domingo, 13 de dezembro de 2009

Kfouri: Vou desenhar...

Deu no blog do Juca Kfouri:

Peço desculpas à esmagadora maioria dos leitores deste blog.
Que recebe mais de 100 mil visitas por dia em média e cerca de 500 comentários.
Dos quais uma pequena parcela é composta por analfabetos funcionais.
O desenho vai para esses últimos,  gente com dificuldade de entendimento do que lê, mas por culpa do sistema educacional brasileiro.

Defendo que cocaína e maconha não façam parte da legislação antidoping, porque ninguém as utiliza antes de competir para levar vantagem.

Isso é uma coisa.

Separa.

Agora, outra coisa.

Defendo que se um clube tem um jogador que utiliza substância estimulante para jogar e ganha o jogo, os pontos devem ser revertidos para o adversário que foi prejudicado pela deslealdade.

Nossa legislação falha nisso e o argumento de que só pune se houver dois ou mais é hilário, porque apenas um jogador é escolhido para o exame.

Defendo, enfim, do mesmo modo que há responsabilidade do mandante de um jogo, que haja no empregador de quem usa de artifícios para vencer o rival.

O que eu escrevi de mais grave na nota sobre o Jobson, no entanto,  quase ninguém que comentou levou em conta, ou seja, que a legislação antidrogas brasileira proibe que se torne público o nome de usuários, que são considerados doentes, dependentes químicos.

Aí aparecem alguns gênios e perguntam se o empregador do jornal X é responsável pelo eventual uso de maconha de um seu funcionário, como se o jornal disputasse o campeonato de futebol!

É dose.

Pinte, por favor, a primeira parte de vermelho e a segunda de azul.
Perceba que são dois desenhos distintos, diferentes.
Junte-os agora, apenas como exercício de reflexão.
Sim, se Jobson usou cocaína não foi para vencer, mas,  como defendo que cocaína não é doping, digo que Jobson não deveria estar na situação em que está.
A menos que tenha usado estimulante e, aí sim, deve ser pego e punido junto com o clube.
Quanto ao meu bairrismo, má vontade com o Coritiba, Botafogo ou o diabo a quatro, rio, e recomendo que leiam os comentários à nota sobre o cheque do presidente do Corinthians, para verem que, na verdade, sou anticorintiano.

Ah, isso foi uma ironia!

Ufa!

Por Juca Kfouri


Entenda o caso Jobson

Jobson foi pego no antidoping do jogo em que o Botafogo venceu o Coritiba por 2 a 0.
Se o Código Brasileiro de Justiça Desportiva fosse sério, o Botafogo perderia os pontos, o Coritiba os ganharia e assim o rebaixado seria o primeiro, não o segundo.
Mas o CBJD não é sério e pune apenas o atleta que teria usado estimulante e, assim, desequilibrado as condições da disputa esportiva em favor de seu time.
Que, repita-se, exatamente por isso, por esse favorecimento artificial, deveria ser punido com a perda de pontos em favor de quem foi vítima da deslealdade.
O antidoping pune, também, se aparecer resquícios de cocaína ou maconha na urina do atleta, uma bobagem sem tamanho porque ninguém se utiliza de tais drogas para melhorar desempenho esportivo.
Mais: se for esse o caso, o que Jobson nega, e disso se der publicidade, o atleta pode denunciar quem o fizer de acordo com a legislação antidrogas brasileira, que proibe expressamente a exposição de quem é dependente químico, por se tratar de um doente.
Mas Jobson não o fará, terá medo de fazê-lo.
O doping é uma questão mal resolvida pelo mundo afora e motivo de muita demagogia e hipocrisia no mundo da cartolagem. 
Comentário para o Jornal da CBN desta sexta-feira, 11 de dezembro de 2009.
 


http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/juca-kfouri/JUCA-KFOURI.htm  

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