terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os donos da mídia estão nervosos

A Veja andou atrás do blogueiro Renato Rovai querendo saber como foi feita a articulação para que o presidente Lula concedesse uma entrevista a blogs de diferentes pontos do Brasil. Estão preocupadíssimos.
O blogueiro Renato Rovai contou durante o curso anual do Núcleo Piratininga de Comunicação, realizado semana passada no Rio, que a Veja andou atrás dele querendo saber como foi feita a articulação para que o presidente Lula concedesse uma entrevista a blogs de diferentes pontos do Brasil. Estão preocupadíssimos.

À essa informação somam-se as matérias dos jornalões e de algumas emissoras de TV sobre a coletiva, sempre distorcidas, tentando ridicularizar entrevistado e entrevistadores.

O SBT chegou a realizar uma edição cuidadosa daquele encontro destacando as questões menos relevantes da conversa para culminar com um encerramento digno de se tornar exemplo de mau jornalismo.

Ao ressaltar o problema da inexistência de leis no Brasil que garantam o direito de resposta, tratado na entrevista, o jornal do SBT fechou a matéria dizendo que qualquer um que se sinta prejudicado pela mídia tem amplos caminhos legais para contestação (em outras palavras). Com o que nem o ministro Ayres Brito, do Supremo, ídolo da grande mídia, concorda.

Jornalões e televisões ficaram nervosos ao perceberem que eles não são mais o único canal existente de contato entre os governantes e a sociedade.

Às conquistas do governo Lula soma-se mais essa, importante e pouco percebida. E é ela que permite entender melhor o apoio inédito dado ao atual governo e, também, a vitória da candidata Dilma Roussef.

Lula, como presidente da República, teve a percepção nítida de que se fosse contar apenas com a mídia tradicional para se dirigir à sociedade estaria perdido. A experiência de muitos anos de contato com esses meios, como líder sindical e depois político, deu a ele a possibilidade de entendê-los com muita clareza.

Essa percepção é que explica o contato pessoal, quase diário, do presidente com públicos das mais diferentes camadas sociais, dispensando intermediários.

Colunistas o criticavam dizendo que ele deveria viajar menos e dar mais expediente no palácio. Mas ele sabia muito bem o que estava fazendo. Se não fizesse dessa forma corria o risco de não chegar ao fim do mandato.

Mas uma coisa era o presidente ter consciência de sua alta capacidade de comunicador e outra, quase heróica, era não ter preguiça de colocá-la em prática a toda hora em qualquer canto do pais e mesmo do mundo.

Confesso que me preocupei com sua saúde em alguns momentos do mandato. Especialmente naquela semana em que ele saía do sul do país, participava de evento no Recife e de lá rumava para a Suíça. Não me surpreendi quando a pressão arterial subiu, afinal não era para menos. Mas foi essa disposição para o trabalho que virou o jogo.

Um trabalho que poderia ter sido mais ameno se houvesse uma mídia menos partidarizada e mais diversificada. Sem ela o presidente foi para o sacrifício.

Pesquisadores nas áreas de história e comunicação já tem um excelente campo de estudos daqui para frente. Comparar, por exemplo, a cobertura jornalística do governo Lula com suas realizações. O descompasso será enorme.

As inúmeras conquistas alcançadas ficariam escondidas se o presidente não fosse às ruas, às praças, às conferências setoriais de nível nacional, aos congressos e reuniões de trabalhadores para contar de viva voz e cara-a-cara o que o seu governo vinha fazendo. A NBR, televisão do governo federal, tem tudo gravado. É um excelente acervo para futuras pesquisas.

Curioso lembrar as várias teses publicadas sobre a sociedade mediatizada, onde se tenta demonstrar como os meios de comunicação estabelecem os limites do espaço público e fazem a intermediação entre governos e sociedade.

Pois não é que o governo Lula rompeu até mesmo com essas teorias. Passou por cima dos meios, transmitiu diretamente suas mensagens e deixou nervosos os empresários da comunicação e os seus fiéis funcionários, abalados com a perda do monopólio da transmissão de mensagens.

Está dada, ao final deste governo, mais uma lição. Governos populares não podem ficar sujeitos ao filtro ideológico da mídia para se relacionarem com a sociedade.

Mas também não pode depender apenas de comunicadores excepcionais como é caso do presidente Lula. Se outros surgirem ótimo. Mas uma sociedade democrática não pode ficar contando com o acaso.

Daí a importância dos blogueiros, dos jornais regionais, das emissoras comunitárias e de uma futura legislação da mídia que garanta espaços para vozes divergentes do pensamento único atual.

Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).

Fonte: Agência Carta Maior

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sábado, 27 de novembro de 2010

Eduardo Guimarães: A cor da tragédia no Rio

Por Eduardo Guimarães

Sábado, fim da manhã, dou uma escapada do escritório. Fui trabalhar em um dia em que costumo dedicar ao descanso porque precisava “preparar” a viagem de negócios que começo a fazer no dia seguinte.

Preciso almoçar. Café e cigarros, ininterruptamente – consumo um e outro sem perceber, quando trabalho ou escrevo –, fizeram-me cair a pressão.

O bar serve uma das feijoadas mais honestas da região da Vila Mariana. De carro, chego lá em 5 minutos.  Gasto mais cinco esperando pela comida e mais dez para comer. Antes da uma estarei de volta.

Meu escritório está na região há quase 15 anos. Vários conhecidos freqüentam o estabelecimento em que matarei a fome. Ao chegar lá, cumprimentam-me e me convidam a sentar à mesa repleta de garrafas de cerveja vazias.

Hesito. São pessoas que têm por costume fazer comentários que me desagradam. A educação, porém, fala mais alto e aceito. Encaro a turma que têm os olhos injetados pelo álcool.

Alguns dos homens, estando todos na mesma faixa etária que eu, mencionam a entrevista com Lula e começam a fazer piadinhas próprias da mentalidade política e ideológica que infesta a parte de São Paulo em que vivo.

Permaneço impassível e calado. Percebem que não estou achando graça. Um deles, menos grosseiro, resolve mudar de assunto:

– E o Rio, hein! Que tragédia!

Percebo que é outro tema que não vai prestar e me abstenho de comentários. Dedico-me à excelente batidinha de limão que servem ali.

Um outro decide escancarar a bocona: “Sabe qual é o problema do Rio?”. Percebendo que vem pedrada, mas já começando a me irritar, pergunto qual seria o “problema do Rio”.

– Pretos, cara. Notou que são todos pretos?

– Todos, quem, cara-pálida?

– Todos. Bandidos, moradores da região. Tudo preto. Esse é o problema do Rio.

Reflito, antes de responder. Ao menos em uma coisa esse demente tem razão: a tragédia carioca tem cor.

Realmente, bandidos e população atingida por eles são negros em expressiva maioria. Então respondo:

– Mas a culpa não é deles, é sua. São racistas como você que fizeram com que mesmo depois de mais de um século do fim da escravidão os negros continuassem mergulhados nessa tragédia…

– Mas…

– Aqueles traficantes quase todos negros, um dia foram crianças que se inebriaram pelo poder que os bandidos exercem sobre essas comunidades.

A mesa com seis homens de meia idade fica em silêncio, perplexa com o que acabara de ouvir. Levanto-me, vou até o caixa, pago pela comida que não comi, subo no carro, sem me despedir de ninguém, e vou embora sem almoçar.

Já não havia mais fome.

Levo comigo, porém, uma certeza: a tragédia no Rio tem cor. Existe por conta dessa cor.
Aquelas populações, pela cor da pele, foram mantidas em guetos miseráveis, longe das preocupações dos setores exíguos e preconceituosos da sociedade que fingem que a culpa é dos governantes.

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Reflexões do Jornalista Roberto Rabat Chame

Ah, e o neguinho da Beija-Flor será Afro descendente zinho da Beija-Flor.
É incrível como o humor dá leveza e graça a um assunto que é bastante sério...

Tivemos essa semana o ridículo episódio do banimento de Livros de Monteiro Lobato, das Escolas públicas, pelos agora também racistas 12 Conselheiros do MEC, sob o argumento de que "a boneca Emília trata com racismo a Tia Nastácia"...!

De todos os homens públicos de nossa história, talvez, Monteiro Lobato, tenha sido o que mais sofreu de "Xenofobia preconceituosa" por parte dos vários Sistemas de Poder instituídos! Acusado de ateu, de comunista, de rebelde cívico e de tantos outros "desvios" em relação ao "politicamente correto", agora, em pleno seculo XXI, esse Sistema podre o enquadra como "Racista"!....

A reação das Sociedade brasileira contra mais esse ato de insensatez foi tão grande que, parece, o MEC está voltando atrás em sua insana decisão!

POLITICAMENTE CORRETO É O ESCAMBAU!

 O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA!

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo – o homem – e a rosa – a mulher – estimula a violência entre os casais. Na nova letra “o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada”.

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?

É Villa Lobos, cacete!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.

Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.

Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil. Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado.

Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô? Com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magoo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão – o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil – de deficiente vertical . O crioulo – vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) – só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo – o famoso branco azedo ou Omo total – é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia – aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno – é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo – outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão – é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho.

Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais? Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra puta que o pariu e o centroa vante pereba tomar no olho naquele lugar, cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura.

A velhice agora é simplesmente a “melhor idade”.

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade.

Colaboração de Nélio Azevedo

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Abdelmassih passa mão na bunda de juiza após sentença “para arredondar logo pra 300 anos”

O médico e monstro Roger Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão por estupro. Ao ter a sentença decretada, o médico ironizou dando um tapa na bunda da Juíza: “arredonda pra 300 e fecha a conta”.


O cartunista Laerte, prometeu doar algumas peças de roupa para o médico, já que ele vai virar a mulherzinha da cadeia. O promotor comentou a vitória: “o único nascimento que Abdelmassih vai assistir agora é o do sol nascendo quadrado”

Marcelo Z. (colaborou Leonardo Lanna)

Fonte: Sensacionalista - Um Jornal isento de verdade 

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os “Porquês” do Robson

Por Nélio Azevedo

Na cerimônia de posse do novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o mineiro Robson de Andrade fez um discurso repleto de “porquês”, sendo que alguns não tinham razão de ser, outros, sim; são porquês que estão aí há muito tempo e, nenhum governante conseguiu ou não quis respondê-los.

O jornalista Teodomiro Braga, do Jornal O Tempo, achou que o Presidente Lula, presente à cerimônia, deveria tê-lo respondido, eu acho que uma resposta ao querelante seria o suficiente: - por que eu deveria respondê-las, se nenhum outro presidente desde 1889 nunca foi sequer perguntado sobre estes incômodos porquês?

Estranhamente, ele, o Presidente empossado, Sr. Robson de Andrade, homem de competência inquestionável, já que foi indicado e escolhido por unanimidade, quebrando um ciclo de mais de 15 anos de hegemonia nordestina, pertence e representa uma classe que nos deu alguns presidentes, muitos governadores, dezenas de ministros e seus pares, os grandes, pequenos e médios empresários desse país, são os maiores financiadores de campanhas políticas há décadas. Será por que eles que estiveram sempre ao lado de todos os mandatários eleitos e aclamados na nossa República nunca tiveram nenhuma iniciativa em apresentar projetos que proporcionassem as mudanças pedidas por ele? Por que será que nenhum partido da oposição ou situação nunca apresentou um projeto de reforma tributária?

Todas essas questões apresentadas pelo Sr. Robson já estão aí há tempos, nunca um governante desse país se propôs a fazer mudanças que contrariassem os donos do capital.Querer agora que justamente o Presidente em fim de mandato dê uma canetada e mude toda nossa realidade social-política-econômica da noite para o dia.

Muito se fala em mudanças na política tributária e, lembro-me como se fosse hoje de uma fala do ex-Presidente FHC, diante dos problemas da falta de recursos provocada pela privatização, de que era preciso aumentar a base de arrecadação, quando o que deveria ser feito era impedir a sonegação, já que ele admitia publicamente que se houvesse uma justiça quanto ao pagamento dos tributos, os contribuintes poderiam pagar a metade do que pagavam, tamanha era a sonegação (algo em torno de 50%).

Nessa época, eu recebi uma revista da Federação Paulista da Indústria que lamentava a fuga de 73 empresas do ABCD paulista para outras regiões do país, atrás de benesses governamentais ou de alívio da carga tributária nessa guerra fiscal empreendida pelos estados em busca de compensações pelo que impunha a lei.
Deveriam perguntar aos governantes passados porque o BNDES fechou suas portas aos empresários brasileiros e as escancarou para os grandes grupos estrangeiros durante o processo de privatização.

Da mesma forma que os produtores agrícolas sempre lamberam as botas dos governos que os pisava por falta de uma política agrícola ou de um planejamento de produção, transporte, preço e abastecimento e, principalmente por uma falta de justiça no acesso à terra, os empresários brasileiros reclamam dos governantes e os sustenta desde que o Brasil era uma colônia.  A maioria dos empresários brasileiros morria de medo do Lula chegar à presidência, diziam que se mudariam com empresa e tudo até para o Paraguay, numa clara declaração de que o Brasil só é bom para eles ganharem dinheiro, obterem lucro e vantagens. Veio o Lula e o país se tornou a quinta maior potência econômica do mundo, mas, os empresários continuam insatisfeitos e o tal congresso nacional não fala em reforma política ou tibutária.

O que será, que será?  

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domingo, 21 de novembro de 2010

Nassif: O porta-voz do ateísmo

Por Marco St.
Patrick Condell, escritor e comediante britânico se tornou um fenômeno na internet ao lançar vídeos com monólogos atacando as religiões (todas elas). Esses vídeos já ultrapassaram a mais de 50 milhões de exibições e ele meio que virou um "porta-voz do ateísmo." Toda a série pode ser encontrada no Youtube e já legendada. Por ser um tema explosivamente polêmico creio que seria interessante as pessoas daqui do blog comentarem. Enfim, como costuma dizer o próprio Condell, "Que Deus abençõe o ateísmo".







Fonte: Blog Luís Nassif Online

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A Folha deu um tiro no pé

*José Flávio Abelha

A grande novidade que O Globo exibiu hoje não pode ser considerada um "furo jornalístico", no jargão midiático. Quando muito, o carro-chefe dos Marinhos fez um buraco, e que estrago, na débil credibilidade de uns tantos periódicos e hebdomadários e, indo mais longe, na banda podre da mídia brasileira.

Quando a Folha insistiu em abrir o que ela pensava ser a caixa-preta da candidata Dilma e o STM negou, um pensamento me perseguiu até hoje, dia 19 de novembro de 2010: a insistência da Folha é um TIRO NO PÉ.
Elementar, meu caro Watson, preste a atenção na linguagem silenciosa dos detalhes!

Inês Etiene Romeu, irmã da minha saudosa amiga Beth, foi declarada desaparecida mas estava enterrada viva em um sítio nas cercanias de Petrópolis, onde ficou mais de 1 ano, tirante o antes, nas mãos carinhosas do famigerado delegado Fleury. Washington Alves, sua filha Jessy Jane e demais familiares foram presos, torturados, trocados por embaixadores e asilados na Suécia. Walkyria Afonso Costa, desapareceu nas margens do Rio Araguaia, até hoje insepulta. Em um edifício do Conjunto Santos Dumont, em Belo Horizonte, morava um senhor paraplégico, preso a uma cadeira de rodas e sem fala, tal qual foi entregue à família depois de meses de tortura. Era bancário, jovem, atuante no seu sindicato e participante dos movimentos de protestos contra a ditadura implantada no dia 1º de abril de 1964. E muitas outras vítimas do torturador Daniel Antonio Mitrioni e americanizado Dan Anthony Mitrioni ou Dan Mitrioni, que a CIA mandou para o o Brasil e Uruguai como "assessor agrícola" cuja função era ensinar a interrogar presos políticos, tão importante para os militares que mereceu nome de rua em Belo Horizonte, quando os Tupamaros o fuzilaram no dia 10 de agosto de 1970 no Uruguai, grupo esse chefiado pelo guerrilheiro José "Pepe" Mujica, hoje Presidente da República.

Por essa gota de informação, pode-se ver que uma assassina, assaltante e mais adjetivos que recebeu a candidata Dilma durante a recente campanha eleitoral, depois de torturada, não ficaria menos de três anos na prisão. Com o negro quadro biográfico que a oposição apresentou, a candidata seria hoje, tão somente, uma lembrança amarga para a família Rousseff, um nome numa lápide, se cadáver houvesse, haja vista que, atualmente, ainda existem cerca de 460 desaparecidos.

TIRO NO PÉ que a Folha deu, abrindo as portas do STM às várias famílias que desejam saber o que consta nos processos de seus entes, presos, torturados, desaparecidos.

Vamos saber agora porque o inesquecível Presidente Juscelino, depois de cada interrogatório no Forte Imbuí, urinava sangue e tomou um tiro no pé ao responder à idiota e humilhante pergunta: trabalhava? o que fazia?, ao que JK literalmente respondeu: entre outras coisas promovi você a coronel, seu filho-da-puta.
TIRO NO PÉ que a Folha deu, ao se ler palavras emblemáticas contidas no "secretíssimo" processo da assassina e assaltante Dilma Rousseff, que ponho em relêvo no texto abaixo:

1. Joana d'Arc da subversão. A padroeira da França também foi uma subversiva cujo castigo foi ser queimada viva. Passados mais de 400 anos, canonizada pelo Vaticano. Hoje é Santa Joana d'Arc.
2. Não se pôde COMPROVAR que tenha participado diretamente em nenhuma ação armada. Segundo os arquivos.

3. É uma figura feminina de expressão tristemente notável, mas com uma dotação intelectual bastante apreciável. (Dizem os arquivos que O Globo teve acesso). Sem parti pris, isso é um elogio e, convenhamos, "expressão notável" e "dotação intelectual bastante apreciável" não deixam de ser atributos positivos para uma pessoa que almeja ser Presidente.

4. Os grupos de inteligência das Forças Armadas não confirmaram sua participação direta em NENHUMA AÇÃO ARMADA, de acordo com os arquivos do Ministério Público Militar. Uma opinião pessoal: pode ser Presidenta ou seja lá o que for, neste episódio não se pode cogitar de uma "anistia", um deixa-pra-lá, um esquece, e sim, de um processo para que a tão decantada LIBERDADE DE OPINIÃO seja colocada nos trilhos. Uma coisa é Liberdade, outra, essa que vimos é Libertinagem.

5. Documentos que POUCO FALAM sobre vínculos de Dilma às guerrilhas urbanas contra a ditadura.
Concluindo, UM TIRO NO PÉ é pouco. Melhor dizendo, a Folha arrancou o próprio pé. Agora, o melhor a ser feito e meter a viola no saco e demitir o rapaz que serve o cafezinho na redação, autor das inverdades, mentiras assacadas contra a candidata Dilma. E os canalhocratas que repetiam tais afirmativas, naturalmente desejando implantar no Brasil uma canalhocracia finjam-se de morto, tirem umas férias, mandem a empregada dizer qualquer coisa, uma sugestão, férias em Paris. Pega bem, FHC deve estar lá tomando a sua champanhota.

Quando falam que a mentira tem pernas curtas, muitos não acreditam. Desta vez, a Folha pagou para ver. O STM mostrou. A Folha viu!!! O Brasil está vendo.

*Mineiro, autor de A MINEIRICE e outros livretes, reside na Restinga de Piratininga/Niterói, onde é Inspector of Ecology da empresa Soares Marinho Ltd. Quando o serviço permite o autor fica na janela vendo a banda passar.

Fonte: Blog Desabafo Brasil

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sábado, 20 de novembro de 2010

A vingança póstuma de Otavio Frias de Oliveira

Por Eduardo Guimarães

O homem fardado e a declaração na foto acima correspondem a Otávio Frias de Oliveira, o falecido fundador do jornal Folha de São Paulo. Imagem e palavras pertencem a momentos distintos de sua vida. Todavia, unidas explicam por que seu herdeiro Otavio Frias Filho, o “Otavinho”, foi resgatar em arquivos dos órgãos de repressão da ditadura militar as desculpas usadas por esta para prender e torturar Dilma Vana Rousseff, a presidente eleita do Brasil.

Frias de Oliveira lutou na Revolução Constitucionalista de 1932, que tentou dar um golpe de Estado contra Getúlio Vargas. Coerente com seu apreço pelo militarismo e pela derrubada de governos dos quais não gostava, apoiou o golpe militar de 1964. Nesse período, a Folha de São Paulo serviu de voz e pernas para os ditadores que se sucederiam no poder ao exaltá-los e ao transportar para eles seus presos políticos até os centros de tortura do regime.

No dia 21 de setembro de 1971, a Ação Libertadora Nacional (ALN) incendiou camionetes da Folha que eram utilizadas para entregar jornais. Os responsáveis acusavam o dono do jornal de emprestar os veículos para transporte de presos políticos. Frias de Oliveira respondeu ao atentado publicando um editorial na primeira página no dia seguinte, sob o título “Banditismo”.

Eis um trecho do texto:

“Os ataques do terrorismo não alterarão a nossa linha de conduta. Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca houve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social-realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama. [...] Um país, enfim, de onde a subversão -que se alimenta do ódio e cultiva a violência – está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa, que reflete os sentimentos deste. Essa mesma imprensa que os remanescentes do terror querem golpear.”

(Editorial: Banditismo – publicado em 22 de setembro de 1971; Octavio Frias de Oliveira).

O presidente da República de então era Emílio Garrastazu Médici. Nomeado presidente pelos militares, comandou o período mais duro da ditadura militar. Foi a época do auge das prisões, torturas e assassinatos de militantes políticos de esquerda pelo regime.

Apesar dos elogios de Frias de Oliveira à ditadura, segundo a Fundação Getúlio Vargas foi no governo Médici que a miséria e a concentração de renda ganharam impulso. O Brasil teve o 9º Produto Nacional Bruto do mundo no período, mas em desnutrição perdia apenas para Índia, Indonésia, Bangladesh, Paquistão e Filipinas.

O uso político que o jornal Folha de São Paulo começou a fazer neste sábado das desculpas da ditadura para prender e torturar impiedosamente uma garota de 19 anos que lutava para libertar seu país do regime de exceção constitui-se, portanto, em uma vingança póstuma de um homem que dedicou sua vida à uma luta incessante contra a democracia, obviamente por acreditar que o povo não sabia votar.


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Folha de São Paulo

20/11/2010

Dilma tinha código de acesso a arsenal usado por guerrilha
Revelação foi feita em 1970 sob tortura por ex-colega da petista na luta armada e confirmada por ele em entrevista
Grupo VAR-Palmares guardava em imóvel 58 fuzis e 4 metralhadoras; armamento foi roubado de batalhão do ABC
MATHEUS LEITÃO
LUCAS FERRAZ


DE BRASÍLIA

A presidente eleita, Dilma Rousseff, zelava, junto com outros dois militantes, pelo arsenal da VAR-Palmares, organização que combateu a ditadura militar (1964-1985).

Entre os armamentos, havia 58 fuzis Mauser, 4 metralhadoras Ina, 2 revólveres, 3 carabinas, 3 latas de pólvora, 10 bombas de efeito moral, 100 gramas de clorofórmio, 1 rojão de fabricação caseira, 4 latas de “dinamite granulada” e 30 frascos com substâncias para “confecção de matérias explosivas”, como ácido nítrico. Além de caixas com centenas de munições.

A descrição consta do processo que a ditadura abriu contra Dilma e seus colegas nos anos 70. A Folha teve acesso a uma cópia do documento. Com tarja de “reservado”, até anteontem ele estava trancado nos cofres do Superior Tribunal Militar.

Trata-se de depoimento dado em março de 1970 por João Batista de Sousa, militante do mesmo grupo de guerrilha do qual Dilma foi dirigente.

Sob tortura, ele revelou detalhes do arsenal reunido para combater a repressão e disse que Dilma tinha recebido a senha para acessá-lo.

Quarenta anos depois, Sousa confirmou à Folha o que havia dito aos policiais -e deu mais detalhes.
Dilma já havia admitido, em entrevista à Folha em fevereiro, que na juventude fez treinamento com armas de fogo. O documento do STM, porém, é a primeira peça que a vincula diretamente à ação armada durante a ditadura.

Procurada pela Folha, a presidente eleita não quis falar sobre o assunto.

O armamento foi roubado do 10º Batalhão da Força Pública do Estado de São Paulo em São Caetano do Sul (SP), de acordo com o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social).

A ação ocorreu em junho de 1969, mês em que as organizações VPR e Colina se fundiram na VAR-Palmares.

Sousa disse que foi responsável por guardar o arsenal após a fusão. Com medo de ser preso, fez um “código” com o endereço do “aparelho” -como eram chamados os apartamentos onde militantes se escondiam.

Para sua própria segurança e do arsenal, Sousa dividiu o endereço do “aparelho” em Santo André (SP) em duas partes.

Assim, só duas pessoas juntas poderiam saber onde estavam as armas. Uma parte da informação foi entregue a Dilma, codinome “Luisa”. A outra, passada a Antonio Carlos Melo Pereira, guerrilheiro anistiado pelo governo depois de morrer.

O documento registra assim a informação: “Que, tal código, entregou a “Tadeu” e “Luisa”, sendo que deu a cada um uma parte e apenas a junção das duas partes é que poderia o mencionado código ser decifrado”.

“Fiz isso para que Dilma, minha chefe na VAR, pudesse encontrar as armas”, diz, hoje, Sousa.
Tido pelos colegas como um dos mais corajosos da VAR-Palmares, Sousa afirma ter sido torturado por mais de 20 dias. Ficou quatro anos preso e, hoje, pede indenização ao governo federal.

Aposentado, depois de trabalhar como relações públicas e com assistência técnica para carros no interior de São Paulo, ele diz ter votado em Dilma. Na entrevista, chamou a presidente eleita de “minha coordenadora”.

“PONTOS”

Sousa contou que tinha três “pontos” -como eram chamados os locais e horas de encontro na clandestinidade- com Dilma nos dias seguintes à sua prisão. Mas disse que não entregou as datas e endereços durante as sessões de tortura -inclusive com choques elétricos na “cadeira do dragão”.
Sousa participou de operações armadas, como assaltos a bancos e mercados. “Informava todas as ações para Dilma com três dias de antecedência”, declarou.

Com a “dinamite granulada”, por exemplo, ele afirma ter feito bombas com canos de água “cortados no tamanho de quatro polegadas, com pregos dentro”.

Quando 18 militares à paisana cercaram seu “aparelho”, Sousa os recebeu com rajadas de metralhadoras e com as bombas caseiras. Um militar ficou ferido.

Os agentes conseguiram uma trégua após duas horas de intenso tiroteio.

Sousa diz que, meses depois, Dilma contou a ele que, quando ele não apareceu nos encontros previstos, ela usou o código para pegar o arsenal: Dilma e Melo encontraram a casa perfurada de balas e a rua semelhante a uma trincheira de guerra, com enormes buracos.

O depoimento registra 13 bombas jogadas contra os militares. Com um vizinho, Dilma e Melo descobriram que o companheiro esquerdista havia sido levado vivo pela repressão.
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Fonte: Blog Cidadania.com

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Pesquisa mostra futuro sombrio também para a TV aberta

Postado por Carlos Castilho em 3/11/2010 às 15:23:05

Não é mais novidade o fato de que os jornais impressos convencionais perdem cada vez mais leitores. O que poucos sabiam é que também a televisão aberta enfrenta um futuro sombrio diante do êxodo, cada vez mais intenso, dos espectadores com menos de 35 anos para a internet.

Este fenômeno ficou plasmado em números por meio de uma pesquisa feita nos Estados Unidos pelo instituto Harris e pela empresa WalltSt24/7, na qual os resultados apontam uma diferenciação crescente entre os hábitos informativos das gerações mais velhas e dos mais jovens. Segundo os especialistas, é aí que mora o perigo.

A pesquisa foi feita nos Estados Unidos e, portanto, seus resultados não podem ser transferidos automaticamente para a realidade brasileira. São grandes as diferenças culturais e econômicas, mas há uma tendência em comum, porque os modelos de negócios são idênticos. Assim, no caso brasileiro, os dados da pesquisa devem ser vistos como aproximações.

Nos Estados Unidos, o êxodo do público jovem das televisões abertas é mais intenso do que no Brasil, porque aqui a TV ainda é uma fonte majoritária de informações e entretenimento. Lá, 18% dos entrevistados adultos admitiram que assistem telejornais pela web, índice que sobe para 24% entre os mais jovens, com menos de 35 anos.

Dos 2.095 entrevistados acima de 18 anos, 3% dos mais maduros vêem televisão apenas no seu computador, enquanto este percentual sobe para 7% entre os mais jovens. A pesquisa apontou também uma tendência que deve provocar dores de cabeça entre os programadores e donos de emissoras de TV paga.

Há uma forte tendência dos espectadores de canais por cabo a acessar os sites noticiosos destes canais, na web. O problema é que no cabo o acesso é pago enquanto na web ele é gratuito, pelo menos até agora.

Tudo isto mostra que a TV aberta perde continuamente audiência, que migra para o cabo, que por sua vez perde público para a internet. No começo dos anos 1990, nada menos que 68% dos norte-americanos se informavam pelos telejornais. Hoje, esta proporção despencou para 56%, conforme uma pesquisa do Pew Research Center, citada pelo Observatório Europeu de Jornalismo.

Este mesmo processo de migração de público está na origem da crise nos jornais. Entre os entrevistados pela pesquisa do Harris, 81% das opiniões expressam a crença de que o declínio da imprensa convencional vai continuar e 55% estão convencidos de que os jornais desaparecerão até 2020.

Aqui no Brasil, a sobrevida da imprensa pode ser maior devido a fatores políticos, como auxílio governamental e outras formas de socorro financeiro. Também há o fator limitante do custo do acesso à internet, que ainda é muito maior do que nos Estados Unidos. A diferença está caindo, mas ainda é grande.

Tudo isto confirma mais uma vez o que as pesquisas e as estatísticas mostram de forma cada vez mais clara. O modelo da imprensa está mudando. Estamos num momento de transição, o que abre a perspectiva para uma maior participação do público. Uma participação mais prática e efetiva, por meio do uso das novas tecnologias, do que retórica, por meio de cobranças e questionamentos.


Fonte: Observatório da Imprensa

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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Folha de SP se assusta: após 8 anos, irmãos de Lula mantém vida modesta

Após 8 anos, irmãos de Lula mantêm vida modesta

Parentes moram em periferias, andam de ônibus e têm saúde frágil

Indiciado em operação da PF, Vavá diz que foi desmoralizado; Frei Chico espera o fim do assédio à família Silva

Lalo de Almeida – 28.out.2010/Folhapress

Genival Inácio da Silva, o Vavá, um dos seis irmãos vivos de Lula, no terraço de sua casa, em São Bernardo do Campo

FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO


Vavá tinha 108 canários do reino, hoje não resta nenhum. O motivo: os ratos de telhado que invadiam o viveiro do seu sobrado na periferia de São Bernardo do Campo, Grande São Paulo.

A casa simples onde mora Vavá, ou Genival Inácio da Silva, irmão do presidente Lula, é a mesma há 36 anos.

Às vésperas do segundo turno da eleição, ele conversou por uma hora com a Folha. De início, gritou para a mulher, que atendeu o portão, que não queria papo. Mas logo cedeu e convidou a reportagem a entrar.

Primeiro falou na apertada sala (5 m2), decorada com móveis tipo Casas Bahia, azulejo barato, uma TV grande e três quadros: uma foto oficial do presidente (com o autógrafo “Para o meu querido irmão Vavá, um abraço do Lula”); um retrato em preto e branco da mãe, dona Lindu, e um quadro bordado de uma mulher-anjo.

Depois, no terraço do primeiro andar nos fundos da casa, onde havia a criação, contou que os ratos arruinaram os canários e ele foi forçado a dar os que restaram.

Personagem do noticiário em 2007, quando foi indiciado pela Polícia Federal por tráfico de influência e exploração de prestígio na Operação Xeque-Mate (que investigou máfia de caça-níqueis), Vavá foi excluído da denúncia do Ministério Público.

“Os caras pensam que a gente é milionário. Quebraram a cara. Desmoralizam você, te jogam no lixo. Se não tiver cabeça, acabou.”

Aposentado como supervisor de transporte da Prefeitura de São Bernardo, pouco sai de casa. Ainda se ressente de seis cirurgias nos últimos anos (no fêmur e na coluna).

DUREZA

A poucos dias de Lula deixar a Presidência, após oito anos no cargo, os seus seis irmãos vivos moram em situação semelhante à de Vavá, alguns com maior dureza.

O primogênito, Jaime, 73, vive numa periferia pobre de São Bernardo, acorda diariamente às 4h30 e vai de ônibus para o trabalho, numa metalúrgica na Vila das Mercês, zona sul de São Paulo.

Marinete, 72, a mais velha das mulheres, que foi doméstica na juventude e hoje não trabalha, é vizinha de Vavá.

Quando a Folha o entrevistava, ela surgiu no terraço dos fundos do seu sobrado, colado ao dele, para checar um contratempo. “Não tem água. Acabou a água da rua e estou sem água”, queixou-se. “Marinete do céu, nenhuma das duas [da rua ou da caixa]?”, questionou Vavá.

O fotógrafo da Folha subiu no muro para checar o registro da caixa d’água. “Ó o sujeito… Ah, você não vai subir, não. Filhinho de papai, não sabe subir em muro”, gracejou Marinete.

Vavá, 71, é o terceiro. É seguido por Frei Chico (José Ferreira da Silva), 68, o responsável por introduzir Lula no sindicalismo. Metalúrgico aposentado, Frei Chico recebe ainda uma indenização mensal de R$ 4.000 por ter sido preso e torturado na ditadura. Presta assessoria sindical e mora em São Caetano.

Maria, a Baixinha, 67, e Tiana (cujo nome de batismo é Ruth), 60, a caçula -Lula, 65, está entre as duas-, completam a família. A primeira vive no mesmo bairro que Vavá e Marinete e não trabalha; Tiana, merendeira numa escola pública, mora na zona leste de São Paulo.

Esses são os sobreviventes dos 11 filhos de dona Lindu com o pai de Lula, Aristides -que teve vários outros filhos com outras mulheres.

SAÚDE

Todos os irmãos do presidente Lula têm problemas de saúde. Jaime e Maria enfrentaram cânceres. Frei Chico é cardíaco. Vavá tem complicações ósseas. Marinete está com uma doença grave que os irmãos não revelam.

“Só tem o Lula bom ainda”, afirma Frei Chico.

Os parentes dizem não receber auxílio financeiro do presidente e não se queixam disso. “Ele não foi eleito presidente para ajudar a família. Seria ridículo se desse dinheiro”, declara Vavá.

“Não tem o que dizer. O Lula tem a vida dele, temos a nossa. Ainda posso trabalhar, trabalho”, diz Jaime.
Frei Chico conta estar aliviado com o fim do mandato de Lula na Presidência. Ele acredita que vai cessar o assédio aos irmãos em busca de atalhos até o Planalto.

“Para nós, só tem a melhorar. Vamos ficar mais tranquilos em relação à paparicagem. É muita gente enchendo o saco, gente que achava que a gente podia fazer alguma coisa”, afirma.

Os irmãos não têm ilusão de que, ao deixar Brasília, Lula seja assíduo nas reuniões familiares. “Estamos envelhecendo, a família vai chegando ao fim e assumem os filhos e sobrinhos, a família lateral”, diz Vavá.
O consolo é pensar que o irmão famoso estará mais perto. “Ele disse que não vê a hora de voltar [para São Bernardo] para descansar um pouco. Ele está muito cansado. O Lula tem trabalhado muito”, afirma Marinete.

Fonte: Macfa's Blog

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sábado, 13 de novembro de 2010

Dois títulos e um só preconceito

Por Eduardo Guimarães

É ilegal, inconstitucional e pervertido o que fez a Folha de São Paulo na quinta (11) e na sexta-feira (12). Publicou dois textos cujos títulos denunciam seus autores. Ambos foram publicados na seção Tendências / Debates, na página A3.
Leandro Narloch (dia 11) é  jornalista e autor do livro "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" (LeYa). Foi repórter do "Jornal da Tarde" e da revista "Veja". Seu texto tem como título  “Sim, eu tenho preconceito”.
Janaina Conceição Paschoal é advogada e professora associada de direito penal na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Seu texto tem como título “Em defesa da estudante Mayara”.
Para sintetizar, excluindo o monte de bobagens preconceituosas e alguns dados – como descreveu uma leitora – “torturados”, Narloch rebelou-se contra o direito de voto aos nordestinos mais pobres difamados na internet por supostamente não entenderem de política, e Paschoal afirmou que quem inspirou Mayara a pregar assassinato de nordestinos foi Lula, argumentando para que não a punam por isso.
Não importa o que digam para tentarem dizer que não disseram o que efetivamente foi dito. Os títulos dos seus textos denotaram o que pensam. Um tem preconceito e a outra quer defender Mayara. Enfim, ambos distorcem fatos enquanto tentam dissimular o que escancaram num paradoxo absolutamente esquizofrênico.
Qual é o limite para o que um meio de comunicação pode fazer para aparecer e/ou para propugnar as idéias mais degeneradas que acalenta?
Quando a Folha ataca Lula, diz que ele é assassino, estuprador, cachaceiro, “tudo bem”. Lula é o presidente da República e, assim, tem muitos meios de reagir. Muitos mais do que supõe o jornal, como por exemplo um apoio dos “nordestinos” que vai além da idolatria e se fixa na racionalidade e na politização mais completas.
Agora, quando a Folha ajuda a difundir concordância e proteção a idéias racistas, segregacionistas, difamatórias, desumanas, assassinas, no mínimo, aí passa dos limites. De qualquer limite aceitável em uma sociedade que se pretenda civilizada.
O fato é que não se pode concordar mais com esse tipo de atitude.
Na última quinta-feira, na Câmara Municipal de São Paulo, participei de um ato público que ajudei a promover e que fiz de tudo para difundir desde a noite de 31 de outubro, quando o racismo explodiu de vez na internet. Foi um ato de desagravo aos nordestinos.
Não quis propugnar um ato de criminalização, nem de confrontação, nem de politização do problema. No Blog da Cidadania – que, conjunturalmente, encontra-se na UTI virtual por excesso de tráfego, mas que volta ao bom combate na próxima terça –, defendi que fosse um ato de solidariedade. O resultado foi que o racismo recrudesceu e ganhou roupagens de vítima daqueles que o combatem.
Penso que está na hora de o Movimento dos Sem Mídia, Organização que presido, propor atitudes de confrontação ao crime ideológico organizado. Não nos furtaremos ao papel que a história tem nos delegado.
Fonte: Blog Cidadania.com
 

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

PHA: Política social do Lula quebrou o Silvio


Como se sabe, o SBT não é uma rede de televisão.

O Boni costumava dizer que o SBT não tinha nem grade de programação.

Mas, sim, um conjunto de programas que não formavam um conjunto coerente e, portanto, comercializável.

O SBT não é uma rede, porque seu objetivo não é ganhar dinheiro como rede de televisão.

Mas, sim, ser um instrumento de venda dos produtos do grupo empresarial do Silvio.

O Silvio na TV vendia o Silvio fora da TV.

E o Silvio fora da TV era o maior anunciante da TV do Silvio.

Os produtos do Silvio fora da TV eram uma forma rudimentar de financiar a compra de bens duráveis.

O que funcionou enquanto havia inflação e faltava renda.

Quando a inflação acabou e o Governo Lula botou dinheiro no bolso da Classe “D” e a Classe “D” passou à Classe “C”.

E quando botou dinheiro no bolso da Classe “E” e uma parte da Classe “E” foi para a Classe “D”, o modelo de negócios do Silvio foi para o beleléu.

Além disso, houve o impressionante fenômeno da banqueirização.

Ou seja, com carteira assinada, as Classes “D” e “C” abriram conta em banco, passaram a ter cartão de crédito, começaram a se endividar e comprar bens duráveis com juros e condições mais razoáveis do que ofereciam os produtos do Silvio.

Para simplificar, o Lula quebrou o Silvio.

Sem querer, é claro.

Quem quebrou o Silvio foi o Silvio, que enchia o auditório de Classe “C” e Classe “D” e não percebeu que elas tinham mudado.

Fonte: Blog Conversa Afiada / Paulo Henrique Amorim

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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

G1: ‘Perdi tudo’, diz mulher que ateou fogo em casa para espantar perereca

Costureira afirma ter horror a esse tipo de anfíbio.
Incêndio acidental ocorreu na noite de terça, no interior de SP.


A costureira que ateou fogo em sua casa ao tentar espantar uma perereca afirmou nesta quarta-feira (10) que perdeu todos seus pertences. O incêndio ocorreu por volta das 22h30 de terça-feira (9), no bairro Vila Esperança, em Piquete, a 217 km de São Paulo.
Marli de Faria Rodrigues Alves, de 59 anos, se assustou ao ver, no banheiro próximo ao pequeno quarto onde vive sozinha, o anfíbio com cerca de 2 centímetros. “Não tenho medo de nada, moço, mas [ao ver] perereca eu atravesso a rua”, disse ao G1.

Para espantar o bicho, encharcou um pano com álcool, o amarrou a uma haste e tocou fogo. A mulher entrou no banheiro com a tocha improvisada em mãos. O plano, porém, não deu certo e a perereca, em vez de fugir, saltou na direção de Marli. “Dei um tapa e ela caiu sobre minha cama.”

Com medo, ela tentou novamente atingir o anfíbio com a chama, mas a tocha esbarrou na garrafa de álcool utilizado na criação da tocha. “Aconteceu uma explosão e o fogo atingiu tudo.”

Vizinhos chamaram o Corpo de Bombeiros e, enquanto o socorro não chegava, os próprios moradores ajudaram a costureira. “Eles não foram dez, foram onze”, brincou. Além da cama, Marli perdeu sua máquina de costura, televisão, DVD, aparelho de som, colchão e outros pertences. “Perdi tudo”, resumiu. Mas e a perereca, onde foi parar? “Ah, só Deus sabe”, afirmou, bem humorada, apesar da tragédia.

Fonte: G1

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INCRÍVEL, FANÁSTICO, INACREDITÁVEL!

Por Nélio Azevedo


Acredite se quiser, o ex-presidente norte-americano, George W. Bush irá lançar um livro, contando suas memórias.  Será que ele vai contar a verdade sobre o 11 de setembro?

 Será que ele irá nos dizer como foi que ele conseguiu mergulhar os Estados Unidos numa crise econômica de fazer inveja na crise de 29?

Será que ele irá nos brindar com as revelações sobre a invasão do Iraque e finalmente nos contará que descobriu o tal armamento de destruição em massa iraquiano?

Estou doidinho pra saber como foi que ele perdeu a hegemonia para os chineses e está entregando o mercado interno deles aos produtos manufaturados asiáticos, que geram empregos na Ásia e desemprego no território Yanke.

Estou ansioso para ver e comprar um exemplar desse tal livro que o vetusto diz ter escrito, darei de bom grado, como presente, ao primeiro inimigo que eu conseguir fazer. Serão pérolas da infâmia e da estupidez de um dos maiores idiotas que o mundo conheceu.

Acho que ao invés de usar tinta na sua impressão, irá usar o sangue dos milhares de civis inocentes mortos por pura sandice em terras de Sadan Hussein, pelos famigerados soldados de aluguel da Blackwater, como foram os massacres da Praça Nizour ou de Najaf.

Uma revelação eu tenho a certeza que estará nas páginas desse tesouro literário, as sessões de tortura em Abugraib e na Prisão de Guantánamo; o mundo não pode perder esse show de horrores em nome da segurança nacional e da tão almejada paz mundial.

O grande autor e candidato ao prêmio Nobel de Literatura ou da Paz, que até se tornar o presidente dos EUA não fala nem uma palavra em outro idioma que não seja o inglês do Texas, nunca tinha viajado para fora dos EUA e, talvez nunca tenha saído do Texas.

Essa dissidência da raça humana que pensava que o Brasil era um país com origens na África escreveu um livro. Desse jeito, não sei aonde iremos parar.

Segundo os cálculos dos críticos, ávidos pelo exemplar, o livro poderá ter até mais de três páginas, sendo que duas terão desenhos feitos pelo próprio autor, para colorir.

Durma-se com esse barulho.

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Carta aberta ao inteligente e campeão da ética

Por Nélio Azevedo

Carta aberta ao inteligente e campeão da ética, Senhor Otacílio M. Guimarães, Presidente do CREA. (Não seja preconceituoso e leia até o fim)

Não sou advogado de defesa do Lula, mas me sinto no direito de lhe enviar essa missiva, visto que me ofendi com a forma grosseira a que o senhor se dirigiu ao Presidente Lula, a tantas pessoas e ao Partido dos Trabalhadores.
O senhor se intitula o campeão da ética, me faz lembrar uma frase da minha querida e saudosa avó: “Elogio de boca própria é vitupério”!
Você se considera inteligente, mais do que os 52 milhões de abobalhados, asnos e analfabetos, no entanto ofende aos 80% que consideram o governo do Lula bom.
É normal que o senhor defenda os da sua classe, mas, algumas perguntas que o senhor faz estão direcionadas à pessoa errada. Porque o senhor não pergunta (ou interpela judicialmente) porque a Telemar deu tanta grana para o filho do Lula?
Porque o senhor não pergunta ao ex-governador Eduardo Azeredo como foi que começou a maracutaia do Mensalão?
Ah! A Dilma, ex-tanta coisa, sanguinária guerrilheira que pegou em armas, da mesma forma que George Washington, Bem Gurion, Fidel Castro e outros que tiveram que lutar contra o Estado quando este se tornou um Estado de Exceção, uma ditadura que faz com que pessoas se lancem em ações suicidas contra a opressão.
O tal cofre do Ademar estava cheio de dinheiro e, você como é tão inteligente deve saber a origem de tanta grana guardada em casa e não em um banco, né?
Aquele dinheiro devia ter uma origem bem obscura e, portanto, foi desapropriado pelo povo. A Dilma guerrilheira lutava contra aquilo que você e os Bolsonaro da vida defendem, um Estado terrorista que mata e tortura em nome da segurança nacional e da defesa dos interesses de um grupelho que mandou nesse país por quase cem anos.
Quanto ao assassinato do Celso Daniel e outros episódios, pergunte à justiça o porquê dela se curvar ao mando e desmando de um único homem; e, se ela o faz, não é justiça.
Afinal, você é ou não, filho de pais analfabetos, não consegui entender os parágrafos abaixo:
[ Pois eu lhe digo, senhor Luis Inácio: eu sou um brasileiro de 62 anos de
idade, não sou analfabeto, meus pais não eram analfabetos, eu recebi uma
educação doméstica, moral e formal para dizer ao senhor...]
["Neste país está para nascer alguém que venha querer discutir ética comigo.
Eu digo sempre o seguinte: sou filho de pai e mãe analfabetos.]
O senhor representa uma entidade que reúne profissionais da área de engenharia, uma boa quantidade deles está na direção de empresas que nunca se primaram pela ética e pela honestidade, visto que essas empresas, algumas das maiores sempre estiveram envolvidas em falcatruas e concorrências superfaturadas de cartas-marcadas que sangraram os cofres públicos e proporcionaram aos seus donos uma fabulosa riqueza.
Eu posso afirmar isso por ver estampados em páginas policiais os nomes dessas empreiteiras e por ter trabalhado por mais de duas décadas em algumas delas.
Lembra daquela reunião em que os representantes de algumas dessas empreiteiras foram filmados numa reunião em que se dividiam o bolo de obras públicas em São Paulo?
Lembra do preço do quilômetro do asfaltado de ruas em São Paulo que custava até 8 vezes o preço em outras capitais, nos tempos de governança do Quércia em que o Ceccato era secretário de obras?
Lembra da Braspetro, que tinha à frente ninguém menos que o senhor Paulo Maluf, que gastou milhões e não encontrou nem uma gota de petróleo?
Tem também a vergonha que foi o processo de privatização perpetrada pelo sociólogo-rei Dom Fernando Henrique Cardoso, em que grupos como o Oportunit se beneficiou de forma criminosa e, cadê o dinheiro da venda de tantas estatais?
Para clarear a memória, dá uma lida no livro “Brasil Privatizado” do Aloísio Biondi, tem dados do IBGE e da FGV que são elucidativos e fascinantes.
O tal Partido dos Trambiqueiros a que o senhor se refere não deu dinheiro ao Cacciolla nem ao Banco Marca, nem distribuiu dinheiro para comprar votos pela aprovação da reeleição, nem o senhor José Carlos Aleluia é do PT.
Só para completar, essa elite composta pelos bem-nascidos e diplomados vem administrando o país nesses quase 120 anos de República e olhe onde ele nos trouxe. Antes do governo Lula tínhamos mais de 60 milhões de miseráveis, devíamos mais de 200 bilhões de dólares ao FMI, tínhamos menos estudantes universitários que a Argentina e o México. Nosso país que era só para uma determinada classe, nunca teve homens de bem na direção, só homens de bens, que só querem os bens para eles e resto, a ralé, esse bando de encardidos que comam brioches quando o pão escassear.
Não senhor Otacílio, não acho que o senhor seja a pessoa mais indicada para discutir ética ou qualquer coisa que o senhor defenda. Não com uma pessoa que saiu lá dos mais baixos estamentos sociais e chegou ao cargo mais importante do país e fez o que conseguiu nesses oito anos mais do que os outros fizeram em mais 110 anos; porque o que o senhor defende é justamente o que manteve o povo brasileiro cabisbaixo por tanto tempo; logo o senhor que caminha com tanta altivez?!
Não. Vá discutir com outro que não tenha 80% de aprovação de seu governo, com outro que não tenha resgatado a auto-estima de um povo que sempre se sentiu como um vira-latas; não com um presidente que colocou o país num lugar de respeito entre as grandes nações do mundo.
Vá discutir com os que sempre mantiveram o país a reboque dessas nações, mendigando de pires na mão nos encontros do G8.
Não com o “cara” que não sabe de nada e trouxe o país ao posto de quinta economia do mundo. Não com o analfabeto que construiu mais universidades federais do que todos os outros presidentes juntos e que permitiu aos que nunca tiveram condições de estudar, realizar esse sonho através do Pró-Uni.
Não com quem tirou mais de 20 milhões de pessoas da pobreza com renda (salário) e programas sociais de transferência de renda que a oposição irresponsável chama de esmola e o resto do mundo aplaude e copia. Ou será que todos eles também são ignorantes e burros?
A elite e uma boa parte da safada classe-média só se sente rica se estiver rodeada de miséria.
Acho que vocês vão ter que rever alguns conceitos e preconceitos depois que o Lula sair do poder, porque, qualquer um que fizer menos que ele está condenado ao esquecimento e ao fracasso político, sendo cassado nas urnas, já  que a Lei da Ficha Limpa foi destroçada pelos principal representante dessa elite usurpadora.
Despeço-me com o desejo de que o senhor viva muito, para que possa assistir ao triunfo dos que trabalham e constroem a riqueza desse país e, que agora pode desfrutar dela como canta o saudoso Gonzaguinha na canção “Frutos”.
Assinado: Nélio A. Azevedo (um dos 52 milhões de abobalhados e ofendidos)  

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Um partido que desce pelo ralo

Por Nélio Azevedo

Quando o Presidente Lula disse que o Partido dos Democratas (DEM) deveria ser extirpado da política nacional, muita gente achou que ele pegou pesado, que teria sido truculento e coisa e tal.  Os eleitores parecem ter entendido e atendido ao pedido do presidente, se olhar o mapa do Brasil hoje, depois das eleições veremos que esse arremedo de partido conseguiu eleger somente dois governadores (Santa Catarina), numa competição caseira onde o vencedor, Raimundo Colombo, e a adversária mais próxima Ângela Amin, são farinha do mesmo saco e sempre foi reduto de alguns familiares do Esperidião e seus asseclas; já no Rio Grande do Norte onde a obscura candidatura de Rosalba Ciarlini levou a melhor.
Esse partido que tinha treze senadores, agora só tem seis representantes de Estados como Mato Grosso (Jaime Campos), Minas Gerais (Eliseu Resende), Goiás (Demóstenes Torres), Sergipe (Maria do Carmo Alves), Alagoas (Benedito de Lira) e, Tocantins (Kátia Abreu). Todos representantes das oligarquias agrárias e da UDR, que mandaram nesse país por muito tempo, que não percebendo o avanço do país rumo à Democracia, permaneceram na contramão da História e estão em rota de extinção. Em Minas Gerais, onde esse partido chegou a ter um número expressivo de prefeitos e vereadores, é o campeão de prefeitos cassados ou sob investigação, o escândalo envolvendo o governador Arruda/Roriz/Paulo Octávio, do Distrito Federal é só mais um; esse reincidente nas falcatruas arrastou com ele autoridades em todos os níveis para o xilindró.  Acabou sendo expulso do partido pelo birrento Rodrigo Maia.
Esse partido que vê sua bancada em todos os níveis encolher e desaparecer tinha 56 deputados federais, agora só tem 38, não apresenta candidato próprio a governador em vários estados, preferindo ser um apêndice do PSDB, nem apresenta candidato à presidente, andando sempre a reboque do PSDB. Só nos estados onde as atividades agrárias são o carro chefe da economia, baseando-se na presença dos grandes latifúndios e da monocultura para a exportação esse partido se apresenta ainda como força política, mas, já sente a presença de partidos de centro-esquerda tomar seu espaço à medida que a sociedade se organiza e se industrializa. O tripé latifúndio, monocultura e escravidão era o carro chefe do país na época da monarquia, hoje isso não tem lugar mais e, dizer que o pequeno produtor não compete com eles em termos de produtividade é uma falácia que não se suporta mais, sabe-se que a produção que garante o abastecimento interno de tudo que se consume no país é produzido pelos pequenos agricultores, pela agricultura familiar (algo em torno de 70% da produção), e essa maravilha toda da produção em grande escala se reduz à soja, gado e cana de açúcar, que têm como público consumidor o mercado externo.
Sua eterna luta pela posse da terra e os embates com organizações como o MST tem mostrado sua cara mais cruel, formando milícias armadas e, assassinando líderes camponeses. Em décadas do início do século passado esses grandes latifundiários invadiram terras devolutas no Pontal do Paranapanema e num processo contínuo que resultou na destruição de parques e reservas federais e estaduais, depois conseguiram legitimar a posse dessas terras, antes devolutas, através de benesses do governador Ademar de Barros, numa falcatrua que ficou conhecida como grilagem de terras, onde famílias eram expulsas ou mortas, a fauna e a flora destruídas e a terrível utilização até mesmo de desfolhante químico (Agente Laranja) fartamente usado pelos EUA no Vietnam.
Não podemos esquecer que esse partido tem se mostrado como principal aliado do PSDB de Serra, esse morto-vivo que arrasta consigo um fantasma maior ainda, o crédito de ter sido na sua versão original, -  ARENA – o partido político que deu sustentação à Ditadura Militar que permaneceu por mais de duas décadas na direção do país. Depois, se tornou PDS, que virou PFL e, hoje ironicamente se chamam Democratas, seria cômico se não fosse trágico.
Os eleitores reconhecem isso e as urnas mostram o quanto eles são importantes para a vida política do país, esse partido virou suco e desce agonizante pelo ralo da História.
   

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Brasil. Meu Brasil brasileiro...

Por Nélio Azevedo


Ao ler o livro “1822” do genial Laurentino Gomes, deparei com algumas informações que já conhecia dos meus tempos de estudante na UFMG e algumas que se revelaram pérolas dos anais da nossa surpreendente trajetória política e social.

Uma coisa a gente pode afirmar, não percorremos os caminhos mais próximos dos considerados normais que os demais países percorreram até se tornarem nações emancipadas e reconhecidas pela comunidade internacional.

Os fatores que apareceram como importantes no marco de fundação dos países estão a língua, a crença religiosa, a etnia e as lutas pela demarcação de suas fronteiras.

Cá em terras tupiniquim, falavam as línguas dos vários troncos lingüísticos indígenas (cerca de 600), o português, o francês, o holandês e uma mistura conhecida como língua brasílica, uma espécie de proto-esperanto, e todos se desentendiam em todas as línguas.

Havia uma grande competição entre as capitanias já que eram gerenciadas pela iniciativa privada – Capitães Hereditários – que nomeavam algum representante e com raros exemplos, sequer apareciam por aqui. O sistema de produção era encabeçado pela monocultura, latifúndio e mão-de-obra escrava; tudo em função da exportação.

Os produtos acabaram por definir periodicamente os ciclos da nossa economia, enquanto ia definindo nossa vocação e expandindo nosso território.

A integração dos indígenas e dos negros trazidos da África, como mão-de-obra escrava, trouxeram suas religiões primitivas, africanas e caribenhas que somadas aos cultos às entidades naturais e a um intenso sincretismo com a religião católica, não permitiram que ela  fosse hegemônica ou exclusiva, apesar de ser a religião oficial, ainda que capenga e desfigurada pelas manifestações populares e incompreensíveis, mas, aceitáveis pela Santa Sé.
Hoje o que assistimos é uma fuga dos adeptos do catolicismo para as religiões evangélicas que já somam mais de 60 milhões de pessoas, uma fuga de figuras das entranhas do clero através do escândalo ou da desistência da vida dura do sacerdócio. A dita maior nação cristã tem um déficit de padres e freiras que podem comprometer o futuro da religião.

Falar de etnias por aqui soa meio que uma perda de tempo, já que todos nós temos um pezinho na África, Europa, Ásia e Américas. Somos um povo miscigenado, graças ao Bom Deus, do mesmo modo que os lindos brancos europeus, só que eles não reconhecem e dão muita importância à cor da pele e dos olhos. Talvez ai, se revele o que temos de melhor, já que temos o sangue dos que se consideram tão bons ou melhores do que o resto do mundo.

Já as nossas lutas pela independência e pela manutenção de nosso território, só perdemos uma faixa insignificante de terras ao sul, conhecido hoje como Uruguai; no mais, até que saímos no lucro, crescemos e ultrapassamos em muito a delineação obrigatória do Tratado de Tordesilhas que reduziria o país a menos da metade. Esta configuração não foi conquistada sem lutas, não. Tivemos os chamados movimentos nativistas e rebeliões em número tão grande quanto os outros países tiveram, só que foram todos derrotados e seus participantes trucidados pelos imperadores e o sonho de se tornar uma República, a exemplo das ex-colônias da América espanhola, foi adiado por quase um século.

Quando nos tornamos um país de verdade, não aquele da independência em que a nação não passava de um presente do pai imperador para o filho sucessor, nos tornamos uma República onde havia uma mentalidade européia nas elites e uma mentalidade colonial no resto da população. Ao que parece esse comportamento persiste até os dias de hoje, onde temos uma camada mais rica da população que se sente superior aos pardos, pretos, indígenas e mulatos que sempre foram tratados como cidadão de segunda categoria. Sua história sempre foi contada a reboque dos grandes vultos da nação, nunca tiveram voz própria e nem espaço para se formar como parcela importante da população que deu seu sangue e suor para construir a riqueza da nação.

Demoramos mais de 500 anos para que essa imensa população tivesse acesso à escola superior; ao direito de consumir o que ela produz e ter uma casa para morar com dignidade.
Hoje o escravo moderno, o trabalhador assalariado, não precisa mais repetir em seus filhos a sua desventura profissional e seu terrível lugar na cadeia produtiva numa perpetuação do sistema escravista. O valor de escravo nos últimos anos da escravidão no Brasil era 16 vezes maior do que os gastos com um empregado de salário mínimo de hoje. Diante disso, o leitor pode tirar suas conclusões sobre essa perversa relação e o porquê da desvalorização do homem que produz.

Enquanto alguns povos são definidos por uma única coisa, nós temos uma variedade tão grande de coisas que nos definem e nos caracterizam que me parece, é fruto de nossa miscigenação, herdamos traços dos ibéricos, dos indígenas e dos negros africanos; como se não bastasse, recebemos uma boa dose de outras culturas ao receber imigrantes no início do século XX. O nosso tamanho continental nos permite ter muitos brasis, alguns inteiramente desconhecidos, outros mais integrados e, alguns em plena transformação.

Nessa diversidade foram concebidos conhecimentos que nos permitiram superar a falta de recursos materiais e o conhecimento tecnológico, tão comum e ao alcance das pessoas comuns em países mais ricos e desenvolvidos. Isso não nos tornou melhores ou piores do que os outros, apenas, nos colocaram num pé de igualdade que nos permitiu chegar aonde chegamos como povo e cultura. Não precisamos mais andar a reboque dos outros, não somos um povo coitadinho e temos a auto-estima elevada, não somente graças aos que nos permitiram ou concederam isso, graças à persistência e trabalho dessa brava gente brasileira.  

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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O PIG se afoga



Fonte: Grupo Cidadania.com

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Apesar de campanha dura, prevaleceram lições da democracia

Dilma Rousseff, que foi eleita presidente do Brasil no último dia 31
Taeco Carignato
De São Paulo

Terminadas as eleições, restam algumas lições. Apesar de termos presenciado uma campanha sórdida e rasteira baseada em mentiras, calúnias e difamações que deixou a nação brasileira em suspense durante um mês, prevaleceram as lições de democracia. Brasileiros e brasileiras, apesar das agressividades manifestas durante a campanha deste segundo turno, realizaram tranquilamente a sua escolha. Sem tumultos.

Outra lição que deduzimos destas eleições é: Os pobres sabem votar, sim! Maria Rita Kehl, naquele famoso artigo "Dois pesos...", que causou a sua demissão de O Estado de São Paulo, alertava às vésperas do primeiro turno quanto à desqualificação dos votos das classes D e E que seriam, segundo os opositores, frutos da "bolsa-esmola". Faço questão de ressaltar as suas palavras, já muito conhecidas pelos internautas:

"Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos."

Foi por esta conquista cidadã que os mais pobres votaram pela continuidade das políticas do Governo que ora se encerra. Porém, se para a presidência, eles escolheram pelo bolso e não pela consciência política a pessoa de Dilma Rousseff que representa seus interesses, por que não poderiam fazê-lo? Ora, a classe A não vota segundo seus próprios interesses? Quando as classes D e E escolhem candidatos segundo seus interesses, trata-se de compra de votos? Pior, as classes D e E são compradas por ninharias?

Terminadas as eleições, todavia, a desqualificação continua. Agora, salienta-se o perfil geográfico dos votos associado aos perfis econômicos regionais. Com uma ressalva: Minas Gerais e Rio de Janeiro foram deslocados ao Norte-Nordeste. A desqualificação dos votos dados à Dilma Rousseff, além do ranço preconceituoso, também busca suavizar a derrota do seu adversário a fim de mantê-lo no cenário político.

Serra, no seu discurso de despedida, embora falasse em humildade, ressaltou o "orgulho". Admitiu a derrota como todo bom político o faz, mas sem humildade também necessária a um bom político. O maniqueísmo da sua campanha também se manifestou em seu discurso, ao desejar que a sua adversária vitoriosa "faça bem para o nosso país". É, ao mesmo tempo, outra desqualificação: insinua que Dilma Rousseff "não sabe fazer as coisas direito", ou seja, não saberá governar.

É este orgulho paulista, no caso de Serra, de paulistano, que dominou a pauta de sua campanha. Não ser trata do orgulho a ser valorizado dos sem-cidadania citados por Maria Rita Kehl na conquista dos seus direitos. Trata-se do orgulho pernóstico dos e daqueles que se identificam com os poderosos, ou mais exatamente, trata-se da arrogância, da soberba. A arrogância paulista manifesta por Serra não achaca apenas os nordestinos, como também, nestas eleições, irritou os mineiros. A mensagem já havia sido dada: "Não mexa em Minas que Minas reage" (CartaCapital, 13/11/2010). No Rio de Janeiro, a campanha serrista provocou a animosidade sempre manifesta na rivalidade entre paulistas e cariocas nos campos de futebol.

Ou seja, com a campanha caluniosa e difamatória, Serra atirou no próprio pé. Seus discursos, recheados de mentiras, calúnias e difamações, acirraram a raiva, para não dizer o ódio, já que ainda quero ver, embora enganosamente, o povo brasileiro como um povo cordado e pacífico. A agressividade, a ferocidade que Serra destilou em sua campanha poderá voltar-se contra os paulistas e paulistanos por ele representados.

Mentiras, calúnias e difamações são instrumentos do ódio. Não foi à toa que a sua imagem demonizada "Xô, Satanás" circulou pela avenida Paulista nas comemorações de vitória da petista. Serra e seus marqueteiros criaram esse demônio. O demônio das calúnias e das difamações. E o que deveria ser apenas uma brincadeira para extravasar as tensões da luta política terminou em uma degola simbólica e na destruição do boneco. Uma violência que não partiu apenas dos apoiadores de Dilma Rousseff e do PT. A campanha de Serra estava recheada de violência contida.

Suas mentiras, calúnias e difamações mancharam a própria imagem pública. O portar-se como homem de família e do bem, beijando imagens santas, não lhe lavou a alma. Não enganou ninguém. Seu índice de rejeição, às vésperas do segundo turno, foi muito alto. Se o homem político José Serra continuar entendendo que se faz campanhas políticas com escândalos, mentiras, calúnias e difamações, com a arrogância disfarçada em religiosidade, é melhor dizer adeus e ficar em casa. Senão, a "guerra da bolinha" registrada em sua passeata no Rio de Janeiro não vai ficar somente na bolinha de papel e o "Xô Satanás" não será apenas simbólico. O Brasil não merece isso.


Taeco Toma Carignato é psicóloga, psicanalista e jornalista. Doutora em psicologia social (PUC-SP) e pós-doutora em psicologia clínica (USP), é pesquisadora do Laboratório Psicanálise e Sociedade (USP) e do Núcleo de Pesquisa: Violência e Sujeito (PUC-SP).

Fonte: Terra Magazine 

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

OAB processa jovem por racismo no Twitter

No último domingo, estudante de direito paulista publicou mensagens que incentivavam o assassinato de nordestinos
 
São Paulo – A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Pernambuco (OAB-PE) entrou com uma ação uma jovem paulista acusada de publicar mensagens racistas no Twitter e no Facebook. Segundo a OAB-PE, a estudante de direito Mayara Petruso teria iniciado uma série de ataques contra os nordestinos no domingo (31), após a eleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

Depois de atribuir a vitória da petista à votação obtida pela candidata nos estados do Nordeste, Mayara publicou em sua conta mensagens como “Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Após o anúncio do resultado das eleições, uma série de mensagens preconceituosas e difamatórias contra nordestinos foram publicadas no microblog. O site “Xenofobia Não” capturou e republicou algumas delas. O assunto apareceu entre os Trending Topics do Twitter na noite de domingo.

Mayara deverá responder por crime de racismo e incitação pública de prática de crime, com penas previstas de dois a cinco anos e de três a seis meses ou multa. A jovem excluiu suas contas no Twitter e no Facebook, redes sociais em que ela publicou os ataques.

Fonte: Exame.com

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

'Não há justificativa científica para proibir a maconha' - Saúde - Notícia - VEJA.com

'Não há justificativa científica para proibir a maconha' - Saúde - Notícia - VEJA.com

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