Brasil quer Irã em acordo nuclear
Sob pena de ver sua imagem prejudicada no cenário externo, Lula busca hoje gesto adicional de Ahmadinejad
De Denise Chrispim Marin
O governo Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará hoje o mais intrincado desafio da sua política externa. Ao receber em Brasília o polêmico Mahmoud Ahmadinejad, Lula estará diante da missão de convencer o presidente do Irã a concordar com os termos do acordo de Viena e, com isso, pôr fim à atual controvérsia na área nuclear. Mas, igualmente, Lula se moverá sob o risco de ver sua imagem pessoal e a de seu governo chamuscadas diante da comunidade internacional por sua cortesia.
Para seu encontro com Ahmadinejad, no Itamaraty, Lula tem seu discurso na ponta língua. Orientado pelo Itamaraty, o presidente vai reiterar que o Brasil reconhece o direito de o Irã desenvolver a tecnologia nuclear para fins pacíficos. Mas recomendará a Teerã investir na reconquista de sua confiança e indicará que, para isso, será preciso fazer um gesto adicional.
O Brasil acompanha com interesse a evolução do caso do Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Em especial, porque teme que a proibição ao enriquecimento de urânio no Irã, defendida pelas potências nucleares, possa vir a se estender ao Brasil no futuro, mesmo com as garantias do fim pacífico do programa brasileiro.
Para o Itamaraty, a única saída para o Irã seria cumprir o acordo de Viena, que está nas mãos de um governo iraniano que ainda impõe condições e resiste em assiná-lo.
Fonte: Blog do Noblat, com informações do Estado de São Paulo
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