Um país protagonista
Não é o principal motivo de orgulho para os brasileiros o fato de seu presidente ter sido escolhido pela principal revista estadunidense Time como um dos líderes mais influentes do mundo. Em 25 de março, do ano passado o editor Fareed Zakaria, da revista britânica Newsweek, dizia ao presidente brasileiro ser ele “provavelmente o líder mais popular no mundo”. E perguntava: “Por quê?". Lula respondeu: "nós tentamos provar que era possível desenvolver crescimento econômico simultaneamente com melhora na distribuição de renda". Essa é provavelmente a grande diferença do Brasil de hoje para o Brasil de ontem, quando nossa economia era dirigida pelos homens do FMI. Não por brasileiros.
Em 2004, Lula já estava na lista da mesma Time. A revista reconhecia a liderança do presidente brasileiro numa “coalizão de nações em desenvolvimento que se recusaram a negociar novas regras de investimento estrangeiro até que os EUA e a União Europeia prometessem o fim dos subsídios agrícolas à exportação”. Para a revista, "ao contrário dos radicais contra a globalização, Lula insiste que não quer destruir a nova ordem mundial. Ele só quer que ela funcione de forma mais justa".
Também não é o ponto principal do orgulho brasileiro o fato de, no ano passado, Lula haver recebido destaque internacional ao ser eleito personagem do ano pelo jornal espanhol El País e “o homem do ano” pelo francês Le Monde. Para El País, Lula é “um homem que assombra o mundo... ele é cabal e tenaz”.
Para Le Monde, “aos olhos de todos (Lula) encarna o renascimento de um gigante”. Em dezembro, o jornal britânico Financial Times também escolheu o presidente brasileiro como uma das 50 personalidades que moldaram a última década, porque “é o líder mais popular da história do Brasil”. “Charme e habilidade política... baixa inflação... programas eficientes de transferência de rendas...", disse o jornal.
Talvez devêssemos considerar que neste ano de 2010, antes da honraria da Time, o Brasil já havia sido distinguido pela Academia de Ciências Sociais da China. Os chineses querem mais representação para os emergentes, como o Brasil, “por serem indispensáveis”. No mais: O Times of Índia trata o presidente brasileiro de "herói em casa e estadista no palco global", "o homem do momento". Por seu turno, o estadunidense Yale Global disse do Brasil: “rompeu a aliança automática e submissa com os EUA e surfou a onda da globalização para se tornar uma potência econômica e diplomática”.
Ainda nos EUA, The Wall Street Journal, de 29/03, é ainda mais otimista em matéria de capa: “A ascensão do Brasil como um gigante econômico é um dos maiores temas de nosso tempo. Não está somente redefinindo a América Latina, mas também a economia do mundo inteiro”. De Israel, o importante Haaretz destacou o presidente Lula como o “Profeta do diálogo”, "o mais popular chefe de estado da história do país", de quem "o consenso universal é que simplesmente é impossível não gostar dele".
Não se pode deixar de sentir orgulho, no entanto, quando a comunidade midiática internacional reconhece o país Brasil como protagonista da economia e da política mundiais. Foi exatamente isto que constatou a quinta edição do levantamento feito pela agência de comunicação Imagem Corporativa, a partir de referências ao Brasil na mídia internacional nos primeiros três meses deste ano. Em comparação com o primeiro trimestre de 2009, a exposição brasileira deu um salto expressivo, passando de 671 para 1.111 matérias, sendo que cerca de 82% delas apresentam conteúdo favorável. Um orgulho que será completo quando os veículos de comunicação do Brasil trocarem a militância política pelo bom jornalismo.
Fonte: Boletim H S Liberal
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