quarta-feira, 1 de junho de 2011

Ministro da Educação defende livro que trata de erros de português

Fernando Haddad diz que exercícios buscam levar adulto da norma popular à culta

O Ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira,31, o livro didático de português Por uma Vida Melhor, indicado para escolas públicas, criticado por supostamente ensinar erros de gramática aos alunos.

Chamado para esclarecer o assunto na Comissão de Educação do Senado, Haddad se disse “assustado” com a discussão sobre o livro, dizendo que “a maioria ou a totalidade” dos críticos não havia lido o livro.
Ele sustentou que o material, destinado à alfabetização de adultos, teve aceitação “unânime” de “dezenas de especialistas, professores, ex-reitores e associações”.

- O livro parte de uma realidade comum aos adultos que voltam à escola e traz o adulto para a norma culta por meio de exercícios, nesse capítulo, que pede ao estudante que faça a tradução da linguagem popular para a norma culta. Todos os exercícios do livro têm essa direção.

O livro causou polêmica por defender frases com erro de concordância, como “nós pega o peixe”, em uma lição que apresentava a diferença da norma culta e a falada.

No texto, a autora da obra afirma que os alunos podem falar do “jeito errado”, mas devem dominar as regras da norma culta e ter atenção quanto ao seu uso.

- Você pode estar se perguntando: "Mas eu posso falar 'os livro?'. Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas.

Seleção

Antes, no início de sua fala, o ministro explicou como funciona o processo de escolha dos livros pelas escolas públicas. Em resumo, o ministério primeiro lança um edital, os autores apresentam livros, que são analisados sem identificação de autor ou editora. A análise é feita por 192 comissões em dez universidades públicas.
Os livros aprovados são oferecidos para as escolas, que podem escolher aqueles que preferirem na internet. O MEC entra para negociar a compra junto às editoras.

- Ninguém é obrigado a concordar com essa metodologia de seleção. Pode propor para mudar.
Ao final de sua fala, o ministro cometeu um deslize, justamente de concordância. Chegou a falar “os livro didático”, sem se corrigir depois.

Agência Brasil

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