O "Washington Post" entrega os pontos
por Nelson de Sá
Howard Kurtz, colunista de mídia do próprio "Washington Post", noticiou ontem que o jornal, "em corte significativo", está fechando as três últimas sucursais americanas, em Nova York, Los Angeles e Chicago. Antes já havia fechado Miami e outras.
É a amostra mais clara até agora da redução nos horizontes do jornal, em uma era de recursos limitados.
Comenta o "Financial Times":
A casa que um dia foi de Bob Woodward e Carl Bernstein, cujas reportagens sobre o escândalo Watergate aceleraram a renúncia de Richard Nixon, admite tacitamente que não vai mais competir com os poucos títulos americanos que tentam ser jornais nacionais.
O jornalista James Fallows, ao voltar de três anos na China, escreveu em agosto na "Atlantic" sobre a retomada do ritual de folhear jornais:
O que percebo é a mudança nos jornais que lia antes. O "NYT", com todos os percalços, ainda é uma versão reconhecível da publicação que eu conhecia. Personalidade, profundidade, visão global, tom. O pobre "Post" não é. Demitir tantos que sabiam tanto sobre suas áreas teve impacto maior do que eu imaginaria. E o jornal resultante parece desesperado em tentar qualquer coisa que chame a atenção nesta nova era. Eu pensei no "Post" como meu jornal por anos e sinto que voltei para encontrar um membro da família muito doente.
Fonte: Blog Toda Mídia
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