sábado, 18 de junho de 2011

Banda larga deveria ser para todos, diz Lula


Brasília – O Brasil precisa fazer da banda larga um direito de todos, disse o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da cerimônia de abertura do 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, em Brasília.

Segundo ele, o número de computadores e usuários de internet no país ainda não é satisfatório. “Temos menos computador e gente na internet quanto deveríamos ter, mas estamos no processo de avançar. Estou convencido de que a presidenta [Dilma Rousseff] vai continuar trabalhando com mais força e mais vigor para que consigamos fazer da banda larga um direito de todos, inclusive das pessoas que não têm dinheiro para pagar”, falou ontem no evento de blogueiros.

Para Lula, a internet deveria ser popularizada, principalmente para fins educacionais. De acordo com o ex-presidente, 55 mil escolas públicas urbanas têm computadores com banda larga, bem diferente da situação na área rural. “Estamos em falta com as escolas do campo”, afirmou.

Ovacionado pelos participantes do evento, Lula fez questão de enfatizar a importância que os blogueiros tiveram durante seu governo. “Não vou esquecer nunca o papel que vocês [blogueiros] tiveram na defesa da liberdade de expressão durante os oito anos do meu governo e nas eleições”.

Ao discursar, o ex-presidente disse ainda que os blogueiros evitaram a manipulação da sociedade durante a campanha eleitoral do ano passado. “Não me importo que critiquem o governo, mas me preocupo com as inverdades. Vocês evitaram que a sociedade brasileira fosse manipulada como há muito tempo vinha sendo”.

Fonte: Info

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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Manual da Imprensa Golpista

Jovem estudante de jornalismo, não se iluda: a profissão que abraçará, à diferença de todas as outras neste país em processo de euforia econômica, oferece muito poucos bons empregos – entendam-se empregos em empresas que ofereçam perspectivas de ascensão profissional e econômica.

E os poucos empregos promissores que existem, nem são tão bons porque obrigarão o jornalista neófito a violar os princípios éticos que lhe forem ensinados na universidade e a própria dignidade, tendo que curvar a espinha a cada edição do veículo em que for trabalhar. E em qualquer vertente do jornalismo da grande imprensa.

Essa situação se deve à concentração da propriedade de meios de comunicação, à propriedade cruzada desses meios e dos critérios políticos para entrega de concessões públicas de rádio e tevê a algumas poucas famílias que controlam toda a grande mídia brasileira.

Acima de todas essas famílias midiáticas, míseras quatro controlam o “centro nervoso” da comunicação no Brasil: as famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita. Depois delas, mais umas três ou quatro formam tentáculos dos quais se ramificarão mais algumas dezenas de empresas de médio e pequeno porte que reproduzirão o que veicular o tronco dessa árvore cartelizada da comunicação.

A oportunidade de conseguir algum dos poucos empregos nesses veículos só existirá na medida em que você, caro estudante de jornalismo, estiver disposto a seguir um manual que vai mudando de personagens através dos anos, mas que mantém sempre os mesmos “princípios”.

Esse manual se baseia, acima de tudo, em crenças e conveniências político-ideológicas e econômicas das famílias midiáticas. E como essas empresas se amparam em benesses que conseguiram institucionalizar no Brasil por terem permanecido “amigas” do Estado por décadas incontáveis, tudo passa pela postura político-ideológica do candidato a emprego.

Se você, estudante de jornalismo, desviar-se dos ditames dessa postura, estará condenado a se tornar assessor de imprensa de empresas, políticos ou celebridades, ou a tentar a imprensa dita “alternativa”, que mal consegue sobreviver justamente porque os recursos públicos são uma espécie de monopólio das famílias supracitadas.

A seguir, leia e entenda esse manual de corrupção e submissão da alma. E decida se é o que quer para você.

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MANUAL DA IMPRENSA GOLPISTA

1 – Ser antipetista, mas sempre se dizendo um petista “arrependido devido à corrupção do governo Lula”.

2 – Afirmar que o êxito econômico e social do Brasil durante o governo Lula é mérito do governo FHC, ignorando todas as catástrofes sociais e econômicas que ocorreram no governo tucano.

3 – Afirmar que a ditadura militar de 1964 foi implantada para “impedir uma ditadura comunista no Brasil”, mas sem jamais perguntar onde estão as provas disso.

4 – Afirmar que a Venezuela é uma ditadura mesmo a despeito de que vige o voto livre no país e de que nenhuma das suas muitas eleições sofreu qualquer questionamento sério, tendo sido todas referendadas por observadores internacionais.

5 – Condenar previamente todos os petistas envolvidos no escândalo do mensalão – José Dirceu à frente – com base apenas no fato de que estão sendo julgados. E afirmar, peremptoriamente, que Lula foi o mentor de tudo.

6 – Dizer que todas as absolvições de petistas e aliados em processos judiciais decorrentes de escândalos inflados ou inventados pela mídia são produto de farsa jurídica, enquanto usa as absolvições jurídicas de tucanos para denunciar que foram vítimas de armações políticas.

7 – Jamais investigar qualquer denúncia contra o governo paulista ou contra qualquer tucano, limitando-se a fazer uma matéria meio antipática a cada seis meses ou um ano só para disfarçar, enquanto produz ataques diários a petistas e aliados.

8 – Afirmar que Lula foi culpado pelos desastres dos aviões da TAM e da Gol apesar de que as investigações e perícias mostraram que foram culpa de pilotos e do equipamento.

9 – Afirmar que Antonio Palocci violou o sigilo do caseiro Francenildo apesar de o atual ministro-chefe da Casa Civil ter sido absolvido pela Justiça.

10 – Ficar do lado da Itália e contra o Brasil na questão da extradição do ativista italiano Cesare Battisti, assumindo cada argumento italiano in limine e criticando sempre os motivos do governo brasileiro, ignorando qualquer argumento em contrário.

11 – Ficar sempre a favor de golpes ou tentativas de golpes de Estado contra governos de esquerda, como no caso de Honduras, Venezuela ou Bolívia, e ficar no mínimo isento em casos assim quando o governo for de direita.

12 – Sempre lembrar com muito, mas muito maior ênfase o que persiste de ruim no Brasil do que o que melhorou, atribuindo todos os problemas históricos do país ao governo Lula, acusando-o por não resolvê-los de uma vez e desconsiderando o que fez para diminui-los como nenhum outro governo.

13 – Sempre puxar o saco de FHC apesar de ele ser rejeitado por quase 80% da opinião pública, segundo as pesquisas sobre sua popularidade.

14 – Sempre tratar Serra como vítima do PT, apesar de ser talvez o político mais beligerante do país ao lado de Ciro Gomes.

15 – Sempre afirmar que o PT fez, sim, dossiês contra o PSDB, apesar de jamais ter surgido uma única prova cabal dessa hipótese.

16 – Sempre dizer que o estilo discreto de Dilma agrada mais a todos do que a “verborragia” de Lula, mas sempre sem dizer de onde tirou a informação.

17 – Garantir que Serra não foi atingido por uma bolinha de papel na campanha eleitoral passada, mas por um rolo de fita crepe pesando 1 quilo, ignorando as perícias de universidades dizendo o contrário.

18 – Bloquear, em colunas de cartas de leitores, quase todas as manifestações favoráveis ao PT ou a governos do “eixo do mal” de outros países, ou seja, de Cuba, Venezuela, Irã e Bolívia. E, ao mesmo tempo, brandindo sempre intenções de petistas de promoverem “censura”.

19 – Ser visceralmente contra cotas para negros nas universidades, afirmando sempre que formados através dessas cotas serão profissionais inferiores, apesar dos estudos das universidades que mostram que cotistas se saem igual ou melhor do que os não-cotistas.

20 – Tratar o MST como uma organização criminosa violenta apesar de os sem-terra serem vítimas de atrocidades homicidas praticadas pelos latifundiários, que dificilmente sofrem violência física na disputa pela terra.

21 – Entender, aceitar e defender a premissa de que jornalista que quer ganhar dinheiro e ser famoso hoje no Brasil só pode ter uma opinião: a do patrão.

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Deve faltar muita coisa nesse “manual” de antijornalismo da Imprensa golpista. Quem se lembrar de algo que não tenha sido mencionado pode complementar a lista, que irá sendo aumentada conforme as sugestões não-repetidas forem chegando.

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SUGESTÕES DOS LEITORES

22 – Afirmar, categoricamente, que o Bolsa Família significa “Bolsa Esmola” e que irá transformar milhões de brasileiros em vagabundos que vivem às custas do Estado.

23 – Definir o Lula como um sapo bêbado sortudo que surfou na maravilhosa economia global durante todo o seu mandato.

24 – Insistir que o Lula é quem considerava a Dilma um poste sem a menor qualificação para o cargo de presidenta do Brasil.

25 – Afirmar que os blogueiros independentes são todos petistas, indistintamente, e que recebem benesses do PT de forma direta ou indireta.

26 – Dizer que o Brasil é uma república sindicalista e portanto os sindicatos são todos pelegos e vivem às expensas do Estado brasileiro.

27 – Repetir o mantra neoliberal do Estado Mínimo, mesmo sabendo que até mesmo no maior país capitalista do mundo, os EUA, o Estado tem intervido na economia.

28 – As fotos publicadas de esquerdistas devem causar repulsa, ao contrário das dos representantes da direita.

29 – Ler diariamente a coluna do Merval em O Globo, assistir religiosamente a Míriam Leitão no Bom Dia Brasil, da Globo, e ouvir, com fervor, o comentário do Jabor na CBN. E repetir, em seus textos e conversas, todos os argumentos desenvolvidos por esses luminares da grande mídia brasileira.

30 – Insistir dia sim e outro também que a Dilma foi eleita pelos votos dos miseráveis analfabetos.

31 – Afirmar que Lula aparelhou o estado, nomeando os companheiros para os cargos públicos.

32 – Sempre que surgir qualquer fato negativo em alguma esfera de governo, mencionar com destaque se o partido responsavel for de esquerda ou algum aliado, caso contrario não mencionar o Partido.

33 – Sempre fazer manchetes com uma segunda parte, mais ou menos assim: Governo tira 100% da miséria, mas ricos estão perdendo terreno.

34 – Afirmar que o Banco Panamericano recebeu recursos via Caixa a mando do Lula pra eleger a Dilma via SBT.

35 – Afirmar, categoricamente, que Dilma é a favor do aborto, que defende a morte, mas que a classe alta (por exemplo, mulher do Serra) pode fazer aborto – no Chile, é claro.

36 – Insinuar, em toda oportunidade que for possível, que o ex-presidente Lula tem falha de caráter, é alcoólatra e foi conivente com a corrupção.

37 – Para fazer futrica política entre Dilma e Lula, afirmar sempre que o governo Dilma é eficiente e discreto, ao contrário do governo do presidente Lula, que falava demais e não respeitava a liturgia do cargo.

38 - Afirmar sempre que o sonho de todo petista é censurar a impoluta, imparcial e magnânima mídia conservadora brasileira, esta sim a verdadeira defensora da democracia e dos interesses dos pobres, fracos e oprimidos do Brasil.

39 – No período das eleições para qualquer cargo, seja para prefeito, governador ou presidente, não ter a menor vergonha na cara e culpa de consciência de agir como militante político da direita, inclusive podendo transformar a redação e o meio de comunicação em comitê de campanha contra os petistas.

40 – Na eleições, dar todo o destaque a qualquer denúncia contra qualquer petista, de qualquer nível e transformar imediatamente o caso em escândalo político nacional; já se a denúncia for contra tucano ou demo, ignorar o assunto, por mais grave que seja, ou, se não der para esconder, dar algumas notinhas e sumir com o assunto da pauta o mais rápido.

41 – Nos temas mais técnicos ou polêmicos, mencionar a “opinião insuspeita” de “especialistas reconhecidos”; sempre e quando os tais “especialistas” tenham, exatamente, a mesma opinião do baronato da mídia e, de preferência, tenham vínculo notório e inegável com a oposição e o conservadorismo.

42 – Sempre esconder os crimes contra a Humanidade praticados semanalmente pelo Estado de Israel contra o Povo Palestino ao mesmo tempo em que retrata os israelenses como vítimas inocentes do povo árabe.

43 – Publicar documentos falsificados de petistas e argumentar que não pode garantir que sejam verdadeiros, mas tampouco comprovar que são falsos.

44 — Nunca tocar em escândalo se envolver alguém que tenha parentesco ou proximidade com um colega com algum partido da direita, mas somente da direita, mas, caso seja o contrário, dê enfase para desacreditar o colega.

45 – Caso não tenha competência para falar rebuscadamente o que quer o patrão e vá aparecer na mídia televisada, aprenda a fazer caras e bocas quando citar um político de esquerda.

46 – Se um antigo coronel de modos suspeitos de se conduzir na política se bandear para a esquerda, arreie o pau nele e quem estiver com ele diuturnamente. Nos outros, seus antigos pares, mas que ainda estão mais à direita, não!

47 -A cada seis meses, lembrar do sofrimento dos judeus no regime nazista, mas deixar de lado outros holocaustos, como o dos índios na América ouu o dos negros trazidos d’a África para a América. E dos índios brasileiros.

48 – Se for escrever uma denuncia contra petistas, escreva “acusação”; ser for obrigado a escrever uma denúncia contra demotucanos, classifique como “Dossiê político”.

49 – Colocar a culpa no Lula e na Dilma pelas enchentes no Rio e jogar a culpa em Deus e em São Pedro pelas enchentes em São Paulo.

50 – Definir o DEM como sendo mesmo um partido de democratas e defensores dos trabalhadores. Dizer que Roberto Freire jamais foi contra o neoliberalismo que o PSDB sempre defendeu e ainda defende. Dizer que o PPS é mesmo o PPS e não o PSDB e o DEM.

51 – Se apariçao publica do politico amigo do patrão for um completo fiasco, com uma meia duzia de gatos pingados pagos para poder marcar presença, a câmera deverá focalizar apenas o amigo do patrão.

Se apariçao publica do politico nao amigo do patrão for um completo sucesso, com uma multidão de pessoas voluntarias e por vontade propria marcando presença, a camera dever se focar apenas no nao amigo do patrão, a multidão deve ser escondida.
Fonte: Blog Cidadania.com

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quarta-feira, 1 de junho de 2011

O caseiro do Piauí e a camareira da Guiné

Nascido no Piauí, Francenildo Costa era caseiro em Brasília. Em 2006, depois de confirmar que Antonio Palocci frequentava regularmente a mansão que fingia nem conhecer, teve o sigilo bancário estuprado a mando do ministro da Fazenda.

Nascida na Guiné, Nafissatou Diallo mudou-se para Nova York em 1998 e é camareira do Sofitel há três anos. Domingo passado, enquanto arrumava o apartamento em que se hospedava Dominique Strauss-Kahn, foi estuprada pelo diretor do FMI e candidato à presidência da França.

Consumado o crime em Brasília, a direção da Caixa Econômica Federal absolveu liminarmente o culpado e acusou a vítima de ter-se beneficiado de um estranho depósito no valor de R$ 30 mil. Francenildo explicou que o dinheiro fora enviado pelo pai. Por duvidar da palavra do caseiro, a Polícia Federal resolveu interrogá-lo até admitir, horas mais tarde, que o que disse desde sempre era verdade.

Consumado o crime em Nova York, a direção do hotel chamou a polícia, que ouviu o relato de Nafissatou. Confiantes na palavra da camareira, os agentes da lei descobriram o paradeiro do hóspede suspeito e conseguiram prendê-lo dois minutos antes da decolagem do avião que o levaria para Paris ─ e para a impunidade perpétua.

Até depor na CPI dos Bingos, Francenildo, hoje com 28 anos, não sabia quem era o homem que vira várias vezes chegando de carro à “República de Ribeirão Preto”. Informado de que se tratava do ministro da Fazenda, esperou sem medo a hora de confirmar na Justiça o que dissera no Congresso. Nunca foi chamado para detalhar o que testemunhou. Na sessão do Supremo Tribunal Federal que julgou o caso, ele se ofereceu para falar. Os juízes se dispensaram de ouvi-lo. Decidiram que Palocci não mentiu e engavetaram a história.

Depois da captura de Strauss, a camareira foi levada à polícia para fazer o reconhecimento formal do agressor. Só então descobriu que o estuprador é uma celebridade internacional. A irmã que a acompanhava assustou-se. Nafissatou, muçulmana de 32 anos, disse que acreditava na Justiça americana. Embora jurasse que tudo não passara de sexo consensual, o acusado foi recolhido a uma cela.

Nesta quinta-feira, Francenildo completou cinco anos sem emprego fixo. Palocci completou cinco dias de silêncio: perdeu a voz no domingo, quando o país soube do milagre da multiplicação do patrimônio. Pela terceira vez em oito anos, está de volta ao noticiário político-policial.

Enquanto se recupera do trauma, a camareira foi confortada por um comunicado da direção do hotel: “Estamos completamente satisfeitos com seu trabalho e seu comportamento”, diz um trecho. Nesta sexta-feira, depois de cinco noites num catre, Strauss pagou a fiança de 1 milhão de dólares para responder ao processo em prisão domiciliar. Até o julgamento, terá de usar uma tornozeleira eletrônica.

Livre de complicações judiciais, Palocci elegeu-se deputado, caiu nas graças de Dilma Rousseff e há quatro meses, na chefia da Casa Civil, faz e desfaz como primeiro-ministro. Atropelado pela descoberta de que andou ganhando pilhas de dinheiro como traficante de influência, tenta manter o emprego. Talvez consiga: desde 2003, não existe pecado do lado de baixo do equador. O Brasil dos delinquentes cinco estrelas é um convite à reincidência.

Enlaçado pelo braço da Justiça, Strauss renunciou à direção do FMI, sepultou o projeto presidencial e é forte candidato a uma longa temporada na gaiola. Descobriu tardiamente que, nos Estados Unidos, todos são iguais perante a lei. Não há diferenças entre o hóspede do apartamento de 3 mil dólares por dia e a imigrante africana incumbida de arrumá-lo.

Altos Companheiros do PT, esse viveiro de gigolôs da miséria, recitam de meia em meia hora que o Grande Satã ianque é o retrato do triunfo dos poderosos sobre os oprimidos. Lugar de pobre que sonha com o paraíso é o Brasil que Lula inventou.
Colocados lado a lado, o caseiro do Piauí e a camareira da Guiné gritam o contrário.

Se tentasse fazer lá o que faz aqui, Palocci teria estacionado no primeiro item do prontuário. Se escolhesse o País do Carnaval para fazer o que fez nos Estados Unidos, Strauss só se arriscaria a ser convidado para comandar o Banco Central. O azar de Francenildo foi não ter tentado a vida em Nova York. A sorte de Nassifatou foi ter escapado de um Brasil que absolve o criminoso reincidente e castiga quem comete o pecado da honestidade.

Fábio Batista

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Ministro da Educação defende livro que trata de erros de português

Fernando Haddad diz que exercícios buscam levar adulto da norma popular à culta

O Ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira,31, o livro didático de português Por uma Vida Melhor, indicado para escolas públicas, criticado por supostamente ensinar erros de gramática aos alunos.

Chamado para esclarecer o assunto na Comissão de Educação do Senado, Haddad se disse “assustado” com a discussão sobre o livro, dizendo que “a maioria ou a totalidade” dos críticos não havia lido o livro.
Ele sustentou que o material, destinado à alfabetização de adultos, teve aceitação “unânime” de “dezenas de especialistas, professores, ex-reitores e associações”.

- O livro parte de uma realidade comum aos adultos que voltam à escola e traz o adulto para a norma culta por meio de exercícios, nesse capítulo, que pede ao estudante que faça a tradução da linguagem popular para a norma culta. Todos os exercícios do livro têm essa direção.

O livro causou polêmica por defender frases com erro de concordância, como “nós pega o peixe”, em uma lição que apresentava a diferença da norma culta e a falada.

No texto, a autora da obra afirma que os alunos podem falar do “jeito errado”, mas devem dominar as regras da norma culta e ter atenção quanto ao seu uso.

- Você pode estar se perguntando: "Mas eu posso falar 'os livro?'. Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas.

Seleção

Antes, no início de sua fala, o ministro explicou como funciona o processo de escolha dos livros pelas escolas públicas. Em resumo, o ministério primeiro lança um edital, os autores apresentam livros, que são analisados sem identificação de autor ou editora. A análise é feita por 192 comissões em dez universidades públicas.
Os livros aprovados são oferecidos para as escolas, que podem escolher aqueles que preferirem na internet. O MEC entra para negociar a compra junto às editoras.

- Ninguém é obrigado a concordar com essa metodologia de seleção. Pode propor para mudar.
Ao final de sua fala, o ministro cometeu um deslize, justamente de concordância. Chegou a falar “os livro didático”, sem se corrigir depois.

Agência Brasil

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Professora do RN critica educação no estado e vira “heroína” nas redes sociais

Um vídeo que mostra a professora Amanda Gurgel criticando a situação da educação no Rio Grande do Norte durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados de seu estado fez com que a professora ganhasse admiradores por todo o país.

O vídeo que mostra a fala de Amanda teve 180 mil visualizações no YouTube desde o dia 14, quando foi postado, e seu nome ficou entre os “trending topics” do Twitter - a lista dos temas mais comentados da rede social - entre quarta e quinta-feira.

Amanda mostrou seu contracheque de R$ 930 aos deputados e enumerou algumas das dificuldades encontradas pelos professores no estado, além dos baixos salários: transporte precário, salas de aula superlotadas e até a proibição aos professores de comerem a merenda oferecida aos alunos.

A professora também criticou a secretária de Educação do RN, Betânia Ramalho. “A secretária disse que não podemos ser imediatistas, que precisamos pensar a longo prazo. Mas a minha necessidade de alimentação é imediata”, disse. “Pedimos respeito, pedimos que a senhora não vá à mídia pedindo flexibilidade, como se fôssemos responsáveis pelo caos”, afirmou, referindo-se à greve da categoria.

Com uma fala segura e firme, Amanda disse que não sentia vergonha de mostrar seu contracheque ao público presente na audiência. “Quem deveria estar constrangido são vocês”, disse, dirigindo-se aos deputados e à secretária Betânia.

Veja o depoimento da professora Amanda Gurgel:



Fonte: Yahoo Notícias

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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Genoino, emocionado, recebe a Medalha da Vitória, numa cerimônia que manchou a memória dos pracinhas que morreram na Itália

Carlos Newton

No último Dia das Mães, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deu um presente homoafetivo a seu assessor José Genoino, ao condecorá-lo como a Medalha da Vitória, exclusiva a “ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira  e civis que tenham prestado serviços relevantes ou apoiado o Ministério da Defesa no cumprimento de suas missões constitucionais”.

Por favor, não entendam mal. Quando se usa a expressão “homoafetivo”, é sem conotação sexual, mostrando apenas a afetividade que hoje (sem interesse de parte a parte) existe entre o maior representante das Forças Armadas e o antigo guerrilheiro que tanto lutou, de armas na mão, para tirar os militares do poder.

“Olha, tem acontecido tanta coisa na minha vida e na história do Brasil que a gente só tem que acreditar no Brasil e no futuro, porque muita coisa surpreendente vem acontecendo positivamente”, desabafou Genoino, com os olhos marejados de emoção, comemorando a soma de seu salário de assessor com a aposentadoria que recebe da Câmara Federal, superior a R$ 20 mil por mês. Só faltou dizer, fazendo rima: “O ministro Jobim é uma mãe para mim”.

Já o titular da pasta da Defesa aproveitou a cerimônia para passar ao ataque. Fez questão de ele próprio condecorar Genoino, e declarou solenemente: “O que o Brasil deseja fazer é um grande ajuste de contas com seu futuro. O Brasil não quer retaliar seu passado”. E deu um comovido abraço em seu protegido.

Emocionante, se não fosse uma ofensa à cidadania, um escárnio aos cidadãos de bem, uma bofetada na face de quem trabalha honestamente para se manter, ao invés de abrir os bolsos para a corrupção e sair colocando dólares até na cueca, como aconteceu com o assessor do irmão de Genoino, na época do Mensalão.

Assim como todo cidadão é inocente até prova em contrário, todo cidadão denunciado à Justiça só é inocentado quando sua absolvição transita em julgado. Como se pode conceder a mais honrosa condecoração militar a quem está respondendo a processo no Supremo Tribunal Federal por corrupção e formação de quadrilha? Esse tipo de comportamento, sem dúvida, deveria significar a demissão do ministro, antes mesmo de concretizar o ato. Mas quem se interessa por isso?

Podíamos então indagar, mais uma vez: Que país é esse, Francelino Pereira? E ele responderia: “Pergunte ao Renato Russo, que era de Brasília”.

Fonte: Tribuna da Imprensa

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

O Domingo sangrento em Bagdá

Por Nélio Azevedo
Dezesseis de setembro de 2007, aproximadamente 12:00, Praça Nisour, Bagdá, Iraque. Era um dia quente e úmido, com a temperatura atingindo os 38 graus. O comboio fortemente armado da Blackwater entrou no congestionado cruzamento do distrito de Mansour, na capital iraquiana. Esta seção da cidade, antes de alto padrão, ainda apresentava butiques, café e galerias de arte que lembravam dias melhores.
A ameaçadora caravana consistia em quatro grandes veículos blindados modelo “Mamba” (cobra mais venenosa da África), de fabricação sul-africana, com metralhadoras de calibre 7.62 montadas na parte superior.  Para a polícia iraquiana, já se tornara parte corriqueira do seu dia de trabalho interromper o tráfego para abrir caminho para a passagem dos vips americanos, protegidos por soldados particulares fortemente armados. Com o argumento de que os oficiais americanos estão ali para prevenir um ataque de insurgentes contra comboios americanos. No entanto, era mais frequente a polícia iraquiana fazer isto para preservar a segurança de civis que se arriscavam a ser fuzilados apenas por se aproximarem demais das vidas valiosas no seu país – as dos oficiais estrangeiros da ocupação.
Quando o comboio da Blackwater entrava na praça naquele dia, um jovem iraquiano estudante de medicina, chamado Ahmed Hathem al-Rubaie, dirigia o sedã Opel, branco da família com a mãe de passageira. Tinham acabado de deixar o pai, Jawad, um patologista de sucesso, próximo ao hospital onde trabalhava. Seguiram então o seu caminho para resolver algumas tarefas, como buscar os papéis de inscrição na faculdade para a irmã de Ahmed. O plano era realizar o que precisavam fazer e voltar mais tarde para buscar Jawad. Num lance do destino, encontraram-se presos no trânsito próximo à praça Nisour. Os rubaies eram muçulmanos devotos e estavam em jejum observando o mês do Ramadã. Ahmed era poliglota, fã de futebol, e estava no terceiro ano da faculdade de medicina, onde estudava para se tornar cirurgião. A medicina estava no seu DNA. Como o pai, a passageira de Ahmed naquele dia, a mãe também era médica – uma alergista. Jawad diz que a família poderia ter deixado o Iraque, mas acreditava que eles eram necessários no país. “Dói-me quando vejo médicos abandonando o Iraque”, disse ele.
Ali Khalaf Salman, um policial de trânsito iraquiano de serviço na Praça Nisour naquele dia, recorda-se vivamente do momento em que o comboio da Blackwater entrou no cruzamento, obrigando a ele e os colegas a prontamente interromper o tráfego. Mas quando os Mambas entraram na praça, o comboio subitamente deu meia-volta numa manobra-surpresa e prosseguiu na contramão numa rua de mão única. Enquanto Khalaf observava, o comboio parou abruptamente. Ele diz que um enorme homem caucasiano de bigode, posicionado acima do terceiro veículo do comboio da Blackwater, começou a disparar sua arma “a esmo”.
Khalaf olhou na direção dos disparos, na Rua Yarmouk, e ouviu uma mulher gritando: “Meu filho!” O policial correu em direção à voz e encontrou uma mulher de meia-idade dentro de um veículo abraçando um homem de vinte anos que fora atingindo na testa e estava coberto de sangue. “Tentei ajudar o jovem, mas a mãe o abraçava com tanta força”, recorda-se Khalaf.
Outro policial iraquiano, Sarban Thiab, também correu até o carro. “Tentamos ajuda-lo”, disse Thiab. “Vi que o lado esquerdo da cabeça dele fora destruído e a mãe gritava: “Meu filho, meu filho! Ajudem-me, ajudem-me!”
O policial Khalaf lembra-se de olhar para os atiradores da Blackwater: “Ergui o braço esquerdo bem alto no ar para tentar sinalizar para o comboio que parasse de disparar”. Ele diz que pensou que os homens fossem cessar o fogo, já que ele era um policial claramente identificado. O corpo do jovem ainda estava no banco do motorista do veículo automático e, enquanto lá estavam Khalaf e Thiab, o carro começou a se adiantar, possivelmente porque o pé do falecido ainda repousava no acelerador. Posteriormente, os guardas da Blackwater disseram que abriram fogo contra o veículo porque este acelerava e não obedeceu à ordem de parar; uma alegação contestada por diversas testemunhas. Fotos aéreas da cena mostraram depois que o carro nem sequer havia entrado na rotatória quando foi alvejado pela Blackwater, enquanto a reportagem do New York Times revelava que “O carro no qual as primeiras pessoas foram mortas não chegou a se aproximar do comboio da Blackwater até que o motorista iraquiano tivesse sido baleado na cabeça e perdido o controle do veículo”. Thiab explicou: “Tentei gesticular para que os atiradores entendessem que o carro estava se mexendo sozinho e que nós estávamos tentando pará-lo. Estávamos tentando tirar a mulher de lá, mas tivemos de correr em busca de abrigo”.
“Não tirem por favor!” Khalaf lembra-se de ter gritado. Mas enquanto ele estava lá de mãos erguidas, Khalaf diz, um atirador do quarto veículo da Blackwater abriu fogo contra a mãe abraçada ao filho e matou-a diante dos olhos de Khalaf e Thiab. “Vi partes da cabeça da mulher voando diante de mim,, estouradas”, disse Thiab. “Eles imediatamente abriram fogo pesado contra nós” Em poucos momentos, segundo Khalaf, foram tantos os disparos feitos contra o carro a partir de “metralhadoras de grande calibre” que o veículo explodiu, mergulhando os corpos no interior em chamas, derretendo a sua carne até transformá-la numa coisa só. Cada um dos quatro veículos deles abriu fogo pesado em todas as direções, balearam e mataram todos dentro dos carros diante deles e as pessoas que estavam na rua. Mais tarde, quando os investigadores americanos perguntaram-lhe porque jamais abriu fogo contra os homens da Blackwater, Khalaf disse-lhes: “Não estou autorizado a disparar, e o meu trabalho é cuidar do trânsito”.
As vítimas foram mais tarde identificadas como Ahmed Hathem al-Rubaie e a sua mãe, Mahasin. O pai de Ahmed, Jawad, tem um irmão, Raad, que trabalhava num hospital próximo para onde as vítimas do tiroteio estavam sendo levadas. Jawad pensou que o tiroteio era de um confronto e, é claro que não lhe ocorreu que a sua esposa e filho pudessem ser vítimas do tiroteio.
Raad foi até o necrotério, e o pessoal responsável lhe dissera que haviam recebido dezesseis corpos e mais de vinte feridos depois do tiroteio daquele dia. Foram todos identificados, ou eram identificáveis, com exceção de dois. Dois corpos completamente carbonizados... Foram colocados em sacolas pretas de plástico. Raad suspeitou que pudessem ser Ahmed e Mahasin mas, não queria acreditar que pudesse ser verdade. Ele e a esposa foram até a Praça Nisour e encontraram um sedã branco muito queimado. A placa não estava no veículo, mas a esposa de Raad encontrou um decalque dos números na areia. Raad ligou para Jawad e começou a ler os números da placa, confirmando seus piores temores.
Jawad fez o reconhecimento dos corpos, sua esposa foi reconhecida pela arcada dentaria e seu filho pelos restos de um dos sapatos. Ao todo foram contadas cerca de quarenta perfurações no veículo e nunca voltou para recuperá-lo porque queria que ele servisse de marco que relembrasse o doloroso evento causado por pessoas que, supostamente, vieram lhes proteger.
Depois que o veículo de Ahmed explodiu, disparos contínuos vieram da praça, enquanto as pessoas fugiam tentando salvar as próprias vidas. Além dos atiradores da Blackwater a bordo dos quatro Mambas, testemunhas dizem que disparos vieram dos helicópteros Little Bird da empresa. Os helicópteros balearam e mataram o motorista de um fusca e feriram um passageiro que escapou rolando para fora do carro enquanto o tiroteio indiscriminado continuava.
Segundo relato de outro oficial iraquiano, Hussam Abdul Rahman, outras pessoas tentavam fugir de seus veículos e se tornavam alvos, quem quer que saísse dos carros era alvejado imediatamente.
Mulheres e crianças saltavam dos carros e rastejavam para a rua tentando fugir das balas. O advogado Hassan Jabar Salman, que foi atingido quatro vezes nas costas, conseguiu se salvar, viu quando uma mãe desceu de um micro-ônibus e saiu correndo atrás de seu filho de dez anos, ambos foram mortos, atingidos na cabeça.
Mohammed Abdul Razzaq e o filho de nove anos, Ali, estavam num veículo imediatamente atrás do carro de Ahmed, as primeiras vítimas, eram seis pessoas no seu carro, quatro crianças estavam no banco de trás. Os soldados da Blackwater gesticularam para que ele parasse, no que foram prontamente obedecidos. Logo depois que o carro da frente foi destruído, seu carro também foi atingido por cerca de trinta balas, a parte da frente do veículo foi pulverizado, alguns disparos entraram pelo pára-brisa e atingiram a cabeça de seu filho Ali.
O tiroteio durou uns quinze minutos, só foi finalizado quando um dos guardas da Blackwater apontou sua arma para o outro que estava atirando quase dando início a um tiroteio mexicano, dentro de algumas horas, o nome da Blackwater se tornou conhecido por todo mundo, conforme a notícia do massacre se espalhava. A Blackwater alegou que foram atacados de forma violenta e que a sua reação teria sido apropriada de acordo com a lei, usaram a força para proteger cidadãos americanos numa zona de guerra e que os civis supostamente atingidos eram na verdade inimigos fortemente armados.
Em menos de 24 horas, os assassinatos da praça Nisour acabariam causando a pior crise diplomática entre Washington e Bagdá e, esses soldados terceirizados a peso de ouro ainda iriam se envolver em mais seis eventos em que civis seriam mortos sem que nada acontecesse aos assassinos que são protegidos por leis que lhes garantem impunidade como agentes do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.  

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sábado, 7 de maio de 2011

"Fato abominável" – O Silêncio dos Cínicos

Laerte Braga

O mais lúcido documento escrito sobre o assassinato de Osama bin Laden terá sido, juízo pessoal, o de Fidel Castro. Chama o crime de “fato abominável”. O governo terrorista de Barack Bobama está impedindo a compra de remédios nos EUA para crianças cubanas com câncer. 

A barbárie no caso do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A tem requintes conscientes de perversidade. 

A arrogância da presunção de superioridade. 

Barack Bobama virou arroz de festa. Vai passar os próximos meses aproveitando o efeito do “fato abominável” em campanha eleitoral. Cada vez mais Bush.

O Dalai Lama considerou justa a ação dos Estados Unidos. O papa Bento XVI não se pronunciou sobre o assunto. O líder budista ocidental é mero instrumento do conglomerado terrorista na luta pelo Tibete. Nada além disso. Não está preocupado com seu povo, mas com sua conta bancária. E seus livrinhos de auto-ajuda. Concorrente de um sem número de autores num mundo cada vez mais desumanizado. Não tem nada a ver com Buda e muito menos com o budismo.

Bento VXI se imagina o centro do universo e contabiliza os dólares para salvar uma igreja que vive um processo falimentar – em todos os sentidos – desde a ascensão de João Paulo II, o “beato”. No Brasil, então, embora a CNBB – CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL – não revele de público, o sinal vermelho já acendeu faz tempo. O número de católicos hoje em boa parte das regiões do País é menor que o de fundamentalistas evangélicos. Outro tipo de terror religioso.

Todos convergem para os EUA, Edir Macedo prefere Miami. Outrora os gangsteres ou iam para Chicago ou para Las Vegas. Macedo não é o primeiro brasileiro a optar por Miami. Sérgio Naia foi o pioneiro.

A curva de católicos – em números – é descendente e a de fundamentalistas evangélicos ascendente. Bento XVI ou a maioria dos bispos brasileiros jamais vai entender o porquê dessa história. Se acham iluminados e acreditam piamente que num dado momento a rotação da Terra, que já foi plana para muitos papas, conserta esse “desacerto”. Olhar para dentro e perceber a autofagia isso é inimaginável. Daí o silêncio do papa sobre o assassinato do líder da AL QAEDA.

Mais ou menos em boca fechada não entra mosquito. No banco do Vaticano entram dólares, desde os tempos do famigerado cardeal Marcinkus (não podia sair do Vaticano, na operação contra as máfias teve a prisão preventiva decretada pela justiça italiana).

Os apaches, através de um neto do chefe Gerônimo, manifestaram seu repúdio ao uso de seu nome na operação criminosa. Gerônimo foi ludibriado pelos norte-americanos em termos de reserva indígena, teve roubada a terra de seu povo e passou vinte anos preso. Morreu aos noventa anos no início do século passado. E esse Gerônimo é com “g” mesmo.

Mas não perdeu a dignidade. Barack Bobama não tem a menor idéia do que seja isso. É o self made man. Tipo os fins justificam os meios.

Bento XVI e o Dalai Lama ocidental então! 

Cinismo absoluto.

Bobama segue à risca o traçado de “líder charmoso”. “O líder charmoso constitui com freqüência a imagem do irmão. Com sua característica dominante: a solidariedade. Frente ao mundo dos adultos. Frente à sociedade estabelecida, representada pelos pais. Esse PLANETA DOS JOVENS (Jean Duvignaud – La Planète des Jeunes – Paris, Stock, 1975) projeta sua agressividade sobre o que está FORA DA IRMANDADE” – “O ESTADO DO ESPETÁCULO, Roger-Gérard Schwartzenberg, Difel, 1978 –.

É importante passear com o cachorrinho dos filhos pela Casa Branca, ou arregaçar as mangas e servir cerveja aos amigos.

Murílio Híngel, ex-ministro da Educação, disse uma vez que é comum aqueles que sobem das mais baixas às mais altas camadas sociais costumam se esquecer de sua origem. 

É “eu me fiz por mim mesmo”. Trágico, bárbaro, boçal.

“Cortamos a cabeça da AL QAEDA”. Que palhaçada dita diante de militares mercenários – as forças armadas dos EUA são constituídas de soldados contratados e em muitos casos a empresas privadas em clima tucano de terceirização. Que nem Dilma com os aeroportos por aqui. Ou o código florestal ao sabor de latifundiários.

Bobama lembrou os mortos do ataque às torres gêmeas e destacou o apoio de Cuba aos EUA naquele momento. Em seguida lembrou as centenas de milhares de mortos nas guerras estúpidas desfechadas pelos norte-americanos em nome dessa justiça de tortura e prisões secretas.

O xis da questão não é o ser humano. É o jogo do poder. Ai vai o “líder charmoso”.

Esse líder sabe, como definia Montesquieu, que “a gravidade é o escudo dos tolos”.
Prefere o cinismo à espontaneidade.

Parecer ser do povo com um toque de coquetismo.

Ou uma aura de santo.

E haja dízimo para sustentar todo esse aparato que no fim se guarda num arsenal capaz de destruir o mundo cem vezes se preciso for. Fidel fala de uma nação poderosa como nunca houve, ao referir-se aos EUA e ao “fato abominável”.

Jano, o deus das portas, das entradas e das saídas tem duas faces. É o vigilante, a imagem do imperialismo sem limites.

Mas, nos EUA, tem que renovar o carimbo de quatro em quatro anos, com no máximo oito anos e isso é fundamental para a porta de entrada.

Barack Bobama, em bandeja de prata, está servindo a um povo que conta milhões de desempregados, de sem teto, milhões sem saúde pública, a cabeça de Osama bin Laden para o banquete, o festim da boçalidade.

E conta com o silêncio cúmplice dos cínicos. “Job well done” – serviço bem feito disse Bobama em pose de comandante em chefe aos militares numa base do conglomerado em seu território continental. 

É a divindade de plantão na Casa Branca. Só falta arranjar um Incitatus. Tocar fogo em Roma vem fazendo desde antanhos, quando os “deuses” tinham outros nomes. 

E dizem que é perder tempo ler o que Fidel escreve. 

“Fato abominável”. Repugnante.

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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Os Insanos - Queima de arquivo

Laerte Braga

Dá para pensar num julgamento de Osama bin Laden, público? Ou seja, o líder da AL QAEDA preso e sendo submetido a um julgamento por seus “crimes”? Imagine quando ele começasse a falar do treinamento militar que recebeu nos EUA e dos EUA, armas e recursos, para lutar no Afeganistão contra os soviéticos? Ou das ligações de sua família com a família do ex-presidente Bush? São sócios nos negócios de petróleo.
Contasse cada momento de suas ações e suas relações ora amigas, ora hostis em relação aos EUA?

Todas as verdades/mentiras do terrorismo norte-americano cairiam por terra. Não ia sobrar pedra sobre pedra, por uma razão simples, os caras não conseguiriam explicar nem o cinismo e nem a insanidade.
Foi queima de arquivo entre quadrilhas rivais só isso.

Uma leitura atenta do noticiário sobre o assassinato do líder da AL QAEDA Osama bin Laden, a cada dia, vai mostrando a insanidade dos que dirigem o complexo EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Não há diferenças entre George Bush e Barack Bobama no essencial. Bush não fala e anda ao mesmo tempo e Bobama consegue andar e falar simultaneamente. E pára por aí. São iguais.

Funcionários qualificados da CIA – AGÊNCIA CENTRAL DE INTELIGÊNCIA – afirmam publicamente que usaram tortura para obter as informações necessárias à localização de Osama bin Laden. Técnicas – como chamam – de afogamento, “métodos especiais” que encobrem choques elétricos, espancamento, estupros, enfim, nada que torne o presidente dos EUA diferente também de bin Laden.

O juiz brasileiro Marcelo Semer, no blog SEM JUÍZO, faz uma análise que mostra essa equivalência. A transformação do chamado senso de justiça dos Estados Unidos em ações terroristas, criminosas, à margem do direito internacional e cita inclusive o julgamento de Nuremberg como exemplo e ao mesmo tempo ponto de partida dessas transformações.

A filha de Osama bin Laden, uma delas, de 12 anos, diz que seu pai foi capturado vivo e depois então assassinado pelos terroristas norte-americanos. A notícia foi divulgada pelo canal de tevê da Arábia Saudita (país aliado dos EUA) EL ARABIYA. A notícia acrescenta que o comando de insanos que atacou a residência de Osama, após prendê-lo, colocou-o à frente de seus familiares e então o executaram. Barbárie pura.

Insânia absoluta.

O governo do Paquistão, um país que detém armas nucleares, não tinha a menor idéia do que estava acontecendo, não foi avisado sobre a operação – medo de atrapalhar os norte-americanos – e, na prática, os terroristas que mataram o líder da AL QAEDA dançaram e sapatearam sobre o território paquistanês.

As forças armadas do Paquistão têm fama de corrupção quase que absoluta, como boa parte das forças armadas de vários países colonizados ou ocupados pelos EUA. Vale dizer que a morte de bin Laden deve ter rendido bons milhões de dólares a militares e políticos por ali. O primeiro-ministro do país está na França tentando explicar o inexplicável. Ou negociando com bancos europeus o rico dinheirinho da propina para manter o povo paquistanês sob controle e céu de brigadeiro para os helicópteros norte-americanos.

Se são insanos os norte-americanos, são bananas os militares paquistaneses.Para se ter uma idéia mais clara, são como os militares golpistas no Brasil em 1964 sob o comando do general do exército dos EUA Vernon Walthers.

Jornais, revistas, redes de tevês no mundo inteiro – a esmagadora maioria parte do imenso complexo terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A – noticiam que as pessoas deixadas na casa após a operação criminosa o foram pelo simples fato que um dos helicópteros usados pelos bandoleiros apresentou problemas e não deu para levar todas.

A febre de comemorações ainda não foi debelada nos EUA. É a reação a um sintoma grave de infecção moral da imensa e esmagadora maioria dos norte-americanos, mais de 90% segundo uma pesquisa, aprovando esse tipo de ação.

O que isso revela é que Bobama conscientizou-se que precisa ser cada vez mais Bush para ter chances de reeleito.

A operação que matou Osama pode ser comparada a um daqueles westerns em que bandidos invadem a casa de concorrentes e chacinam a todos.

Foi queima de arquivo. Prender o líder da AL QAEDA e levá-lo a julgamento implicaria em ouvir as histórias de Osama sobre sua aliança com os EUA para lutar contra os soviéticos, as ligações familiares com Bush e um monte de outras coisas que jogariam por terra as “verdades” terroristas dos EUA.

O banana que ocupa a chancelaria brasileira e não é por acaso tem o sobrenome Patriota aceitou a ação terrorista dos pistoleiros dos EUA.

Não existe no Islã nenhum tipo de incitação à violência gratuita. Ao contrário das outras duas religiões monoteístas – cristianismo e judaísmo – os islamitas não buscam catequizar povos como os Astecas, por exemplo, eliminando insurgentes e escravizando o que não aceitam o tacão nazista de Washington.

Isso foi ao tempo da descoberta da América e permanece com os EUA, na doutrina de James Monroe – “a América para os americanos –. Com uma pequena mudança. “O mundo para os norte-americanos”.

A secretária de Estado Condoleeza Rice (epa!), quer dizer, Hilary Clinton, disse a jornalistas que “foram os trinta e oito minutos mais intensos de sua vida”. “Que se fez justiça”. “Que bin Laden era um inimigo dos Estados Unidos”.

Uma pessoa conhecida lembrou Roy Rogers, o cowboy norte-americano. Barack Hussein Bobama vai fazer a campanha eleitoral montado em Tigger, o cavalo do dito Rogers. No melhor estilo George Bush.

São insanos, se atribuem o poder absoluto sobre o mundo inteiro. A GLOBO aplaude e o chanceler brasileiro diz que está tudo certo. E Dilma vem dizer que não admite transgressões sobre os direitos humanos.

Quer dizer, não admite em relação aos amigos, aos inimigos... Danem-se.

O espetáculo público que a mídia colonizada confere ao assassinato de Osama bin Laden é dos mais repugnantes exemplos que a mentalidade bandida tomou conta e esta sendo vendido em lojas, supermercados, shoppings, quiosques, etc, com o carimbo de “justiça”.

Vamos ver quando a manada vai acordar, se é que vai.

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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ratzinger e a teologia do espetáculo

Por raquel_
Da CartaCapital
Teologia do espetáculo
Antonio Luiz M. C. Costa 4 de maio de 2011 às 17:41h

Ao beatificar João Paulo II em tempo recorde, o sucessor Ratzinger apela ao show e à nostalgia para tentar frear a decadência e o esvaziamento da Igreja. Foto Filippo Monteforte/AFP
Matéria publicada na edição 644, que começou a circular na sexta-feira 29.


A beatificação a toque de caixa de Karol -Wojtyla, o papa João Paulo II, será celebrada em 1º de maio, meros seis anos após seu falecimento, apesar de muitas resistências dentro da própria Igreja. “Sou contra e prevejo que a história não verá com bons olhos João Paulo, que ignorou a pior crise na Igreja desde a Reforma”, disse o padre Richard McBrien, teólogo da Universidade Notre Dame de Nova York. “A beatificação de João Paulo por seu sucessor soa incestuosa e tem afinidade com o hábito de deificar os próprios ancestrais”, declarou o historiador católico Michael Walsh.

Foi política a decisão de não esperar os habituais cinco anos para iniciar o processo, apoiar-se num “milagre” arrancado a fórceps e ignorar as objeções, em especial as fundadas nas obscuras manobras financeiras do Vaticano em sua gestão e a negativa do papa polonês a investigar e punir padres e bispos pedófilos.

Principalmente o corrupto padre mexicano Marcial Maciel, líder da Legião de Cristo, que abusou de menores (inclusive dois de seus próprios filhos ilegítimos), mas manteve a boa vontade da Igreja arrecadando rios de dinheiro de milionários mexicanos, boa parte dos quais fluiu para os bolsos da Cúria Romana. O papa polonês protegeu-o até o fim e o próprio Ratzinger teve de esperar subir ao trono papal para discipliná-lo. Outro de seus protegidos foi o arcebispo estadunidense Paul Marcinkus, que João Paulo II promoveu à chefia do Banco do Vaticano e ao terceiro cargo mais importante na Igreja antes que se envolvesse até o pescoço no escândalo da falência do Banco Ambrosiano (do qual já fora diretor), seguido pelo assassinato disfarçado em suicídio do seu presidente, Roberto Calvi, que teria financiado a dissidência polonesa a pedido do papa. Queima de arquivo, que não se sabe se deve ser atribuída à Máfia ou a setores da própria Igreja.
Trata-se de santificar não a duvidosa virtude de Karol Wojtyla, mas a virada conservadora que promoveu.

João XXIII e Paulo VI haviam conduzido a Igreja à modernização e reaproximação com a sociedade laica e com outras igrejas e religiões-, processo subitamente freado após a morte nunca devidamente esclarecida do efêmero João Paulo I e a eleição do polonês identificado com a luta contra o comunismo. Foram congelados os debates sobre contracepção e o papel da mulher na Igreja. Quando o cardeal de Sevilha, José María Bueno, reuniu-se com ele e insistiu em que sua consciência lhe impunha insistir na questão do celibato e da escassez de sacerdotes, Wojtyla foi brutal: “E minha consciência de papa me impõe expulsar sua eminência de meu escritório”.

Joseph Ratzinger, jovem teólogo convidado por João XXIII para participar do Concílio Vaticano II, esteve de início do lado da modernização, apoiando a revisão do celibato e do primado absoluto do papa, que defendia ainda em livros publicados nos anos 70. Elevado a cardeal- por Paulo VI em 1977, não se soube que mudasse de opinião antes de 1981, quando foi escolhido por João Paulo II para chefiar a Congregação para a Doutrina da Fé, sucessora do velho Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, para comandar a repressão à dissidência. Ratzinger decepcionou seus ex-amigos progressistas e reprimiu a Teologia da Libertação, mas satisfez seu superior e seu círculo e foi recompensado com a sucessão.

Fora dos corredores estagnados do Vaticano, porém, os ventos continuaram a soprar. Abriu-se ainda mais o abismo entre uma Igreja cada vez mais conservadora e exigente e a sociedade civil dos países católicos, cada vez mais laica e menos interessada nas opiniões do papa sobre moral e pecado. Até 2005, as falhas morais da Igreja e seu crescente esvaziamento e irrelevância no Ocidente foram até certo ponto mascarados pelo colapso do bloco soviético e o carisma pessoal de Wojtyla. O renascimento da Igreja na Europa Oriental e o entusiasmo gerado pelas visitas de João Paulo II pelo mundo permitiam a seu círculo acreditar que estavam no caminho certo.

Com o frio e rígido Ratzinger, as ilusões não se sustentam. Escândalos por muito tempo abafados vieram a público, mostrando que a Igreja não está à altura do que prega – em muitos casos, nem sequer à altura do que a sociedade laica considera decência comum. As tentativas do Vaticano de favorecer partidos conservadores e pressionando contra o uso de preservativos e a legalização do aborto e da união homossexual têm acabado quase sempre em fiascos humilhantes. As viagens e os pronunciamentos de Bento XVI mal atraem- uma fração do interesse e entusiasmo despertado por seu antecessor.

O Vaticano é hostil aos exorcismos das igrejas carismáticas populares, mas sente a mesma necessidade de espetacularização. A apressada multiplicação de beatificações e canonizações tenta suprir o déficit de interesse, distribuindo santos a comunidades e grupos de interesse que não os tinham. Paulo VI fez 11 canonizações em 15 anos; João Paulo II estabeleceu um recorde histórico com 113 em 25 anos, inclusive o controvertido fundador da Opus Dei e a canonização coletiva de 25 fanáticos cristeros que lutaram contra o governo laico do México nos anos 1920 e 1930. Bento XVI fez nada menos de 34 nos primeiros seis anos.

Na Páscoa, tentou reanimar o interesse dos fiéis, respondendo perguntas na televisão, cuidadosamente escolhidas. Com a beatificação de João Paulo II, pretende despender o que resta de seu capital de carisma e reunir 300 mil fiéis. Mas aos poucos esse espetáculo se banaliza.

Não são tempos fáceis para a Igreja Católica. Foi deixada por 50 mil alemães e 53 mil austríacos em 2009 e por 180 mil alemães e 87 mil austríacos no ano seguinte. Não se trata do abandono tácito de quem simplesmente deixa de comparecer às missas, mas de pedido formal de baixa, enviado a autoridades civis de forma a encerrar o pagamento de contribuições à Igreja (1,1% da renda, até o limite de 200 euros anuais) e pesa de fato nos bolsos das paróquias e dioceses. Desde 1990, 1,78 milhão de alemães ormalizaram sua apostasia, mas o salto recente nos números está relacionado aos escândalos de pedofilia: é nas dioceses mais afetadas que o êxodo é maior.

Em países onde a filiação formal à Igreja não tem consequências civis, o número dos que saem batendo a porta e exigem o registro formal de sua opção é menor, mas cresce explosivamente. Na Bélgica, foram 66 casos em 2008, 380 em 2009 e 1,7 mil em 2010. Em Portugal, uma comunidade criada no início de 2010 para trocar informações sobre o “desbatismo” no Facebook tem mais de 3 mil participantes, centenas dos quais já cobraram o certificado das paróquias – e, se estas o recusaram, se queixaram ao bispo. Na Argentina, a comunidade Apostasía Colectiva tem mais de 4 mil integrantes.

Na Espanha, a Igreja, temerosa das consequências políticas da queda nas estatísticas formais sobre número de fiéis, alegou que seus livros de batismo não são arquivos sujeitos à Lei de Proteção de Dados. Conseguiu que a Suprema Corte e o Tribunal Constitucional a isentassem da obrigação de atender a tais pedidos, no mesmo país no qual outrora fazia da excomunhão a mais terrível das ameaças. Mas os -apóstatas, com ou sem certificados, são milhares. Tentaram organizar uma “procissão ateísta” e uma campanha pelo uso de preservativos na Semana Santa de 2011, proibidos pelo governo de Madri, pressionado por um abaixo— assinado- de 100 mil conservadores.

Apesar do renascimento do fundamentalismo e do fanatismo em várias partes do mundo cristão, muçulmano e hindu, desde os anos de Ronald Reagan e João Paulo II, mais espetacularmente nos anos de Bush júnior, as últimas décadas veem crescer atitudes que vão da simples indiferença ante a religião organizada ao ateísmo militante. Em dezembro de 2010, o estudo de um grupo de matemáticos dos Estados Unidos indicou que a religião organizada tende a desaparecer até 2050 em pelo menos nove países: Austrália, Áustria, Canadá, República Tcheca, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia e Suíça.

Mesmo na arquicatólica Polônia, a frequência à Igreja caiu de 60% nos últimos dias do regime comunista para 45% nos dias de hoje. Nos EUA, as pessoas sem religião são o único grupo religioso em crescimento em todos os 50 estados. E mesmo “ter uma religião” pode não significar muita coisa além de um rótulo social para ocasiões como casamentos e funerais. Na Inglaterra e em Gales, 61% dizem que têm uma religião, mas apenas 29% se dizem religiosos. Só 48% dos 53,5% que se dizem cristãos (ou seja, 25,7% dos ingleses) acreditam que Jesus foi de fato o filho de Deus e ressuscitou dos mortos.

Uma pesquisa Ipsos de abril de 2011 em 23 países encontrou que, em média, apenas 19% acreditam em céu e inferno (4% na França, 5% na Espanha e Alemanha, 10% no Reino Unido, 12% na Rússia, 15% no México, 21% na Itália, 28% no Brasil, 41% nos EUA). Para outros 23% a existência cessa com a morte, 26% não têm opinião, 2% acreditam no céu mas não no inferno, 7% creem em reencarnação e 23% em alguma vida após a morte que não o céu e inferno cristãos.  Na maioria dos países da Europa Ocidental, a crença definida em um Deus ou Ser Supremo varia de 18% (Suécia) a 28% (Espanha), e o ateísmo explícito, de 28% (Espanha) a 39% (França). Só a Itália destoa, com 50% de teístas e 13% de ateus (no Brasil, respectivamente, 84% e 3%).

A opção por sistemas de crenças -pessoais “faça você mesmo” ou pela pura e simples irreligiosidade está crescendo, em que pese o fervor de organizações como a Fraternidade Muçulmana, a Opus Dei ou a Westboro Baptist Church.  Na maioria dos países ricos e em pelo menos alguns dos “emergentes”, como Rússia, Coreia do Sul, China e Argentina, caminha-se a médio prazo para sociedades nas quais não só a prática religiosa, como também a identificação formal com a religião organizada, será minoritária. Mas também parece bem possível que essas minorias se mostrem mais exaltadas do que a média dos religiosos de hoje. A aposta do Vaticano de Joseph Ratzinger parece ser em uma Igreja capaz de manter influência política (e arrecadar recursos financeiros) por meio de um rebanho pequeno, mas monolítico e militante.

Aponta para isso a indiferença para com as defecções de setores liberais e de -esquerda da Igreja – do teólogo Hans Küng ao ex-frade Leonardo Boff – combinada com os esforços extremados para atrair dissidências pequenas, mas ferozmente hostis à modernidade laica. Um exemplo é a Fraternidade São Pio X, do falecido arcebispo Marcel Lefebvre, rompida com o Vaticano desde 1988. Para tentar reincorporar seus 500 sacerdotes e alguns milhares de fiéis, o papa Bento XVI permitiu, em 2007, a celebração da missa tridentina em latim e anulou a excomunhão de seus quatro bispos, incluindo o britânico Richard Williamson, que nega o Holocausto, defende a autenticidade dos Protocolos dos Sábios de Sião e se associa a neonazistas. Nem por isso foi acatado por esses dissidentes, que continuam a ordenar seus próprios sacerdotes e exigir que o Vaticano declare inválidas as missas vernáculas de Paulo VI celebradas desde 1969 e repudie o Concílio Vaticano II e os gestos ecumênicos em relação a outras igrejas e religiões, inclusive o judaísmo.

Mais recentemente, Ratzinger abriu as portas a dissidentes tradicionalistas da Igreja Anglicana inconformados com a ordenação de mulheres e bênção a uniões homossexuais dentro de sua igreja, incorporando uns 900 fiéis ao custo de prejudicar o relacionamento do Vaticano com o protestantismo e o arcebispo de Canterbury – e de aceitar algumas dezenas de padres casados e com família, embora exija o celibato dos que se formaram no catolicismo. A Igreja se encolhe e a instituição que moldou a civilização ocidental pouco a pouco se transforma em uma entre muitas seitas reacionárias e intolerantes.

http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/teologia-do-espet...

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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Elogio dos trabalhadores

O homem se diferencia dos outros animais por vários aspectos, mas o essencial é a capacidade de trabalho. Os outros animais recolhem o que encontram na natureza, enquanto o homem tem a capacidade de transformar a natureza. Para produzir as condições da sua sobrevivência, o homem transforma o meio em que vive, pela sua capacidade de trabalho, gerando a dialética mediante a qual ele modifica o mundo e ao mesmo tempo se modifica, intermediado pela natureza.

Ao longo do tempo, a constante das sociedades humanas é a presença dos trabalhadores, sob distintas formas – escravos, servos, operários -, responsáveis pela produção dos bens da sociedade. A forma de exploração da força de trabalho é que variou, definindo o caráter diferenciado de cada sociedade.

Porém, a exploração do trabalho por outras classes sociais fez com que o trabalhador não controlasse sua força de trabalho, produzindo para a acumulação de riquezas dos outros. O trabalho foi sempre um trabalho alienado, em que os trabalhadores produzem, mas não são donos do produto do seu trabalho, nem decidem o que produzir, como produzir, para quem produzir, a que preço vender o que produzem. E tampouco são remunerados pela riqueza que produzem, recebendo apenas o indispensável para a reprodução da sua força de trabalho. Quem se apropria do fundamental da riqueza produzida é o capital, que assim acumula, se expande, se reproduz, enquanto os trabalhadores apenas sobrevivem.

Um dos fenômenos centrais para a instauração do capitalismo foi o término da servidão feudal, com os trabalhadores ficando disponíveis para vender sua força de trabalho para quem possui capital. Estes vivem do capital e da exploração da força de trabalho dos trabalhadores, enquanto estes, dispondo apenas dessa força tem que vendê-la, para poder acoplá-la a meios de produção, nas mãos dos capitalistas.

Essa imensa massa de trabalhadores que passou a produzir toda a riqueza das sociedades contemporâneas foi objeto de um processo de intensa exploração do seu trabalho, com condições brutais de trabalho, jornadas longas – de 14 ou até 16 horas. Na resistência a essas condições de exploração foi se organizando o movimento operário, tanto em sindicatos, como em partidos políticos, gerando um protagonista essencial na democratização das nossas sociedades.

A direita não perdoa os sindicatos. Na ultima campanha eleitoral brasileira e na velha mídia, os dirigentes sindicais não são tratados como representantes democráticos e legítimos dos trabalhadores, mas quase como gangsters, que se infiltram no governo para defender seus interesses contra os interesses da maioria. Faz parte do ódio que as velhas elites têm do povo brasileiro, que é trabalhador, que produz as riquezas do Brasil, que trabalha jornadas longuíssimas, é explorado pelas grandes empresas, mas não teve, até recentemente, possibilidade de fazer ouvir sua voz no país e no Estado.

Neste Primeiro de Maio, Dia dos Trabalhadores (e não do Trabalho, como insiste a velha mídia), é preciso recordar que a data vem de uma grande manifestação realizada em Chicago em 1886, pela diminuição da jornada de trabalho para 8 horas, duramente reprimida pela polícia, com a morte de vários trabalhadores.

Que a jornada é praticamente a mesma, embora as condições tecnológicas para explorá-la tenha avançado gigantescamente e, com ela, os lucros das grandes empresas que exploram os trabalhadores. Um momento propício para avançar no projeto de redução da jornada de trabalho, para fazer um mínimo de justiça ao esforço heróico e anônimo dos milhões de trabalhadores que constroem o progresso do Brasil.

Fonte: Agência Carta Maior

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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Bolsonaro: Para quem ainda não viu



Fonte: EBand / Jornalismo

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dilma dribla mídia e começa a devolver a Vale ao Brasil

 

A rainha Marta é capaz de ter ensinado esse drible à Presidenta

A imprensa conservadora está sem ter o que dizer.

Em três meses apenas, Dilma Rousseff fez o que Lula passou anos querendo fazer.

Retomar – não a propriedade, que Fernando Henrique entregou na bacia das almas – mas o papel da Vale como indutora do desenvolvimento brasileiro.

E, para isso, era preciso acabar com o reinado de Roger Agnelli, o homem que queria vender cada vez mais rápido maiores quantidades de minério, não pensava em investir no seu beneficiamento e transformação em aço e, ainda por cima, não tinha uma política de compras interna, como demonstrou na compra de 12 navios gigantes – cada um deles maior que o morro Pão de Açúcar - na China, sem um parafuso feito aqui.

O esquadrão midiático de Agnelli foi solenemente driblado.

Primeiro, quis fritar o Ministro Guido Mantega por ter conversado com Lázaro Brandão, presidente do Bradesco e acionista de verdade da Valepar, controladora da Vale. Mesmo com sua bufunfa de R$ 1,3 milhão por mês, Agnelli não tem ações para escolher sequer o chefe do setor de zeladores do prédio da Vale.

Depois, quis apresentar a mudança como um “aparelhamento da Vale” e os únicos sinais concretos de promiscuidade política da Vale vieram do próprio Agnelli, que armou uma operação com o DEM para atacar o Governo, e o fato de se ter lá dentro uma todo-poderosa senhora que entrou pela janela tucana na empresa e, como braço de ferro de Agnelli, “enquadra” na vontade de funcionários a diretores da empresa.

Perdido Agnelli, tentaram enfiar na Vale o nome de sua preferência. Quietinha, a mineira Dilma deixou que dessem por escolhido o substituto. Na hora H, emplacou uma solução técnica, vinda de dentro da própria empresa ,o ex-funcionário da Vale e membro de sua diretoria, Murilo Ferreira, um excutivo com quem a Presidenta já teve muito contato quando Ministra das Minas e Energia.

Claro que se trata de um profissional de mercado, experiente e capaz. Mas dirigir uma empresa como a Vale requer mais que simples competência técnica. Exige visão estratégica da empresa e do país. E capacidade política de perseguir estes objetivos.

Os jornalistas de mercado adoram falar nas virtudes da sinergia, isto é, na capacidade de duas instituições multiplicarem seus resultados agindo em sintonia.

E curioso que não falassem nunca em quanto a empresa e o país perdiam com a ação de Agnelli em desalinho com as macropolíticas econômicas brasileiras.
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A direita midiática levou um competente drible e caiu sentada no chão.

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Altamiro Borges: Folha e Globo querem lulismo sem Lula

Altamiro Borges: Folha e Globo querem lulismo sem Lula

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A opinião pública, entre o velho e o novo

- A decadência irreversível da velha mídia e o surpreendente surgimento
de novas modalidades de formação democrática da opinião pública


Atribuem à internet – sua velocidade, seu caráter interativo, sua “irresponsabilidade” (“Qualquer um pode escrever...”, tipo Cansei) – a decadência da imprensa escrita. Claro que isso tem parte da verdade. Quem lê no dia seguinte o que já tinha ido na internet no dia anterior – às vezes lê nos jornais 2 dias depois de ter lido na internet -, tem uma sensação de tempo perdido, de notícia requentada, de um mundo superado pela rapidez virtual.

Além de que a internet, nas suas distintas modalidades, supera um dos problemas que permitiu o monopólio privado de algumas famílias, que pretendiam ser donas da formação da opinião pública, porque o investimento necessário para publicar um jornal ou uma revista é muito grande, enquanto que na internet é bastante pequeno ou quase nenhum.

A internet tornou-se assim um forte instrumento de democratização na circulação de informações, rompendo a fonte única e homogeneizadora das agências, assim como na interpretação dos fatos. A agenda nacional passa a ser disputada à velha mídia pelas novas formas, pluralistas, de expressão midiática, na internet.

Mas a razão de fundo da decadência irreversível da velha mídia está na sua falta total de credibilidade. A ponto de que atacaram implacavelmente o governo Lula e chegaram ao final de 8 anos com apenas 4% de rejeição do governo e 87% de apoio, o que vale também para medir a capacidade de influência da velha mídia sobre o povo brasileiro.

O melhor sintoma da decadência irreversível da imprensa escrita está na ausência dos jovens entre seus leitores, projetando a desaparição dessa modalidade de imprensa em um futuro não muito distante – porque se tornará inviável economicamente, depois de se tornar politicamente intranscendente.

Quando o jornal da ditabranda, dos carros emprestados à Oban e do “espectro do comunismo” me propôs escrever o artigo principal da página 3 em um domingo – em um reconhecimento claro que jornalistas seus tinham cometido graves erros que aumentam ainda mais a falta de credibilidade do jornal -, eu respondi que não me interessava. Que um artigo escrito em um blog, multiplicado pelos que os reenviam, mais seus ecos nos twitters e nos facebooks, além do twitcam, consegue muito mais leitores que um artigo em um jornal. Além de chegar aos jovens e aos setores dinâmicos da sociedade. Pesquisas mais recentes feitas pelo próprio jornal demonstram como seus leitores hoje são, em sua grande maioria, tucanos (os petistas abandonaram a leitura do jornal), dos grupos A e B, que representam a minoria da sociedade, com ausência absoluta de leitores jovens. Para a empresa interessa, porque são setores de maior poder aquisitivo, o que chama publicidade, mas se distanciaram ainda mais do Brasil real.

O jornal é muito chato, desinteressante, requentado, com cronistas que pararam nos ano 90, jurássicos, que se negam a acreditar que o país mudou, parecem todos iguais, repetem velhões chavões. Alguns jovens de idade, envelheceram prematuramente, incorporaram um ceticismo decadente, que chega rapidamente ao cinismo. Ficaram com os velhos tucanos como leitores, gente sem interesse e sem influência. Dai que tenham um caderno que se pretendem cultural que não é lido por ninguém, nem por eles mesmos.

Eu respondi à oferta que prefiro escrever aqui, propondo que a direção do jornal – que me ligou diretamente – mandasse um texto com suas opiniões, com o compromisso que seria publicado integralmente – o que eles não fazem -, mas que teriam que receber as opiniões dos leitores – interatividade a que eles não estão acostumados. Claro que não mandaram, odeiam a internet, estão irremediavelmente auto-excluidos do futuro da formação democrática da opinião pública.

Mas a velha mídia ainda constitui uma espécie de Exército regular- pesados, caros, lentos -, enquanto nós agimos com métodos de guerrilha, de estocadas, valendo-nos da mobilidade, da surpresa, da criatividade, do humor. Essa a grande batalha democrática entre o velho - que tenta sobreviver, com grandes dificuldades - , e o novo – que busca, com enormes esforços –criar os espaços democráticos e pluralistas que o novo Brasil requer.

Emir Sader / Agência Carta Maior

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terça-feira, 5 de abril de 2011

Estreia "Amor e Revolução" - Hoje 22:15h no SBT


Estréia hoje, às às 22:15h, a novela "Amor e Revolução" que retratará a ditadura militar no Brasil, fato inédito na história das telenovelas brasileiras.

O início da novela acontece após 47 anos do golpe que modificou profundamente a trajetória política do Brasil. A trama pretende retratar as décadas de 60 e 70, e promete cenas fortes, como pode ser checado no trailer - eu diria, bem impactante, que pode ser visto em http://www.youtube.com/watch?v=8jIGzXzvZvg

Vale a pena conferir...realmente, pelo trailer, está prometendo...

Segundo o Blog por Simas, "para exibir ao final de cada capítulo, a emissora gravou depoimentos de militantes de esquerda como José Dirceu e Luiz Carlos Prestes Filho (a presidente Dilma Rousseff recusou o convite). Mas nenhum militar ou apoiador do regime aceitou até agora gravar seu depoimento, segundo o autor Tiago Santiago (o mesmo da novela “Os Mutantes”). “Tentamos falar com Delfim Neto, Jarbas Passarinho, Nilton Cruz e outros, mas ninguém aceitou”, conta.

Santiago recebeu um e-mail da mulher do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi (órgão de repressão à luta armada) de 1970 a 1974, criticando a proposta da novela. O autor convidou Ustra a depor, mas o coronel recusou, alegando ter medo de ter seu discurso alterado na edição. O próximo passo é oferecer a Ustra e outros ex-militares a possibilidade de ver e aprovar seus depoimentos editados antes de ir ao ar.

“O espaço do depoimento na novela não é só da esquerda, está aberto a todos os segmentos da sociedade. Quem se sentir prejudicado, pode nos procurar que terá o mesmo espaço para responder”, disse na coletiva o diretor Reynaldo Boury. “Amor e Revolução”, que estreia no dia 5 de abril, contará a história de amor entre Maria Paixão (Graziella Schmitt), uma líder do movimento estudantil, e José Guerra (Cláudio Lins), um capitão do Exército que discorda dos rumos da ditadura. O elenco reúne ex-estrelas da Globo como Lúcia Veríssimo, Isadora Ribeiro, Luciana Vendramini, Jayme Periard e Cláudio Cavalcanti.

Em 1995, Santiago ofereceu a sinopse à Globo que recusou – três anos antes, a emissora tinha exibido a minissérie “Anos Rebeldes”. “Essa seria a minha próxima novela na Record, mas acabei vindo para o SBT e o projeto deu certo aqui”, diz Santiago. Ao contr rio de sua novela anterior, “Uma Rosa com Amor”, que estreou com 100 capítulos gravados, “Amor e Revolução” tem até agora só 40 capítulos escritos e 24 gravados. Com isso, o SBT vai fazer pela primeira vez as pesquisas de opinião com espectadores – para saber, por exemplo, se o público está achando muito violentas as cenas de tortura. “Mas como é o horário das 22h15, acho que podemos apostar em algumas cenas mais fortes”, diz o autor."

Com informações de Gilberto de Azevedo

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quarta-feira, 30 de março de 2011

Perdemos um grande brasileiro

De balconista a vice-presidente

"O trabalho veio antes do capital", lembrou o ex-vice-presidente José Alencar durante sua campanha eleitoral ao lado do ex-presidente Lula. Ele faleceu na última terça-feira (29 de março), aos 79 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em decorrência de câncer - doença contra a qual lutava desde 1997 - e falência múltipla de órgãos, mas o seu exemplo de patriotismo, honradez e respeito ao trabalho continuarão.

O Brasil perde um grande brasileiro!

Além das conhecidas e louvadas qualidades pessoais de José Alencar, ele sempre demonstrou respeito e admiração pelo trabalho dos jornalistas. Em junho de 2008, o ex-vice-presidente participou da cerimônia de posse da diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, seu estado natal. A entidade emitiu nota lamentando o seu  falecimento.
 
o ex-presidente Lula declarou no ano passado, que o seu vice, José Alencar, foi o melhor que um governante poderia ter e que os dois formaram a união perfeita entre o capital e o trabalho. "Para mim, o José Alencar é mais do que um irmão. É um companheiro que possibilitou um nível muito importante para o país", afirmou Lula na época.

"Duvido que no mundo alguém tenha encontrado um vice-presidente da magnitude do José Alencar", destacou Lula. "De repente, você reúne um bom sindicalista brasileiro e um bom empresário. E esses dois juntos, que pareciam gato e rato, fazem uma combinação de confiança que poucas vezes alguém viu nesse país", acrescentou o presidente Lula às vésperas de deixar o cargo.

Ele começou a trabalhar aos 7 anos, no balcão da loja do pai. Em 1946, aos 15, deixou a casa da família, na zona rural, para trabalhar como balconista em uma loja de tecidos da cidade. Dois anos depois, em maio de 1948, José Alencar mudou-se para Caratinga, onde conseguiu emprego como vendedor. Ao completar 18, em 1950, Alencar abriu seu próprio negócio, com a ajuda de um dos irmãos. Em 1967, em parceria com o empresário e deputado Luiz de Paula Ferreira, fundou, em Montes Claros (MG), a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), hoje um dos maiores grupos industriais têxteis do País. 

Em um país onde muitos políticos parecem ter desprezo pelo trabalho e alergia à honradez, José Alencar fará muita falta.

Fonte: Newsletter O Jornalista

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segunda-feira, 28 de março de 2011

Dilma Roussef - O Governo de Letrinhas Miúdas

Laerte Braga

Quem estiver esperando críticas de Lula – por suaves que possam ser – ao governo Dilma Roussef pode tirar o cavalinho da chuva. O ex-presidente já percebeu a fritura e decidiu, pelo menos por enquanto, buscar formas de imunizar-se ao óleo fervente despejado pela mídia privada, por setores do empresariado, latifúndio e de cambulhada o governo envolvido num processo de sedução que tanto passa pelo deslumbramento da presidente com o poder – alem do amadorismo – e um certo açodamento em se mostrar capaz de ser diferente de um poste confiável eleita não por Lula em si, mas pelos oito anos de governo do metalúrgico.

E enquanto puder agüentar vai fazê-lo, pois sabe que há um processo de desconstrução de sua imagem e seu fascínio sobre a maioria do povo brasileiro. E já percebeu que Dilma Roussef entrou no esquema, ou como inocente útil, ou consciente que neste momento ela tem a força.

O grande temor das elites é uma eventual candidatura de Lula em 2014 e por essa razão vão tentar de todas as formas manter o governo Dilma atento a questões sociais – aí num aspecto eleitoreiro, ao contrário de Lula – enquanto mudam e ajustam o que de fato se lhes interessa.

As eleições presidenciais no Brasil foram marcadas por uma característica muito simples. De um lado os tucanos, ávidos de retomarem suas políticas de privatizações e submissão aos EUA e de outro Lula e sua candidata Dilma Roussef. Nem mesmo a incapacidade de Dilma de se expressar com clareza em debates, em encontros – a não ser quando podia ler os discursos – foi capaz de atrapalhar. A força de Lula era maior. O eleitor estava votando na candidata de Lula. E Dilma reafirmando todos os compromissos de Lula.

Boa parte da campanha presidencial Dilma Rossef passou em silêncio, longe dos holofotes, acreditando na propaganda gratuita – sempre com Lula presente e em cima das conquistas do governo do ex-presidente – e nos debates o cuidado era evitar que a candidata derrapasse ou caísse nas armadilhas tucanas em crônica incompetência de comunicar-se (claro que ela vai superar isso).

Esses dados não apenas gerais, serviram para que jornalistas venais como William Waack informasse ao Departamento de Estado o andamento do processo eleitoral no Brasil, como para que a mídia no seu todo – a mídia privada – tentasse até transformar uma bolinha de papel num míssil a atingir a cabeça de José Serra.

Em todos os momentos o que se percebeu foi que Dilma era irrelevante no processo, mas Lula era a essência desse processo.

Não se está aqui analisando o governo Lula, nem de longe. Ou seja, nem endossando o todo, nem criticando esse mesmo todo.

Quem se der ao trabalho de pesquisar as atitudes de Dilma e suas posições quando ainda ministra chefe do Gabinete Civil vai encontrar posições completamente diversas das que vem adotando na chefia do governo.

Nesses quase três meses mostra-se apenas uma leoa sem dentes – fama de brava -, presa a alianças espúrias e cercada dos piores elementos possíveis da política brasileira, como Nelson Jobim, como Moreira Franco (eu não consigo entender como foram ressuscitar essa múmia), Michel Temer e outros mais. Que por sua vez falam por interesses que não têm nada a ver com o Brasil e os brasileiros e muito menos com os compromissos assumidos pela candidata em praça pública, nas poucas que compareceu.

Falo isso, pois os marqueteiros de Dilma, o próprio Lula, os caciques do PT, perceberam que quanto menos a candidata aparecesse ou falasse menor seria o estrago e menores seriam os riscos.

Neste momento entra em cena uma das mais execráveis figuras da política e da história do Brasil. Fernando Henrique Cardoso.

Todo o processo de avanços dos norte-americanos sobre o nosso País, principalmente depois do pré-sal, passou por amplas discussões com setores da mídia privada – volto a me referir ao jornalista Wiliam Waack –, as campanhas denuncistas de VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO ( no lamentável episódio da ficha de Dilma) e ao jogo que sempre fez o grupo GLOBO, principalmente a partir do JORNAL NACIONAL, uma espécie de porta-voz dos interesses mais escabrosos dos EUA sobre o Brasil.

Fernando Henrique Cardoso é um interlocutor privilegiado do governo dos EUA. Íntimo de Bil e Hilary Clinton, agora próximo de Obama (não tanto quanto de Clinton), tem trânsito livre junto a grandes corporações norte-americanas (é de absoluta confiança delas) e corre livre em relação ao seu partido no País, o PSDB. Acha que José Serra perdeu por não ouvi-lo (tem essa presunção de que é um semi-deus) e que Aécio, provável candidato tucano em 2014 é apenas um menino, vamos dizer, travesso, para não entrarmos em pormenores que estavam e constavam do dossiê Serra contra Aécio (quando ainda disputavam a indicação do partido) e que o jornalista Juca Kfoury – amigo de Serra – revelou num golpe preciso em sua coluna.

O que Juca disse foi que por conta de substâncias estranhas, vamos com essa expressão, Aécio seria um novo Collor e não tinha condições de governar o Brasil.

Tudo bem, até aí eu pulei do centésimo andar, estou passando pelo qüinquagésimo e nada de novo aconteceu a não ser um vento diferente.

Daí para baixo não. As coisas começam a mudar.

FHC esteve nos EUA no período das festas de fim de ano. Passeou e conversou – principalmente conversou – com figuras do governo de Obama e lhe foi dada a missão de tentar aproximar-se de Dilma – falam a mesma linguagem, a acadêmica – e ver o que era possível fazer.

É um dos gurus da presidente. Não está ainda no nível de convivência pessoal estreita, mas indireta e através de pastas e pastas de atos do seu governo levadas ao conhecimento da presidente. Fascinada com o nível intelectual do ex.

O raciocínio que tentam impingir a Dilma e estão conseguindo é simples. Lula já cumpriu seu papel, no máximo agora uma espécie de reserva moral do País. Não há porque voltar. Se mudadas as políticas sociais do ex-presidente o governo Dilma vai para o brejo, razão pela qual é importante mantê-las. Mas, a política econômica e uma revisão na política externa atrelando o Brasil aos EUA é fundamental se levado em conta que, este o pulo do gato, o Brasil agora é uma grande potência e não precisa temer os EUA e seus apetites imperialistas.

Pode virar uma Colômbia sem susto nenhum, vir a ser um parceiro privilégio da ordem terrorista imposta ao mundo pelos Estados Unidos.

O argumento tem seduzido Dilma, FHC conta com aliados importantes no governo como Temer, Jobim, Moreira Franco, o chanceler Anthony Patriot e aqueles antigos amigos de Lula que hoje fingem que não viram o presidente quando cruzam na rua, procedimento comum, quase que matemático na política em todos os cantos do mundo.

A criatura se volta contra o criador. No laboratório político de Lula alguma coisa deu errada, algum produto foi mal avaliado, a reação não foi percebida corretamente e nasceu um monstro do ponto de vista político. Dilma Roussef.

O canto da sereia? FHC prepara-se para vender direta e indiretamente a Dilma a idéia que a solução real passa pela reeleição da presidente em 2014, afastando qualquer chance do ex-presidente, mantendo-o como reserva moral repito, ao mesmo tempo em que afasta um tresloucado como Aécio Neves e encerra de vez o ciclo José Serra (em fase de obsessão com as maracutaias que seu aliado tucano Geraldo Alckimin vem revelando durante o período do sábio tucano no governo do Estado).

Serra passa o dia ao telefone pedindo a jornalistas e ameaçando revelar o quanto pagava a gente tipo Eliene Catanhede para dizer que “é Deus no céu e Serra na Terra).

Se alguém se dedicar a traçar com zelo e perspicácia o perfil real de José Serra vai perceber que se não fosse político o ex-governador de São Paulo seria um serial killer.

Revelar que Dilma está caindo num buraco sem fim, consciente disso, mas caindo, que está metendo os pés pelas mãos e jogando fora o que houve de positivo nos oito anos do governo Lula não significa falar ou escrever que a direita, a mídia podre, estejam se regalando com isso. Calar significa, isso sim, aceitar que a mídia podre já se regala desde os contatos antes da posse entre o grupo FHC e a presidente.

Aqueles que parecem ser uma coisa e são outra. Como Dilma.

Ela é FHC falam a mesma linguagem, recheadas de astericos com explicações detalhadas embaixo, ao pé da página, têm a visão que são enviados para conduzir o Brasil a um destino grandioso e vai por aí afora.

O governo Dilma Roussef vai comendo pelas beiradas não o mingau da direita, mas o da esquerda. E o PT de determinados setores, os majoritários, torcem o nariz para qualquer intromissão ou participação de Lula.

A sensação que o ex-presidente sente neste momento é a de ser um bagaço, espremido, usado e jogado fora pelos antigos aliados – boa parte deles –. E é evidente, porque se for depender de equilíbrio, uma no cravo e outra na ferradura, Dilma não sabe nem o que é isso, é um elefante em loja de louças.

Quem viver verá, desde os que estão aboletados em cargos públicos e pensam segundo a ótica do poder, até os inocentes que acreditam que os anjos vão cercar e ungir o Palácio do Planalto na missão divina de Dilma.

Ah! Seria bom saber o custo do voto do Brasil contra o Irã. O que isso significa, para falar nos termos de Dilma, em investimentos de grupos árabes no Brasil e melhor ainda, dar conta de como vai ficar o projeto de irrigação do Rio Verde e Jacaré, na Bahia, tocado entre o governo Jacques Wagner e o governo da Líbia que investiu um bilhão de dólares em obras que arrastam a mais de uma década sem evoluir.

O que isso significa? Que o pragmatismo de Dilma é o dólar que vem de Washington, ou seja, o do faremos tudo que o mestre mandar. FHC é meio de campo e joga com desenvoltura nesse esquema. Está ressuscitado também. Saiu do sarcófago.

Por enquanto ainda convém manter algumas posturas aparentemente progressistas, até a hora de apertar a corda e deixar o corpo de Lula cair no alçapão que a direita e a mídia estão armando sob controle e batuta dos EUA e direção – aqui em nosso País – do novo xodó da presidente, o ex Fernando Henrique Cardoso.

Fonte: Grupo Cidadania.com

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