UMA COISA CHAMADA POLÍTICA
Por Nélio Azevedo
Desde que os homens descobriram que para se viver com um mínimo de harmonia temos que lançar mão desse um instrumento tão antigo quanto a humanidade: a Política. Essa invenção que foi tão bem aperfeiçoada pelos gregos em seu período clássico.
A democracia grega poderia até nos parecer meio rudimentar se comparada aos instrumentos e desenvolvimentos de hoje, mas, não podemos nos esquecer que eles não tinham nenhuma referência a seguir, foram inventando e criando tudo que conhecemos hoje, alguns até melhores.
O povo brasileiro tem uma péssima formação política, não tem noção de classe nem ideologia, não tem instrumentos nem instituições suficientes para lhe conferir uma participação melhor na vida política. Se nos compararmos com Argentina, Bolívia e México, veremos o que nos distancia deles.
Há um vazio entre a coisa pública e o cidadão, que na maioria das vezes, só é preenchida com o exercício do voto e, a maior parte do tempo em que a República existe no país, não tivemos o exercício da democracia e somos inexperientes em termos de cidadania.
Adoramos culpar os nossos dirigentes por essa deformação, mas, somos os maiores culpados, pois são raros os exemplos de participação efetiva na política, basta ver o número de mulheres indicadas e eleitas em todos os cargos políticos. Nossa classe política não tem o que se poderia chamar de elite política e muitas pessoas acabam por se render ao chamado cívico e deixam suas profissões e mergulham na política para se tornarem carreiristas e ali permanecem por décadas sem dar uma contribuição que justifique sua permanência no cargo. Isso sem contar os que herdam o cargo; prática tão comum nos representantes das oligarquias e feudos agrários e industriais urbanos.
Hoje vemos uma participação e um nível de consciência razoável, mas, vemos também uma falta de responsabilidade do eleitor que só pensa em si; não tem nenhuma noção de comunidade e fica numa posição de espera de algum benefício promovido pelo Estado. Essa deformação muito se deve à figura de Getúlio Vargas, Pai dos pobres. As pessoas acham que o Estado é o pai de nós todos e assume uma atitude clientelista e irresponsável diante da administração pública.
Temos também aqueles que assumem uma posição predatória em relação ao Estado, por não ver nenhum ou pouco retorno do extorsivo montante de imposto arrecadado, numa constante tentativa de tirar tudo que possa do Estado, alguns conseguem até mesmo se eleger e fazem do cargo um trampolim para os negócios mais sinistros e lesivos ao Estado e à população. Outros se escondem atrás do cargo de parlamentar para fugir das investigações ou possíveis condenações.
Existem diversos canais por onde se pode exercer a cidadania plena: Os Partidos políticos; os sindicatos e associações; os movimentos sociais e culturais são muitas vezes vistos de uma forma deturpada pela falta de informação e de formação de conceitos políticos mais abrangentes. Basta ver como a sociedade vê a figura dos sindicatos e movimentos como o MST. Alguns seguimentos da população têm o mesmo ponto de vista a esse respeito que os patrões, os latifundiários e os representantes das entidades patronais. Não conseguem perceber que o que está em jogo é uma luta secular entre o capital e o trabalho. Nossa moderna sociedade não se espanta nem se sente indignada com as notícias de trabalho escravo em plena cidade de São Paulo ou nas fazendas da região mais desenvolvida do país, imagina o que se passa nos confins da região amazônica ou nos grotões do nordeste. Nossos conceitos e preconceitos em relação ao trabalho é uma triste herança do sistema escravista onde cidadão é só aquele que manda, e só ele é quem tem direitos.
Acostumamos a ver e ouvir notícias sobre invasões de terra por parte do MST com uma carga de indignação, mas, sobre as grilagens e invasões promovidas pelos apadrinhados do Estado como os que tomaram de assalto as terras devolutas do Pontal do Paranapanema, e, ainda receberam títulos de legalização da posse da terra numa ação esdrúxula do Governo Paulista nas primeiras décadas do século passado ou das ações predatórias de famílias como a do Sarney e Roriz, são sempre atenuadas pelos veículos de informação, (ou seria de desinformação?).
Quando vemos nos noticiários um rol de absurdos banhados de sangue inocente e uma população refém da criminalidade e do desmando, nem nos assustamos mais. Já faz parte da paisagem e a passividade toma conta de todos, não reagimos e quando o fazemos, são demonstrações tímidas e nos sentimos desamparados, pois, os instrumentos legais são insuficientes. Nosso sistema de leis não basta para frear a sanha dos malfeitores, seja do pé-de-chinelo ou os de colarinho branco, ninguém, ou quase ninguém paga pelos crimes cometidos. Escândalos políticos envolvendo grandes figuras ou empresários se tornaram comuns e ninguém vai preso; ações espetaculosas da Polícia Federal e do Ministério Público acabam em uma grande frustração e esse desencanto é logo esquecido num bloco de carnaval, numa rodada de cerveja ou diante do aparelho de TV e, uma Copa do Mundo de futebol é o prato perfeito desse Pão e Circo que vem dando certo desde os tempos do Império Romano.
Desde que os homens descobriram que para se viver com um mínimo de harmonia temos que lançar mão desse um instrumento tão antigo quanto a humanidade: a Política. Essa invenção que foi tão bem aperfeiçoada pelos gregos em seu período clássico.
A democracia grega poderia até nos parecer meio rudimentar se comparada aos instrumentos e desenvolvimentos de hoje, mas, não podemos nos esquecer que eles não tinham nenhuma referência a seguir, foram inventando e criando tudo que conhecemos hoje, alguns até melhores.
O povo brasileiro tem uma péssima formação política, não tem noção de classe nem ideologia, não tem instrumentos nem instituições suficientes para lhe conferir uma participação melhor na vida política. Se nos compararmos com Argentina, Bolívia e México, veremos o que nos distancia deles.
Há um vazio entre a coisa pública e o cidadão, que na maioria das vezes, só é preenchida com o exercício do voto e, a maior parte do tempo em que a República existe no país, não tivemos o exercício da democracia e somos inexperientes em termos de cidadania.
Adoramos culpar os nossos dirigentes por essa deformação, mas, somos os maiores culpados, pois são raros os exemplos de participação efetiva na política, basta ver o número de mulheres indicadas e eleitas em todos os cargos políticos. Nossa classe política não tem o que se poderia chamar de elite política e muitas pessoas acabam por se render ao chamado cívico e deixam suas profissões e mergulham na política para se tornarem carreiristas e ali permanecem por décadas sem dar uma contribuição que justifique sua permanência no cargo. Isso sem contar os que herdam o cargo; prática tão comum nos representantes das oligarquias e feudos agrários e industriais urbanos.
Hoje vemos uma participação e um nível de consciência razoável, mas, vemos também uma falta de responsabilidade do eleitor que só pensa em si; não tem nenhuma noção de comunidade e fica numa posição de espera de algum benefício promovido pelo Estado. Essa deformação muito se deve à figura de Getúlio Vargas, Pai dos pobres. As pessoas acham que o Estado é o pai de nós todos e assume uma atitude clientelista e irresponsável diante da administração pública.
Temos também aqueles que assumem uma posição predatória em relação ao Estado, por não ver nenhum ou pouco retorno do extorsivo montante de imposto arrecadado, numa constante tentativa de tirar tudo que possa do Estado, alguns conseguem até mesmo se eleger e fazem do cargo um trampolim para os negócios mais sinistros e lesivos ao Estado e à população. Outros se escondem atrás do cargo de parlamentar para fugir das investigações ou possíveis condenações.
Existem diversos canais por onde se pode exercer a cidadania plena: Os Partidos políticos; os sindicatos e associações; os movimentos sociais e culturais são muitas vezes vistos de uma forma deturpada pela falta de informação e de formação de conceitos políticos mais abrangentes. Basta ver como a sociedade vê a figura dos sindicatos e movimentos como o MST. Alguns seguimentos da população têm o mesmo ponto de vista a esse respeito que os patrões, os latifundiários e os representantes das entidades patronais. Não conseguem perceber que o que está em jogo é uma luta secular entre o capital e o trabalho. Nossa moderna sociedade não se espanta nem se sente indignada com as notícias de trabalho escravo em plena cidade de São Paulo ou nas fazendas da região mais desenvolvida do país, imagina o que se passa nos confins da região amazônica ou nos grotões do nordeste. Nossos conceitos e preconceitos em relação ao trabalho é uma triste herança do sistema escravista onde cidadão é só aquele que manda, e só ele é quem tem direitos.
Acostumamos a ver e ouvir notícias sobre invasões de terra por parte do MST com uma carga de indignação, mas, sobre as grilagens e invasões promovidas pelos apadrinhados do Estado como os que tomaram de assalto as terras devolutas do Pontal do Paranapanema, e, ainda receberam títulos de legalização da posse da terra numa ação esdrúxula do Governo Paulista nas primeiras décadas do século passado ou das ações predatórias de famílias como a do Sarney e Roriz, são sempre atenuadas pelos veículos de informação, (ou seria de desinformação?).
Quando vemos nos noticiários um rol de absurdos banhados de sangue inocente e uma população refém da criminalidade e do desmando, nem nos assustamos mais. Já faz parte da paisagem e a passividade toma conta de todos, não reagimos e quando o fazemos, são demonstrações tímidas e nos sentimos desamparados, pois, os instrumentos legais são insuficientes. Nosso sistema de leis não basta para frear a sanha dos malfeitores, seja do pé-de-chinelo ou os de colarinho branco, ninguém, ou quase ninguém paga pelos crimes cometidos. Escândalos políticos envolvendo grandes figuras ou empresários se tornaram comuns e ninguém vai preso; ações espetaculosas da Polícia Federal e do Ministério Público acabam em uma grande frustração e esse desencanto é logo esquecido num bloco de carnaval, numa rodada de cerveja ou diante do aparelho de TV e, uma Copa do Mundo de futebol é o prato perfeito desse Pão e Circo que vem dando certo desde os tempos do Império Romano.
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