia Saudita, se vir cercado no Palácio por mulheres em rebelião...

O vírus LATINOAMERICANO vai se expandir levado pelos ventos dos anseios de liberdade e com o apoio da blogosfera!


Fonte: Blog Pernambucano Falando para e com o Mundo

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Nassif: A banda larga e o acordo Brasil-Argentina

Do Brasilianas.org

Brasil e Argentina traçam planos para massificar a banda larga


Por Wilian Miron

Da Agência Dinheiro Vivo

Brasil e Argentina pretendem fundir seus projetos de massificação da internet de alta velocidade e, para isto, firmaram ontem um acordo de cooperação bilateral que prevê investimentos conjuntos e incentivos para a fabricação de equipamentos.

Pelos termos firmados entre os dois países, está prevista a criação de um conselho, integrado pelo Ministério das Comunicações brasileiro e pelo Ministério do Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços e pela Comissão de Planejamento e Coordenação Estratégica do Plano Nacional de Telecomunicações Argentina Conectada, do lado argentino.

Abaixo os principais pontos do acordo:

Interconexão – trocar experiências com planos de fibra ótica a cargo dos operadores nacionais de ambos os países com incumbência de desenvolver redes estatais; incorporar aos projetos regionais de integração física entre os dois países a implantação de dutos para a passagem de cabos e fibra ótica; coordenar esforços no projeto de transposição de cabo óptico do Oceano Atlântico; implementar Ponto de Troca de Tráfego na região da fronteira até 2013.

Regulação – trocar informações em matéria de legislação, normas jurídicas e técnicas sobre espectro e padronização das comunicações nos dois países.

- Política Industrial – estabelecer associação estratégica na produção de equipamentos e trocar informações sobre programas e políticas na área industrial que visem tornar acessíveis aos cidadãos brasileiros e argentinos equipamentos de acesso à internet. Envidar esforços no sentido de interconectar a ARSAT e a TELEBRÁS, as duas estatais argentina e brasileira.

- Inclusão Digital – intercambio de experiências exitosas na área de inclusão digital nos dois países.

- Conteúdos Digitais Interativos – trocar experiências de plataformas e ferramentas na área de tecnologia da informação, além de, entre outros, desenvolver a produção conjunta de conteúdos digitais e interativos; instalar centros de armazenamento e processamento de dados como forma de internalizar o tráfego de dados em seus territórios.

- Concertação Política – Participar de forma coordenada nos fóruns internacionais sobre sociedade da informação, em especial nos temas relativos à governança na internet.

- Pesquisa - buscar coordenação entre as instituições de capacitação na área de telecomunicações e interconectar as redes de pesquisa e desenvolvimento.

- Financiamento – trabalhar coordenadamente na definição de mecanismos de financiamento e acesso a crédito para projetos estratégicos na área, sejam públicos ou privados.

* Com informações do Ministério das Comunicações

Fonte: Blog Luís Nassif Online

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