Brasil afirma que não reconhecerá governo eleito em Honduras

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira que o Brasil não reconhecerá o novo presidente de Honduras, a ser escolhido no próximo domingo, quando acontecem eleições no país. O governo brasileiro tem se mantido firme na defesa do presidente deposto Manuel Zelaya e sustenta que a crise só terá fim com a restituição dele ao poder.

"Um golpe de estado não pode ser legitimado como forma de mudança política", afirmou Amorim em Manaus, onde participa da cúpula envolvendo os países amazônicos e a França.

A postura do Brasil coloca o país em oposição aos Estados Unidos, que afirmam que as eleições podem encaminhar a crise política rumo ao fim. O governo americano já declarou que vai reconhecer como legítimo o resultado das urnas. Já o Brasil chegou a propor o adiamento do pleito até que Zelaya fosse restituído ao cargo de presidente.

A atitude foi duramente criticada pelo goveno hondurenho que lamentou "profundamente" a sugestão dada pelo assessor da presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia. As declarações "refletem um intervencionismo inédito por parte deste governo nos assuntos internos de nossa nação", afirma um comunicado da chancelaria.

Ao todo, 4,6 milhões de hondurenhos foram convocados a votar no domingo para eleger o novo presidente, os deputados do Congresso Nacional e as autoridades municipais para o período 2010-2014.

Volta ao poder

A Suprema Corte de Honduras afirmou que Zelaya não pode legalmente voltar ao poder, o que diminui as chances de sua restituição à presidência após um golpe em junho, informaram fontes do tribunal.

A opinião deve influenciar uma votação no Congresso hondurenho marcada para 2 de dezembro contra Zelaya, que voltou ao país em setembro e se refugiou na embaixada brasileira.

 Fonte: Veja.com