segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Jornal inglês diz que Dilma será mulher 'mais poderosa do mundo'

O jornal 'The Independent' diz que Dilma Rousseff será mais poderosa que a chanceler alemã, Angela Merkel, e Hillary Clinton
O jornal britânico “The Independent” publicou nesta segunda-feira uma longa reportagem sobre as eleições presidenciais brasileiras e classificou a candidata do PT, Dilma Rousseff, como a “ex-guerrilheira que pode se tornar a mulher mais poderosa do mundo".

A reportagem lembra os anos de resistência de Dilma Rousseff contra a ditadura militar brasileira e diz que ela está muito perto de se tornar a primeira mulher a ser presidente do Brasil.

De acordo com o jornal, Dilma pode se tornar mais poderosa do que a chanceler alemã, Angela Merkel, e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em virtude da enorme prosperidade do Brasil e a descoberta de recentes riquezas. “A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e EUA podem apenas invejar”, diz a publicação.

O texto traça o perfil da ex-ministra da Casa Civil e lembra que, apesar da luta contra o regime militar, ela sonhava em ser bailarina ou trapezista. “Assim como o presidente Jose Mujica, do Uruguai, a senhora Rousseff não se constrange com o passado de guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e a temporada na prisão como prisioneira política”, escreve o correspondente Hugh O’Shaughnessy.

Segundo o jornalista, Dilma tem estado ao lado do presidente Lula "em suas principais conquistas", como a descoberta de petróleo na camada pré-sal e a redução dos índices de pobreza no país. O jornal, diz, porém, que o enorme potencial eleitoral de Dilma é respaldado pelo presidente Lula e pelo “enfadonho” adversário, José Serra.



Foto: Reprodução
Reprodução da matéria divulgada no site do jornal britânico "The Independent". A publicação destaca a possibilidade da vitória de Dilma Rousseff ainda no 1° turno.

A reportagem do “The Independent” fala sobre as denúncias que derrubaram a sucessora de Dilma na Casa Civil, a ex-ministra Erenice Guerra, mas diz que o escândalo “não parece ter abalado a sua popularidade”.

A reportagem conclui dizendo que Dilma deve convidar todos os líderes de esquerda da América Latina para sua posse, que será uma “celebração da decência política e do feminismo”.

Fonte: Último Segundo

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sábado, 25 de setembro de 2010

OS VÂNDALOS – JUIZ DE FORA NÃO É CURRAL DE ITAMAR

Por Laerte Braga

Aécio Neves, Antônio Anastasia (inventor do fator previdenciário), Itamar Franco e um monte de candidatos a deputado federal ou estadual, cabos eleitorais, puxa sacos (Marcelo Siqueira, ex-deputado de um mandato só comprado com dinheiro da COPASA), Suely Reis (operadora junto com Vitor Valverde do caixa dois da Prefeitura de Custódio Matos/Bejani – a quadrilha que governa a cidade), a fina flor da bandidagem tucano/DEM/PPS tomou a principal rua da cidade mineira de Juiz de Fora, sábado, dia 25, na tentativa desesperada de garantir por aqui votos capazes de manter intacto o esquema corrupto que governa Minas.

Uma criança de doze anos teve arrancada de suas mãos uma bandeira com o nome da candidata Dilma Roussef. De forma violenta e brutal.

São os democratas.

O ex-presidente Itamar Franco, patético e caquético em sua desesperada tentativa de chegar ao Senado, com aquela história que sou pobre, não tenho nada, imagina e trata a cidade mineira de Juiz de Fora (Zona da Mata, cerca de 700 mil habitantes, menos de 200 quilômetros do Rio, pouco mais de 200 quilômetros de BH) como seu curral eleitoral.

Não mete a mão no bolso de ninguém. Mas é só um projeto pessoal. Nada além disso. Toda a empáfia do topete, neste momento, é apenas uma tragi/cômica e desesperada tentativa de chegar ao Senado pelas mãos de Aécio Neves.

E cercado de... Putz! Como tinha bandido no evento. Vale o lugar comum, “se gritar pega ladrão não sobra um meu irmão”.

A forma autoritária, violenta (a bandeira arrancada) imobilizou a secretária Suely Reis, que chamada de ladra por pessoas revoltadas com o ato de um dos esbirros do atual governo da cidade (o prefeito é um pilantra, um milhão por mês de propina que divide com o anterior, Bejani). Sequer reagiu. Sabe que é.

Não se pode aceitar esse tipo de campanha, nada tem de democrática. E nem de cívica como gostam de dizer. Estava mais para rave diurno, festas regadas a droga e capitaneadas por um DJ pra lá de Bagdá.

Ao jogar sua história no lixo, foi um excelente prefeito, derrotou oligarquias, um presidente equilibrado num momento difícil, ao tentar voltar ao Senado engolindo todos os sapos possíveis, Itamar trata a cidade e os seus cidadãos como gado num festival de autoritarismo e pior, cercado de políticos da pior espécie.

Quando Benedito Valadares ameaçou ficar contra Getúlio o presidente disse ao seu interlocutor, o que fora levar-lhe a notícia. “Guampada de boi manso”.

Supunha-se que Itamar fosse um touro. É boi manso. Arrasta-se aos pés de Aécio e leva consigo estranhas figuras que nada têm a ver com o que ex-presidente busca aparentar ser.

Se aceita é cúmplice. Por omissão ou o que seja, mas é cúmplice.

Há um episódio que ilustra bem isso. A personalidade ou a falta de do ex-presidente.

Quando Tancredo candidatou-se a presidente da República, em 1984, Itamar, rompido com o então governador de Minas, disse que não iria dar-lhe apoio, pois seu compromisso era com as eleições diretas.

Aquele negócio de atirar no verde para chegar ao vermelho.

Começa a campanha (eleições indiretas) e num dado momento a vitória de Tancredo estava líquida e certa. Itamar procura Hélio Garcia, que havia assumido o governo de Minas com a saída de Tancredo e pede um encontro para anunciar que vai votar em Tancredo.

Tancredo o recebe, em menos de dois minutos, no aeroporto da Pampulha, aperta a mão de Itamar e diz-lhe o seguinte – “obrigado senador, mas o senhor me desculpe eu tenho um compromisso em Brasília”. Itamar engoliu o topete e pediu os sais.

Lambe os passos de Aécio nesse momento. Lambeu nos últimos oito anos.

Não é justo que Juiz de Fora seja tratada como curral eleitoral.

Que a democracia dessa gente arranque uma bandeira de outro candidato, no caso uma candidata, das mãos de uma criança.

É o Brasil que querem, que imaginam. Estão acostumados a isso. Agem como donos do eleitorado.

A cidade que já teve momentos históricos desde a campanha legalista de Rui Barbosa, viveu hoje um dia de “burgo podre” como dizia Tancredo Neves ao referir-se àqueles lugares controlados por coronéis.

No caso o coronel Itamar Franco.

E não pode ser outra coisa que não burgo podre uma cidade governada por Custódio Matos, operador de Eduardo Azeredo no mensalão. Parceiro de Bejani na grana da Queiroz Galvão.

Há quem diga que, no último minuto o ex-presidente vai anunciar apoio a Marina da Silva naquela característica hipócrita do falso moralismo.

Arruda Serra não veio. É que ontem foi à missa numa cidade do interior de São Paulo e revoltou os fiéis que criticaram o padre por ter se referido a ele como “futuro presidente”.

“Aqui não é lugar disso” disse uma senhora ao sair da igreja (portal IG).

Nem Juiz de Fora é curral de Itamar ou quem quer que seja.

Fonte: Grupo Cidadania Brasil

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Quem persegue a imprensa?

Eu tenho ouvido sem parar as acusações de que o atual governo “persegue” a imprensa.  E pior,  tramaria secretamente contra a liberdade de imprensa, aliado aos seus “blogueiros sujos”.  Chegando na reta final da campanha eleitoral, essa tem sido uma das cantilenas prediletas da errática campanha de Serra. Um disparate total e descabido! O presidente criticou a maneira como certas empresas de jornalísticas estão se comportando, promovendo denuncismos e defendendo posições sob o disfarce de informações.
Ora, ele disse a verdade, nada mais do que isso. Qualquer profissional de comunicação sabe disso.  Isso é perseguir a imprensa? Ora vamos, todos nós sabemos que onde a imprensa não é livre algumas dessas publicações teriam sido censuradas e talvez até perdessem suas concessões.  Então os veículos de massa tradicionais podem apontar, julgar, condenar e criticar, mas não estão preparados para receber críticas? E digo mais, críticas brandas. O empresário Fábio Baracat tem sistematicamente desmentido as denúncias que a Veja alega ter recebido dele. Não seria possível o veículo ser investigado por calúnia e até falsidade ideológica? Eu, humilde blogueira, se cometo um ato desses estaria a esta hora prestando contas à Justiça.
O que é a liberdade de imprensa? É a toda-poderosa mídia tradicional dizer o que quiser para muitos sem contestação? Sinto muito, os tempos mudaram.  E se eu, blogueira e jornalista, tiver uma visão diferente e apresentar, não terei direito a mesma liberdade? Ou serei taxada de “blogueira suja”? Creio então que acabo de me tornar uma. Mas não me importo.  Defender a liberdade inclui saber receber críticas e até ataques.
Uma última reflexão, mesmo sob constante ataque da mídia, tanto o presidente Lula quanto a candidata Dilma continuam aceitando falar com a mídia, sem cercear ninguém, respondendo a todos os assuntos que são apresentados. Nenhum dos blogs que difamam Dilma foi apontado ou perseguido, e eles existem.  Já Serra chama de” Sujos” os blogs que não lhe são favoráveis, é grosseiro e ameaça sair de uma entrevista quando contrariado com assuntos não ensaiados. Quem tem medo de liberdade de expressão e imprensa afinal?

Fonte: Blog Nau Capitania

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A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada


Centenas de pessoas lotaram auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo em ato contra golpismo midiático e em defesa da democracia e da liberdade de expressão. Manifesto afirma que, em nome da liberdade de imprensa, grande mídia comercial quer suprimir a liberdade de expressão. "A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada. É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa. Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo", diz o documento.
Centenas de pessoas participaram, ontem à noite (23), do ato contra o golpismo midiático e em defesa da democracia realizado no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. (Fotos de Conceição Oliveira). A manifestação, organizada pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, defendeu a mais ampla liberdade de expressão e criticou a postura da grande imprensa comercial brasileira que tenta transformar de forma falaciosa as críticas dirigidas a ela como um "ataque à democracia".

Ao final do encontro foi divulgado um manifesto à nação, que estará recebendo assinaturas de adesão nos próximos dias. Para assinar o manifesto:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7080

À NAÇÃO - Manifesto de artistas e intelectuais pela democracia e pelo povo

Em uma democracia nenhum poder é soberano.

Soberano é o povo.

É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27 Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e dois terços do Senado Federal.

Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por Dilma Rousseff.

Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República Sindicalista”, tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias.

O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como “ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas sociais.

Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.

O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece “sob nova direção”.

Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão.

A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.

É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa.

Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo.

Mesmo quando acusaram sem provas.

Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta.

Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.

A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos.

Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade.

Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante.

O Brasil passou por uma grande transformação.

Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa. E – o que é mais importante – fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.

Ninguém nos afastará desse caminho.

Viva o povo brasileiro. 

Fonte: Agência Carta Maior

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lula: "nove ou dez famílias" dominam a comunicação no Brasil




Para Lula, imprensa tem candidato e partido

ANTONIO PRADA
BOB FERNANDES
GILBERTO NASCIMENTO
Direto de Brasília
A três meses e meio do término de seu governo, o presidente Lula está certo da vitória de sua candidata à presidência da República, Dilma Rousseff, mas recomenda: "cautela". Numa conversa exclusiva de uma hora com o Terra no Palácio do Planalto, Lula, provocado, esmiúça o que pensa da mídia e sobre a mídia. Diz que, de alguma forma, o país tem, terá que discutir e legislar - no Congresso, ele ressalva - sobre o assunto. Para definir como percebe o olhar da chamada grande mídia, Lula resume:
-Eles têm preconceito, até ódio...
A ênfase, a contundência no julgamento e comentários quando o tema é este, mídia, são permeadas por gestos e palavras que mostram um presidente da República disposto e pronto para o próximo comício. Bem humorado, carregado de adrenalina. Antes do início da entrevista, Lula quer conversar, diluir ansiedades e tensões.
"Baby...", diz a um jornalista, "pô, que gravador é esse, não tinha um digital?", provoca outro. Segura a gravata de um terceiro, parece admirar o tecido, os desenhos, e opina:
-Mas essa gravata... esses desenhos parecem uma ameba!
O presidente da República faz as honras da casa, pede que se sirva um cafezinho, uma água antes de, atraído para o tema, partir para o ataque:
- Na campanha passada, os caras diziam porque o avião do Lula... porque o Aerolula... (Estavam) disseminando umas bobagens... vai despolitizando a sociedade. Agora, estão dizendo que a TV pública é a TV do Lula. Nunca disseram que a TV pública de São Paulo é do governador de São Paulo e as outras são dos outros governadores...
Para Lula, críticas à falta de liberdade na área de comunicação, mais do que injustas, não têm sentido. Ele diz duvidar que outros países tenham mais liberdade de informação do que o Brasil:
-Nesse momento do Brasil, falar em falta de liberdade de comunicação? Eu duvido. Eu quero até que vocês coloquem em negrito isso aqui. Eu duvido que exista um país na face da Terra com mais liberdade de comunicação do que neste País, da parte do governo.
O presidente se mostra disposto a um duro embate com setores da mídia: - A verdade é que nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação desse País. A verdade é que você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmos são donos dos jornais.
"No Brasil - foi o Cláudio Lembo que disse isso para o Portal Terra -, a imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido. Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada", cobra Lula.
O presidente sinaliza que mudanças nessa área deverão ser discutidas no Congresso Nacional e poderão ser viabilizadas no próximo governo:
-O Brasil, independentemente de que de quem esteja na Presidência da República, vai ter que estabelecer o novo marco regulatório de telecomunicações desse País. Redefinir o papel da telecomunicação. E as pessoas, ao invés de ficarem contra, deveriam participar, ajudar a construir, porque será inexorável.
Terra - Presidente, em 1978 o senhor era um líder operário, estava na Bahia em um encontro de petroleiros, no Hotel da Bahia, eu era um estudante de comunicação, ainda tinha AI-5, censura à imprensa. Na década seguinte, nos anos 80 e 90, em inúmeras conversas com o senhor o assunto acabava de alguma forma passando pelo monopólio na mídia. No ano 2002, na véspera da eleição, de novo conversamos sobre isso. Em 2006, a uma semana do senhor ser reeleito presidente, numa conversa o senhor disse que não iria "tirar nada" de ninguém, que isso não seria democrático, mas que a ideia era redistribuir meios, ajudar os meios, ter uma maior diversidade de opinião. Chegando agora, nesta reta final (em 2010) o senhor tem feito críticas duras, dizendo que a imprensa, a mídia tem um candidato e não tem coragem de assumir e, ao mesmo tempo, o contraditório diz que existiria um Projeto Político, projeto vocalizado outro dia pelo José Dirceu, para "enquadrar meios de comunicação". Então, queria que o senhor dissesse o que o senhor realmente pensa disso, e se realmente existe uma expectativa, se existe alguma coisa em relação a isso...
Luiz Inácio Lula da Silva - Olha, primeiro, na nossa passagem pela Terra... não pelo Terra, pela Terra, a gente ouve coisas absurdas, que a gente gosta e que a gente não gosta. Veja, qualquer coisa nesse País tem o direito de me acusar de qualquer coisa. É livre. Aliás, foi o PT que, no congresso de São Bernardo do Campo, decidiu que era proibido proibir. Era esse o slogan do PT no congresso de 1981.
Terra - O Caetano vai dizer que é dele...
O que acontece muitas vezes é que uma crítica que você recebe é tida como democrática e uma crítica que você faz é tida como antidemocrática. Ou seja, como se determinados setores da imprensa estivessem acima de Deus e ninguém pudesse ser criticado. Escreveu está dito, acabou e é sagrado, como se fosse a Bíblia sagrada. Não é verdade. A posição de um presidente é tomada como ser humano, jornalista escreve como ser humano, juiz julga como ser humano. Ou seja, temos um padrão de comportamento e julgamento e, portanto, todos nós estamos à mercê da crítica. No Brasil - , e foi o Cláudio Lembo que disse para o Portal Terra -, a imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido, que falasse. Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada. Muitas vezes fica explícita no comportamento que eles têm candidato e gostariam que o candidato fosse outro. Tiveram assim em outros momentos. Acho que seria mais lógico, mais explícito. Mas, eles preferem fingir que não têm lado e fazem críticas a todas as pessoas que criticam determinados comportamentos e determinadas matérias.
Terra - Então, não existiria nenhum projeto futuro...
Se existir uma idéia, ela será discutida pelo próximo governo. Pelos próximos governos. Ela será decidida pelo Congresso Nacional , porque é impossível você imaginar fazer uma coisa que discuta comunicação se você não passar pelo Congresso. Quando nós tomamos a decisão de fazer a Conferência da Comunicação - nós já fizemos conferências de tudo que você possa imaginar, até de segurança pública -, quando fizemos a Conferência de Comunicação, alguns setores das comunicações participaram, algumas tevês participaram, algumas empresas telefônicas participaram e muitos jornais participaram. Ela foi feita a nível municipal, a nível estadual e nível nacional. Determinados setores da imprensa não quiseram participar e começaram a achar que aquilo era antidemocrático, que aquilo era não sei das contas. Eu não sei qual é a preocupação que as pessoas têm de a sociedade discutir comunicação. Uma legislação que está regulamentada em 1962. Portanto, não tem nada a ver com a realidade que nós temos hoje, com os meios de comunicação que nós temos hoje. Com a agilidade da internet, por exemplo. Então, o que nós achamos é que o Brasil, independentemente de quem esteja na Presidência da República, vai ter que estabelecer o novo marco regulatório de telecomunicações desse País. Redefinir o papel da telecomunicação. E as pessoas, ao invés de ficarem contra, deveriam participar, ajudar a construir, porque será inexorável. Ninguém tinha a dimensão há 15 anos atrás do que seria a internet hoje. Ninguém tinha. Ninguém tem a dimensão ainda do que pode ser a TV digital. E a pluralidade que ela pode permitir de utilização dos canais de televisão. Então, discutir isso é uma necessidade da nação brasileira. Uma necessidade dos empresários, dos especialistas, dos jornalistas, ou seja de todo o mundo para ver se a gente se coloca de acordo com o que nós queremos de telecomunicações para o futuro do País.
Terra - Como essa discussão quase sempre se dá em meio a campanha, a gente não tem a oportunidade de falar assim tão claramente. O que mais incomoda o senhor: é a cobertura (ser) crítica de um lado e não existir a investigação sobre os demais candidatos? Seria isso?
Não, não. Veja, Bob você me conhece há muito tempo e sabe o que eu tenho afirmado. Só existe uma possibilidade no meu governo de alguém não ser investigado. É não cometer erro. Se cometer erro, tem de ser investigado. Isso vale para todo mundo. Agora, eu acho que a imprensa presta um papel importante.
Terra - O senhor está dizendo que ela é desequilibrada? Só está cobrindo um lado e não está cobrindo...
É que eu acho que a imprensa está cumprindo um papel importante quando ela denuncia. Por que? Ou você sabe porque alguém denunciou, ou você sabe porque alguém cobriu ou você sabe porque saiu na imprensa. Quando sai alguma coisa na imprensa você vai atrás. Você vai, então, apurar. De tudo aquilo que é uma feijoada, o que é feijão, o que é carne, o que é costela, o que é carne seca. Você vai separar as coisas para saber o peso de cada uma. E é exatamente o que a gente faz nesse governo. Ou seja, eu vou te dar um exemplo, sem citar jornal. Na campanha passada, os caras diziam, "porque o avião do Lula...", porque o Aerolula... Passando para a sociedade, disseminando umas bobagens, vai despolitizando a sociedade. Agora, estão dizendo que a TV pública é a TV do Lula. Nunca disseram que a TV pública de São Paulo é do governador de São Paulo e as outras são dos outros governadores. Agora, uma TV para um presidente que está terminando o mandato daqui a três meses, é a TV Lula. Ou seja, esse carregamento de...composto de ...de muita ...de muita, eu diria, de muito preconceito ou de muita até, eu diria até, às vezes, ódio, demonstra o que? O velho Frias (Octavio Frias de Oliveira, publisher da Folha, falecido em abril de 2007) me dizia: "Lula, o pessoal do andar de cima não vai permitir você subir lá...". Quem me dizia isso era o velho Frias repetidas vezes: "Lula, cuidado, o pessoal do andar de cima não vai permitir você chegar naquele andar...". Sabe? Então, o pessoal se comporta como se o pessoal da Senzala tivesse chegando à Casa Grande. E ficam transmitindo uma coisa absurda. Nesse momento do Brasil, falar em falta de liberdade de comunicação....? Nesse momento do Brasil! Eu duvido, duvido. Eu quero até que vocês coloquem em negrito isso aqui: Eu duvido que exista um país na face da Terra com mais liberdade de comunicação do que neste País, da parte do governo. Agora, a verdade é que nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação desse País. A verdade é essa. A verdade é que você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmos são donos dos jornais...
Terra - Nos municípios, isto tem uma capilaridade: o chefe político tal...
Então, muita gente não gostou quando, no governo, nós pegamos o dinheiro da publicidade e dividimos para o Brasil inteiro. Hoje, o jornalzinho do interior recebe uma parcela da publicidade do governo. Nós fazemos propaganda regional e a televisão regional recebe um pouco de dinheiro do governo. Quando nós distribuímos o dinheiro da cultura, por que só o eixo Rio-São Paulo e não Roraima, e não o Amazonas, e não o Pernambuco, e não o Ceará receber um pouquinho? Então, os homens da Casa Grande não gostam que isso aconteça.
Terra - A propósito de "Casa Grande", sociologia etc..., na semana passada um importante sociólogo, Fernando Henrique Cardoso, evocou Mussolini ao se referir ao senhor como chefe de uma facção. Chegando ao final desses 16 anos (governos FHC e Lula), o senhor acha que ainda existe...
Eu acho que, sinceramente, as pessoas deveriam olhar para o Brasil e olhar para os outros países. E todo o mundo deveria agradecer a Deus o Brasil ser do jeito que ele é, o Brasil ter o governo que ele tem e ter o povo que tem. Eu lembro que o João Roberto Marinho, quando voltou da eleição do México passada, numa conversa que teve comigo falou: "Ô presidente, eu estava no México e foi de lá que eu aprendi a valorizar a democracia no Brasil. Porque, aqui no Brasil, todo mundo acata o resultado. Lá no México, eu vi um milhão de pessoas na rua contra o resultado eleitoral". Ou seja, aqui no Brasil nós não corremos esse risco. Porque esse País tem um outro jeito de exercitar a democracia. E a democracia ela só será exercitada - vocês estão lembrados que eu dizia quando era líder sindical ainda -, democracia não é o povo ter o direito de gritar que está com fome, democracia é o povo ter direito de comer. Nós estamos chegando lá, estamos chegando lá, então as pessoas, sabe, que talvez tenham problemas ideológicos, problemas de preconceito, ou seja, que não admite que...meus queridos, vejam o que vai acontecer amanhã, sexta-feira; a Bovespa, que tinha ódio de mim, e quando tinha medo de mim ela tinha apenas 11 mil pontos, hoje já chegou a 72 (mil pontos), já chegou a 68 (mil pontos). Ou seja, acima dos 60 mil pontos. E vai exatamente um presidente da República, que tanta gente tinha medo, fazer a maior capitalização da história da humanidade. Ouso dizer: nunca antes na história do planeta Terra houve uma capitalização da magnitude do que vai acontecer na sexta-feira, sabe, com a minha presença.
Terra - E isso lhe dá um prazer especial?
Me dá. Me dá um prazer especial porque é um sucesso do Brasil, é um sucesso da Petrobrás, é um sucesso do investimento em tecnologia, é um sucesso de acreditar neste País. Mas na verdade é o sucesso da ascensão do Brasil no mundo. Ou seja, quem acompanha a imprensa internacional percebe que hoje nós ocupamos na imprensa internacional num mês aquilo que a gente não ocupava em três décadas, há pouco tempo atrás. Porque no Brasil, as pessoas precisam aprender uma coisa: ninguém respeita quem não se respeita. E muita gente do Brasil costumava chegar nos Estados Unidos ou na Europa de cabeça baixa, se achando um ser inferior.
Terra - Tirava o sapato...
É. Eu, quando eu tomei posse, disse para os meus meninos: se alguém tirar o sapato, se eu souber, porque também não vou, não estou com eles, mas também se chegar lá para tirar o sapato é melhor vir embora. Porque eu mando embora. A única coisa que eu acho que vai acontecer lá é o seguinte: o Brasil vai sair mais honrado deste processo, o Brasil vai sair mais forte e não vai ser o Lula que vai ganhar, o Lula está fora disso em dezembro, meu filho.
Terra - O senhor está se referindo a isso por causa da pergunta, Mussolini...?
É, por causa disso, ou seja, eles confundem populismo com popular. Eles não sabem o que é popular porque eles nunca tiveram perto do povo. Essa gente, essa gente que não gosta de mim, na época das eleições até sorri pros pobres, até fazem promessa pros pobres, mas depois das eleições... o pobre passa perto deles um quilômetro. Então, sabe, isso é uma confusão maluca entre o populismo e o popular. O que é o populismo? É um cara, sabe, que não tem nada a ver com ninguém e aparece fazendo promessas, aparece fazendo política demagógica. Não é o nosso caso. Todas as políticas minhas são decididas, Bob... Já foram 72 conferências nacionais, conferências que começam lá no município, vai para o Estado e vem pra cá. Algumas conferências participaram 300 mil pessoas até chegar na conferência nacional. E aí nos decidimos as políticas públicas. Então eles...obviamente eu acho que tem muita gente incomodada e eu não tenho culpa, eu não tenho culpa. Sabe, tirar deles incomodou muita gente no Brasil. A Coroa Portuguesa durante muito tempo ficou incomodada por conta daqueles que diziam que era preciso mudar. Ficaram incomodados até com Dom Pedro quando ele quis mudar. Por que não ficar comigo?
Terra - O Brasil mudou e eu faço a seguinte pergunta, quer dizer, a política brasileira mudou? O senhor antigamente falava muito em reforma política, que era uma das bandeiras e hoje a gente vê os partidos enfraquecidos. Como o senhor avalia hoje a política, a necessidade da reforma política e um adendo: em uma viagem ao Pará, nas vésperas da eleição passada, em um vôo o senhor disse na entrevista que uma das suas primeiras medidas que o senhor tentaria seria a reforma política. Por quê não saiu? Por que é tão difícil de fazer?
Porque a reforma política não é uma coisa do presidente da República. A reforma política é uma coisa dos partidos políticos. E do jeito que os partidos se comportam parece que a gente tem um monte de partidos , todos criticando, sabe, a legislação que regulamenta a política no Brasil. Todo mundo quer uma reforma política, mas ninguém mexe. Porque desagrada a muita gente. Então, veja, eu mandei duas propostas de reforma, de coisas que precisariam mudar para poder melhorar a política brasileira e que não foi votado. Nós mandamos, por exemplo, a regulamentação do financiamento de campanha, para acabar com o financiamento privado e ficar com financiamento público, que na minha opinião é a forma mais honesta de se fazer campanha neste País, a fidelidade partidária... porque o que é o ideal? É você ter partido forte para você negociar com partido. Isso faz parte da democracia. Quando você faz coalizão com partido político você estabelece regras nesta coalizão, você partilha um poder com essa coalizão. Agora, do jeito que está é quase que impossível, porque a direção dos partidos não representa mais os partidos. O líder da bancada não representa mais a bancada, ou seja se criou grupos de deputados, grupos por região, grupos...ou seja, e está muito difícil para eles próprios...então, o que eu acho? Quando eu deixar a presidência, eu quero, primeiro dentro do PT, convencer o PT da necessidade de fazer uma reforma política, convencer os partidos da base aliada do governo da necessidade de se fazer uma reforma política neste País pra que a gente não fique com legenda de aluguel, como nós temos agora.
Terra - Na semana passada, o Lembo disse até naquela entrevista, primeiro que a oposição vai estar em frangalhos nas urnas e ele é do DEM, e que na verdade não vão existir praticamente partidos, só o movimento social e que seria liderado pelo senhor. O senhor concorda?
Eu não concordo porque eu não sou líder do movimento social, eu sou um dirigente partidário. O movimento social tem suas lideranças próprias. Agora, eu acho que...eu não concordo com o Lembo que não tenha partido político, o PT é um grande partido político. Nas pesquisas da opinião pública, o PT aparece com 30% de preferência em qualquer pesquisa que se faça. Demonstração de que isso é um partido, sabe, como poucas vezes no mundo você teve um partido assim, você teve um PRI, um partido comunista mexicano que era extremamente forte e aí sim era populismo, você tinha um partido comunista italiano que tinha 30% dos votos e que era um baita de um partido na Itália, embora nunca tenha chegado no poder, você tinha a social democracia que revezava o poder em uma parte da Europa, os socialistas franceses que revezavam. E você tem no Brasil o PT que é um partido organizado nacionalmente e muito forte. Agora, eu acho que as reformas, elas se darão por dentro dos partidos políticos, dentro do Congresso Nacional. E ela se dará porque nós não precisamos ter uma legenda que aluga na época da eleição, que tem horário de televisão...
Terra - Tiririca é um símbolo disso?
Veja, eu acho...eu não sou contra...
Terra - Como representação, não é demonizando...
Ele tem um partido, ele pode ser filiado no partido como qualquer outra pessoa. Deixa eu lhe falar... o Tiririca é um cidadão que representa uma parcela da sociedade brasileira.
Terra - Mas um voto de protesto...
Eu não sei se é voto de protesto, ele pode surpreender, sabe...eu acho legal o Romário estar entrando na política, acho legal o Bebeto estar entrando na política, o Marcelinho...porque, veja, a política antigamente o que era? Antigamente a política era advogado, professor, funcionário público e empresário. Ora, se você tem jogador de futebol, você tem movimento indígena, você tem...todo mundo tem que se apresentar e o Congresso estará melhor representado . Se eles trabalharem corretamente, serão valorizados. Se as pessoas não trabalharem corretamente, no próximo mandato cairão fora como já provou a história da humanidade e aqui neste País. Então, eu estou tranquilo com relação à necessidade da reforma política, ou seja, a cada dia uma pessoa só cria um partido político. Agora, na época da eleição você precisa normatizar quem é que participa do que, porque quando nós fomos criados em 80 nós tínhamos que legalizar o partido em 15 Estados e dentro de cada Estado em 20% dos municípios. Era um trabalho imenso e ter 3% de voto, sabe, para governo em 82. Não foi fácil chegar e nós fizemos. Então é preciso criar parâmetros para as pessoas organizarem. Você não pode, ou seja, você não tem um partido político, daqui a pouco os deputados são eleitos por um partido tal, antes de tomar posse, já mudaram de partido. Ou seja, você fez uma negociação com o partido que tinha 20 deputados, daqui a pouco esse partido tem 10 e a negociação está feita. Como é que fica?
Terra - Presidente, que PT é esse que neste momento da política brasileira sairá das urnas? E, segunda pergunta, onde o PT, que teve momentos de altos e baixos acentuados durante o seu mandato, onde acertou e onde errou?
Primeiro, o PT tem pouca ingerência no governo, sabe. Quando você ganha um governo, você governa, e na minha o partido tem até liberdade de em vários momentos não concordar com o governo e até fazer oposição ao governo, criticar o governo, sabe? Nós perdemos muita gente que foi do PT porque não concordou com a reforma da previdência do setor público que nós começamos a fazer em 2003. Isso faz parte também da história política do mundo inteiro. Foi assim no partido socialista francês, no alemão, no sueco, no partido democrata americano, acontece em todos os partidos políticos. Eu acho que o PT deu uma ajuda muito grande agora quando aceitou a indicação da ministra Dilma como presidente, ou seja, havia quem dissesse que o PT queria criar caso, que o PT queria uma liderança histórica, alguém com mais vínculo, e o PT aceitou tranquilamente a Dilma e eu acho que PT tomou a decisão madura e coerente, sabendo a minha relação com o PT e o peso do governo na decisão do processo eleitoral. Eu acho que foi uma decisão madura e, obviamente que, muitas vezes aceitando aquilo que a gente fazia no governo. Porque, qual é o problema do governo? Quando você chega no governo, você não participa mais da decisão de um partido. Eu, faz oito anos, sete anos, que eu não vou numa reunião do partido. Porque eu tomei como decisão de que, ao ser eleito presidente da República, eu não poderia governar para o PT, eu não poderia enxergar o mundo apenas pelo PT, eu tenho que enxergar o mundo pela pluralidade da política brasileira e da sociedade brasileira. Então, eu estabeleci uma forte relação com os trabalhadores, é verdade. Mas estabeleci também uma forte relação com os empresários, estabeleci uma relação muito forte com os setores médios da sociedade, porque é isso que é a sociedade brasileira. Ela não é apenas, sabe, vermelha ou azul ou verde. Ela é muito mais colorida do que tudo isso e o presidente da República tem que ficar com uma espécie de magistrado. Agora, quando chega época de eleição não é possível o presidente da República ficar como magistrado porque eu tenho um lado. Eu tenho um partido e tenho candidato.
Terra - O senhor tem sido muito cobrado por estar interferindo na eleição....
Deveria ser, deveria ser cobrado quem perdeu. Quem não conseguiu fazer o sucessor, porque o sucessor é uma das prioridades de qualquer governo para dar continuidade a um programa que você acredita que vai acontecer. Imagina se entra no Brasil para governar alguém que resolve querer voltar e privatizar a Petrobrás? (pausa) Onde vai o pré-sal? Ou alguém que resolva não mudar a lei e permitir que a lei do petróleo continue a mesma? A gente sabendo...o contrato de risco é quando a gente corre riscos. Mas quando a gente sabe onde tá bichinho do ouro preto, por que a gente vai fazer contrato de risco? Então, nós temos que se apoderar desta riqueza a bem do povo brasileiro, é um patrimônio do povo, não é um patrimônio da Petrobrás. Então, nós temos medo de que este País sofra um retrocesso. Por isso que eu tenho candidato. Seria inexplicável para a sociedade se eu entrasse numa redoma de vidro e falasse: olha, aconteça o que acontecer nas eleições, o presidente da República não pode dar palpite. Mas nem para escolher o Papa acontece isso.
Terra - Presidente, essas eleições já estão definidas?
Olha, nunca existe eleição decidida. Eu sempre acho que eleições e mineração a gente só sabe disso depois do resultado. Abriu a urna, agora não tem urna para abrir...
Terra - Mas tem o negócio de identidade (carteira de identidade) que pode complicar...
Olha, teria problema de identidade se você não tivesse elevado 36 milhões de pessoas da classe C. Esse povo agora está comprando, esse povo está entrando na loja, está fazendo crédito esse povo tem documento, fotografia... O que eu acho extremamente importante é que nesse processo eleitoral, a gente precisa primeiro ter muita cautela. Esse é o momento de um time que está ganhando de dois a zero. O adversário está dando botinada, está chutando no peito, está chutando na canela, o juiz não está apitando falta e nós não podemos perder a cabeça, porque o que eles querem é expulsar alguém do nosso time, para a gente ficar em minoria. Então, agora é muita cautela, vamos fazer troca de passes entre nós, vamos fazer a bola correr. Como dizia o Parreira, quando estava dirigindo o Corinthians, nós vamos ficar dominando a bola, ou seja, o tempo que a gente estiver com a bola é o tempo que a gente não toma gol...
Fonte: Terra Notícias

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E AGORA? A “VÍTIMA” É NORTE-AMERICANA? A JUSTIÇA É A DOS EUA?

Por Laerte Braga

Teresa Lewis, 41 anos, vai ser executada na quinta-feira, 23 de setembro, no estado de Virgínia, EUA, acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido. A Suprema Corte daquele conglomerado negou o seu pedido de suspensão e comutação da pena em prisão perpétua com um simples “está negado”.

Teresa vai receber uma injeção letal e segundo seu advogado é o exemplo clássico da estupidez da pena de morte. Sofre distúrbios mentais claros e perceptíveis a olho nu.

Será a primeira mulher a ser executada no estado de Virgínia desde 1912, quando uma negra de 17 anos morreu na cadeira elétrica.

O governador do estado também negou o pedido declarando que não irá impedir que a execução prossiga.

A execução de Brandon Rhode, no estado de Geórgia, EUA, foi suspensa depois que seu advogado alegou que o réu não está em condições mentais de compreender o que acontece à sua volta após ter tentado o suicídio em sua cela. As autoridades decidiram aguardar que Brandon tenha consciência que vai ser executado com uma injeção letal.

No dia 1º de janeiro deste ano Leeland Mark, condenado à morte no mesmo estado foi encontrado morto em sua cela. Suicídio.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, recebeu a alpinista norte-americana Sarah Shourd, 32 anos, libertada pelas autoridades iranianas após pedido do governo brasileiro. Sarah agradeceu o empenho do Brasil junto ao governo do Irã, agradeceu ao presidente Ahmadinejad a decisão de libertá-la e aguarda a libertação de dois outros alpinistas, entre eles o seu noivo, presos sob acusação de espionagem.

Sarah enfatizou em seu encontro com Amorim que é necessário que haja mais empenho em negociações como essa, assim como faz o governo do Brasil. Amorim disse que ao perguntar à secretária de Estado dos EUA, Hilary Clinton, sobre se estava feliz com a libertação de Sarah, a “senhora Clinton foi lacônica ao dizer sim e muito obrigado”.

A vida de Sarah pouco importa para o conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Dificulta a política de demonização do Irã. É o contrário do que se imagina.

Amorim disse ainda que antes da libertação de Sarah entregou uma carta ao chanceler iraniano e três dias depois os pais dos três norte-americanos presos puderam ver seus filhos. O irmão de um dos alpinistas que continua preso, Bauer, disse contar com o governo do Brasil para negociar a libertação de seu irmão. Deixou claro que seu país, os EUA, não movem uma palha para isso.

Amorim, por sua vez, disse que o Brasil não faz nenhuma pressão sobre o Irã, apenas solicita ao governo que esses casos sejam melhor ponderados para evitar tensões internacionais desnecessárias.

Celso Amorim, ao contrário do chanceler de FHC, Celso Láfer, preza a dignidade do Brasil como nação soberana e não tem o hábito de tirar os sapatos e encostar-se numa parede no aeroporto de New York, com as mãos na parede e as pernas abertas, para ser submetido a uma revista. Isso porque era aliado, já descia com as calças abaixadas e a bandeirinha americana às mãos.

Láfer escreveu num artigo publicado no jornal ESTADO DE SÃO PAULO, domingo, dia 18, que a política externa do atual governo está levando o País a um processo de “desmoralização”. É típico de tucano. Cai de quatro e aponta o dedo para o lado, o outro. José Arruda Serra também é assim, aliás, hoje o principal deles.

Sakineh Mohammadi Ashtiani seria executada por apedrejamento. Foi condenada à morte por adultério e por ter matado seu marido com a cumplicidade de dois amantes. A pedido do governo brasileiro a pena de apedrejamento foi suspensa e os mais de sete mil documentos constantes do processo contra a iraniana liberados a jornalistas de todo o mundo, para inteiro conhecimento do crime praticado pela moça. O de homicídio.

Não saiu na GLOBO, nem em VEJA, muito menos em FOLHA DE SÃO PAULO, imprensa marrom, venal, nenhuma notícia sobre esse fato, a liberação dos documentos
do processo de Sakineh.

Dois pesos e duas medidas. Pode ser interpretado como “liberdade de expressão”. O direito de omitir informações reais, à medida que divulga informações irreais e incompletas, de mentir, distorcer, desovar cadáveres de presos políticos mortos pela ditadura e ainda protestar contra “a falta de liberdade de imprensa”, ou os riscos de se exigir a verdade a partir de grupos e forças populares.

Como se houvesse diferença entre banqueiros, grandes empresários, latifundiários e traficantes, uma quadrilha de tráfico de drogas foi desarticulada pela polícia civil do estado do Rio de Janeiro. Era formada por jovens de classe média e atuava segundo padrões de grandes empresas, uma espécie de consórcio empresarial.

O preço da droga variava segundo o mercado e os envolvidos foram presos principalmente em Búzios, Niterói e Macaé. Ao contrário dos traficantes/empresários menores ou concorrentes, uma das características da quadrilha era a de não usar armas.

Só negócios. E o dinheiro guardado nos bancos democráticos e cristãos, como o do Vaticano, por exemplo, onde o “banqueiro de Deus”, responde a processo e estarrece o papa Bento XVI. De dar inveja a Edir Macedo.

A polícia civil chamou a operação de CONSÓRCIO.

Romero da Costa Machado é autor de dois livros AFUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO I e AFUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO II. Os dois publicados pela editora CAROS AMIGOS.

Em entrevista que pode ser lida no endereço
http://dc147.4shared.com/download/gLjucZ3U/OS_LIVROS_PROIBIDOS_SOBRE_A_RE.zip?tsid=20100921-091040-fa8cf0cd

Ele revela as ligações das ORGANIZAÇÕES GLOBO com o jogo do bicho, o tráfico de drogas, o uso institucionalizado de drogas pela cúpula da GLOBO, a compra de notas fiscais frias para prestação de contas ao Ministério da Educação, o golpe do PAPA TUDO, compra de dólares não registradas, toda a trajetória criminosa do grupo. Romero ocupou a função de auditor fiscal da GLOBO e foi assessor do ex todo poderoso José Bonifácio, o BONI.

Chamam isso de “liberdade de expressão”. Mais ou menos como Boninho e seus amigos decidindo quem é do bem e quem é do mal e jogando água suja em que é do mal.

O diabo, no caso em espécie, é conceituar bem e mal, se já é difícil no todo, imagine em se tratando de bem para a GLOBO ou mal para a GLOBO.

Mais ou menos como bem é um pastel engravatado chamar o telespectador de idiota personalizando-o em Homer Simpson e mal é José Arruda Serra, bandido tucano, perder as eleições.

Mas e as vítimas norte-americanas e a justiça norte-americana?

É que William Bonner usou o idiota da série norte-americana porque por lá, na GLOBO, pensam em inglês. Faz parte do código de ética da matriz.

No dia da execução, o condenado tem direito a escolher o seu prato preferido e receber o perdão de um religioso segundo suas convicções. E até um último cigarro.

Que tal “antes de ir para a injeção letal Lewis pediu Marlboro?”

Fonte: Grupo Cidadania Brasil

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Por que a grande mídia e a oposição resolveram jogar sujo


A grande mídia e a oposição não compreenderam que o país entrou em um novo período histórico e, desta forma, correm o risco de ficarem falando sozinhas por um bom tempo. As pessoas não estão votando em personalidades, como supunham os próceres da campanha Serra. Estão votando no futuro - no seu futuro e no futuro do país. A disputa eleitoral de 2010 não ficará marcada pelo “confronto de biografias”, como imaginavam os tucanos e seus aliados no início da campanha. Derrotados em seus próprios conceitos; perplexos diante de uma ampla maioria que lhes vira as costas, só lhes resta o golpe, que não tem força pra dar. O artigo é de Vinicius Wu. 

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dilma: "Folha de S. Paulo age com parcialidade e má fé"

Candidata do PT reagiu duramente contra matéria publicada nesta segunda-feira sobre supostas irregularidades que teriam sido encontradas em sua gestão como secretária estadual de Minas e Energia no Rio Grande do Sul. "Em algum momento da matéria ficou claro para vocês que eu tive as contas aprovadas? Não. Esta informação, extremamente relevante, foi ocultada. A matéria é parcial e de má fé", afirmou Dilma Rousseff durnate visita ao bairro Alcântara, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, disse hoje (20) que a Folha de São Paulo agiu com parcialidade e má-fé ao publicar uma matéria sobre supostas irregularidades encontradas em pareceres do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. O jornal tenta estabelecer uma relação irregular entre a empresa Meta Instituto de Pesquisa e a candidata, quando esta era secretária estadual, mas não informa que as contas de Dilma foram todas aprovadas pelo TCE. Ela falou sobre o tema durante uma visita ao bairro Alcântara, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

Dilma contou que a contratação da Meta (empresa referida na matéria da Folha) ocorreu via tomada de preços e leu um trecho de um parecer do Ministério Público gaúcho no processo que foi analisado pelo TCE, demonstrando que ela não podia ser responsabilizada pela falta de funcionários na Secretaria de Energia do estado. A candidata lamentou que o jornal tenha agido de má fé ao abordar o tema.

Segue a íntegra da fala de Dilma (conforme vídeo acima):

Eu quero fazer um protesto veemente contra a parcialidade do jornal Folha de S. Paulo. Eu fui julgada em todos os anos, vou dizer precisamente quais anos, pelo TCE: 93, 94, 95, 2000, 2001, 2002. Todas as minhas contas foram aprovadas. Todas. Esta informação não está na matéria. Chega ao ponto de me acusar de eu ter feito um contrato em 94 e depois a empresa ter feito um contrato em 2009. É a única acusação de futuro que já vi na vida. Ou seja, a minha responsabilidade é porque 10 anos depois fizeram um contrato com a empresa. Que história é essa?

Em algum momento da matéria ficou claro para vocês que eu tive as contas aprovadas? Não. Esta informação, extremamente relevante, foi ocultada. A matéria é parcial e de má fé. Além disso, eu cheguei na Secretaria de Energia do Rio Grande do Sul e tinha dois funcionários concursados. Não se faz uma secretaria com dois funcionários concursados.

O parecer do Ministério Público [diz]: ´considerando que a situação em tela se trata de deficiência de ordem estrutural, que perdura de longa data, e as procedentes manifestações da senhora Dilma Vana Rousseff, somos da opinião que a mesma não pode ser responsabilizada´.

O voto do pleno do tribunal é pela aprovação das minhas contas. Eu gostaria de saber onde está isso escrito nessa matéria? Onde essa matéria parcial, enviesada, colocou que as minhas contas foram aprovadas? Todas [as contas foram aprovadas]. Eu nunca tive uma conta rejeitada.

Me acusar? Sabe o que era a pesquisa da Meta [empresa de consultoria]? Sobre emprego e desemprego. Porque na época [a fundação] Seade/Dieese de São Paulo tinha feito uma apuração de emprego e desemprego. Contratamos por tomada de preço a empresa Meta. Me acusar porque em 2009 a Secom [Secretaria de Comnicação Social da Presidência da República] contratou a Meta é de fato um absurdo. É prova absoluta de má fé. Pergunto outra vez: onde está na matéria que minhas contas foram aprovadas? Em que parte da matéria está isso?

No meu blog eu vou colocar todas as manifestações do tribunal para evitar essa distorção escandalosa cometida contra mim pelo jornal Folha de S. Paulo.

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