Deputado do PT: "PMDB é insaciável, faz exigências absurdas"
Eliano Jorge
Mais do que os aliados que permitem a governança, são fundamentais os correligionários que se opõem aos abusos dos adesistas, acredita o deputado federal Domingos Dutra, do PT maranhense.
Ao bradar contra o que considera um apoio nocivo, Dutra sente-se contribuindo para preservar a administração nacional petista, mesmo que provoque rachas e mantenha conflitos regionais.
- No fundo, o presidente Lula sabe que a gente está ajudando. Porque, se a gente não estiver pressionando, denunciando, eles matam o governo, é muita pressão desse pessoal quando se junta: Sarney, Collor, Jader Barbalho, Renan Calheiros... - declarou a Terra Magazine.
Dutra recusou-se a participar da comitiva presidencial e lamentou que o presidente Lula compartilhasse o palanque com o grupo político do senador José Sarney, do PMDB, em São Luís, semana passada.
Na carta aberta ao presidente da República, o parlamentar qualificou Sarney como "objeto de escárnio da cidadania brasileira pelas revelações recentes de uma ínfima parte dos crimes praticados contra o erário público". Sobre o conjunto de aliados maranhenses de Lula, escreveu: "Há mais de 40 anos explora, maltrata e debocha do nosso povo", "implanta o terror no Estado".
Sua rivalidade local com os peemedebistas não lhe freia o ímpeto. "O PMDB historicamente nunca foi um partido. É uma confederação de grupos (...) que se digladiam. Eles não têm grandes conflitos sobre os objetivos finais, querem estar sempre mandando", atacou.
Para Dutra, foi calculada a recente declaração de Lula que desagradou ao PMDB sobre a chapa presidenciável. "Sarney está doido pra tirar o Edison Lobão da disputa do governo do Estado e colocá-lo numa pretensa lista de nomes pra vice. Acho que ele (o presidente) não fez uma declaração à toa", analisou o parlamentar maranhense.
Insatisfeito com o custo da aliança, Dutra queixa-se da contrapartida. "O PMDB tem hoje seis ministérios nas mãos, mais Correios, Funasa, ou seja, as exigências são cada vez mais absurdas".
E acrescentou: "No primeiro governo (Lula), era só um pedaço do PMDB. No segundo, agregou uma outra parte maior, mas por um preço alto. São R$ 400 bilhões que o PMDB administra no orçamento. O PT cedeu Câmara, cedeu a mesa da Câmara, mesa do Senado, o Sarney debochou do Lula, derrotando Tião Viana. Mas é um grupo insaciável".
Fonte: Terra Magazine
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