terça-feira, 12 de outubro de 2010

Em Aparecida, grupo prega contra candidatos a favor do aborto

A menos de 20 dias do segundo turno, celebração da padroeira se mistura ao debate político

Os fiéis que chegam ao Santuário Nacional de Aparecida (SP), muitos deles após longa romaria, alguns de joelhos, recebem um folheto assinado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que orienta o eleitor a não votar em candidatos favoráveis à descriminalização do aborto, uma referência indireta à presidenciável petista, Dilma Rousseff, que esteve ontem na cidade. Nesta terça-feira, quando comemora-se o Dia de Nossa Senhora Aparecida em todo Brasil, o presidenciável tucano, José Serra, acompanhará a missa solene no Santuário Nacional.

Sem citar diretamente qualquer presidenciável, o folheto cita o artigo 5º da Constituição Federal, que defende a inviolabilidade da vida humana. "Nas próximas eleições, deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto", diz o documento. O texto é assinado por Dom Nelson Westrupp, Dom Benedito Beni dos Santos e Dom Airton José dos Santos, todos da Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul 1, ligado à CNBB.

No último dia 6 de outubro, a CNBB condenou o uso eleitoral da fé critã. Em nota, a Igreja afirma que grupos religiosos dentro da instituição têm "criado dificuldades para o voto livre e consciente". Segundo a entidade, esses grupos usam o nome da CNBB para induzir erroneamente os fiéis a acreditarem que a Igreja Católica impõe veto a qualquer candidato à Presidência. Segundo a nota, a Regional Sul 1 "constrange nossa consciência cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão".

Centro da polêmica que guia o segundo turno da eleição presidencial, a discussão sobre o aborto já esbarrou no passado tanto na petista Dilma Rousseff (PT) quanto no tucano José Serra (PSDB). Embora os dois lados tenham reforçado nos últimos dias o discurso religioso e as manifestações contrárias à legalização do procedimento, partidos ou governos integrados por eles já colocaram em pauta o abrandamento da lei que trata do tema.

Fonte: Último Segundo

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