LULA É O PRESIDENTE VIAJANTE
Colaboração de Nélio Azevedo
Algumas pessoas costumam dizer que o Lula viaja muito, é Lula aqui, é Lula Lá. Um viajante contumaz e, isso causa uma grande insatisfação a essas pessoas. Muitos acham que ele deveria ficar mais quieto em Brasília, outros acham que ele leva muita gente com ele nas viagens, chegando até a comparar a equipe dos assessores e convidados com a turma que acompanhava o Obama.
Isto me faz lembrar de um episódio que ocorreu no início do primeiro mandato do Presidente Lula, ele encheu uns dois aviões de gente, na sua grande maioria, empresários e políticos, alguns governadores e assessores e, se mandaram para a África, depois foram até os países árabes e finalmente o extremo oriente.
Alguns opositores e críticos riram e acharam esquisitíssimo aquela troupe desembarcando nos pobres países africanos. O quê a gente pode esperar da África? Perguntaram num tom jocoso e malicioso. “Miséria e malária”, responderam outros. Aquilo, por pouco não virou motivo de piada.
O ex-governador Aécio Neves pediu um lugarzinho na última hora e, junto com alguns empresários mineiros tomaram seus lugares e também foram acompanhar o Lula-louco.
Naquela época, Minas Gerais, o segundo estado em importância econômica do país, tinha 2 contratos de exportação com os árabes, nenhum com os países africanos nem com os asiáticos.
Logo Minas que é o maior produtor-exportador de minério do país, via seu rico subsolo virar pelets nas usinas do Espírito Santo e viajar pelos oceanos do mundo até os portos dos emergentes.
Nossa carne ia pra Europa e para a Rússia, nossos frangos não podiam entrar na festa de consumo dos árabes por não atender aos ditames islâmicos de abate dos galináceos.
No segundo dia em terras das mil e uma noites, já tinham realizado 18 contratos, depois de alinhavar mais de três dezenas com os países africanos e seguiram confiantes para o extremo oriente. Ao voltar de lá, tinham nas suas pastas uma quantidade de contratos de exportação que colocaria Minas novamente em seu lugar, nos trilhos do desenvolvimento que manteve o Estado como a segunda economia do país, sempre ameaçado por Rio e outros emergentes tupiniquins.
Na sua entrevista na Band, há pouco mais de um mês, o Lula-lá foi inquirido por vários perguntadores e a pergunta sobre as viagens voltou à cena. Acho que foi um Datena desses ou Casóy, não me lembro. No que ele respondeu: “viajo muito, sim. Gostaria de viajar muito mais, já que o mundo se tornou pequeno com os novos rumos que a globalização impõe aos presidentes e representantes dos países que não querem andar a reboque dos mais desenvolvidos; se eu não estiver lá para cuidar dos interesses do Brasil, com certeza, lá estará um chinês com o mesmo propósito, aí nos perderemos mercado e acabaremos por continuar a ser um exportador de comodities e matéria prima e importadores de produtos manufaturados.” Completou ainda, que o próximo presidente, seja ele quem for, deverá viajar muito mais. O aviso está dado.
ADEMG INFORMA: SAEM OS TIGRES, ENTRAM OS LEÕES.
Agora vem uma notícia que deixa alguns incrédulos mais perplexos ainda: A ascensão dos “Leões Africanos”. Isso mesmo. Saem os Tigres Asiáticos e entram os Leões Africanos.
Um grupo de 8 países capitaneados pela África do Sul, Egito, Argélia, Tunísia, Botsuana, Líbia, Ilhas Maurício e Tunísia.
Segundo o estudo, apresentado em Casablanca, no Marrocos, desde 1998, as 500 maiores empresas africanas fora do setor bancário cresceram 8,3% ao ano.
Esse desempenho foi impulsionado pelas exportações, cujo crescimento anual passou de 3% nos anos 90 para 18% desde 2000, diz a consultoria.
O relatório destaca 40 empresas, todas elas localizadas em países chamados de "leões africanos", que, na opinião do instituto de pesquisas, merecem mais atenção do que recebem dos investidores internacionais.
A pesquisa analisou mais de 600 companhias atuando em todos os setores da economia. Um pente fino inicial reduziu a lista para 70, que foram então reduzidas para 40 após uma avaliação de seus fundamentos e de seu desempenho.
"Há, é claro, muito mais de 40 companhias africanas com ambições globais.
Juntos, os Leões responderam por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) africano em 2008 e têm em comum estatísticas mais positivas de poder de compra, ambiente de negócios e estabilidade política.
"Se alguns países tiraram proveito da alta dos preços das matérias-primas, a maioria dos 'leões' se beneficiou de uma maior estabilidade política, a emergência de um consumidor africano e a implementação de política públicas que incentivam o investimento privado".
Em 2008, o PIB per capita desses países foi de US$ 10 mil, comparado com a média de US$ 8,8 mil dos Bric.
Desafiadoras as 40 companhias que a consultoria chama de "challengers" - desafiadoras da ordem vigente, na visão da consultoria -, 18 estão na África do Sul. Os outros países com maior número de empresas são Egito (7) e Marrocos (6).
A lista inclui gigantes com presença mundial, como o grupo de bebidas SAB Miller, a mineradora Anglo American e financeira Old Mutual, todas com sede na África do Sul.
Mas outras empresas com importância regional ou presente em outros países também fazem parte da lista - por exemplo, a fabricante sul-africana de medicamentos Aspen Pharmacare, a egípcia Orascom Telecom e o angolano Banco Africano de Investimentos, que recentemente expandiu suas operações no Brasil.
Oito delas se beneficiam da riqueza de recursos naturais da África, continente que abriga 82% das reservas de platina, 55% das reservas de diamante e mais de 50% das reservas de fosfato do mundo.
Além disso, mesmo em plena crise, a economia africana cresceu 2% em 2009, contrariando tendências contrárias no resto do mundo.
No mesmo ano, Estados Unidos, União Europeia e América Latina registraram retrações de 4%, 2,8% e 1,5%, respectivamente.
Surfando nesta onda, calcula o BCG, as 40 "challengers" tiveram em 2008 um incremento de 24% no seu faturamento anual, contra 11% das empresas listadas no índice S&P da bolsa americana, por exemplo.
”Poucas pessoas reconhecem que uma nova geração de companhias africanas está pronta para fazer uma grande estréia no cenário global. Estas companhias estão seguindo o mesmo caminho de outras dos países dos Bric", observa o presidente da BCG, Patrick Dupoux.
Apesar disso, o analista acredita que poucas destas empresas podem ser consideradas "verdadeiramente globais" e, portanto, demonstram um grande potencial.
"Estamos confiantes em que elas podem superar essa nova fronteira se alcançarem excelência nas suas operações, ampliar seu alcance através de aquisições no exterior, criarem uma força de trabalho global e adquiriram marcas globais".
Mais uma vez, o Lula viajante acertou em cheio, ele farejou esse sucesso com dez anos de antecedência, alguns desses leões são parceiros comerciais do Brasil . É a vez dos que nunca tiveram vez, na África também.
(Transcrito do site da economista Rita Mundim)
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