Mauricinho da Folha afirma que Lula venceu por ‘sorte’
Por Eduardo Guimarães
Já li, escutei e vi toda sorte de manifestações de preconceito contra Lula, mas um texto que li hoje supera tudo que já foi dito contra o presidente. É de Fernando de Barros e Silva, um mauricinho engomadinho da Folha de São Paulo, um moleque que se acha a quinta-essência da intelectualidade.
O meninão da Folha escreveu seu milésimo texto contra o filme sobre a vida de Lula que estréia em 1º de janeiro nos cinemas. Com esse sujeitinho, todos os outros grandes jornais e revistas – Globo, Estadão, Veja etc.
O filme seria “horroroso”, na opinião do editor de “Brasil” da Folha. Para variar, toda a grande imprensa faz coro com uma oposição desesperada com um filme que revela por que Lula chegou aonde chegou – por sua sinceridade, por sua tenacidade, por sua capacidade de superação e pela serenidade com que conduziu sua carreira política.
Mas o diferencial do anátema anti-Lula escrito pelo mauricinho é que contém a teoria de que o presidente da República teria chegado à Presidência da República apenas por ter sido favorecido pela “sorte”.
Será que Barros e Silva se refere à sorte de Lula de ter nascido de uma família paupérrima numa região miserável do então (1945) miserável Nordeste brasileiro? Ou será que o bonecão da Folha se refere à sorte de Lula ter tido um pai alcoólotra e violento? Talvez por ter começado engraxando sapatos pelas ruas de Santos numa idade em que o playboyzinho brincava com seu Atari.
Barros e Silva também costumava dizer que Lula tinha sorte em sua administração por não ter enfrentado, até então, nenhuma das “terríveis” crises que FHC enfrentou, e que, se uma crise viesse, aí, sim, seria revelada a incompetência do presidente. Depois que o Brasil enfrentou a pior de todas as crises e a superou com louvor, a explicação do colunista foi a de que o mérito era de FHC.
Não tem jeito, trata-se do trabalho de um exemplar de uma juventude de classe média alta favorecida, agora sim, pela sorte, pela cor da pele, pelo sobrenome, pela classe social, e que, por tudo isso, conseguiu cargos em órgãos de imprensa sob a condição de se dispor a tentar assassinar biografias.
O “filmografia” de Lula enlouqueceu a oposição e, claro, a Folha, o Estadão, o Globo, a Veja e todo o resto. Tentam fazer crer que há alguma ilegalidade no filme, apesar de ter sido feito inteiramente com recursos da iniciativa privada. No entanto, não conseguem apontar um só favorecimento ilícito do governo Lula para as empresas que financiaram o filme. Por isso ficam nas insinuações, na tentativa de fazer colar a tese no imaginário popular.
Esses pistoleiros da honra alheia dizem que Lula não transferirá votos a Dilma Rousseff no ano que vem, mas, por via das dúvidas, não param de tentar desmoralizá-lo. Mas qual é a novidade? Tentam desde 1989. Até conseguiram, por um tempo, mas, nos últimos sete anos, vêm colhendo um fracasso depois do outro.
Leiam o textinho teleguiado do robozinho da Folha.
FERNANDO DE BARROS E SILVA
Filme C
SÃO PAULO - Como "2 Filhos de Francisco", "Lula, o Filho do Brasil" é um filme sobre a superação. Ambos os enredos têm origem em histórias verídicas de brasileiros que, nascidos na miséria e sem perspectivas pela frente, conseguem contornar as adversidades para ascender socialmente, até atingir os píncaros da glória individual e o ápice do reconhecimento público.
A trajetória que vai da miséria ao estrelato é parecida, mas, no primeiro caso, os personagens são uma dupla sertaneja e, no segundo, o presidente da República, o que muda as coisas de figura. O pai deste Lula da Silva não é "Francisco", mas "o Brasil".
Se a expressão "filme B" designa as produções rudimentares, o cinema menor destinado ao consumo ligeiro, parece que agora estamos diante de um novo fenômeno: o "filme C". Com "Lula, o Filho do Brasil", o melodrama épico da vitória pessoal sobre a pobreza se converte em ideologia de uma época.
Esse gênero de entretenimento com mensagem social e intenção edificante já está presente em "2 Filhos de Francisco", mas ganhou agora sua versão oficial com o carimbo do Planalto. A oportunidade vislumbrada pelo clã Barreto para lavar a égua e o estímulo de Lula a tudo o que possa resultar no culto à sua personalidade estão associados numa obra que vai alimentar a confusão entre a sorte de um indivíduo e o destino de um povo.
Em 1982, em sua primeira campanha eleitoral, quando disputou o governo de São Paulo, Lula dizia ser "um brasileiro igualzinho a você". Anos depois, diria, em tom de ironia: "Ninguém queria ser um brasileiro igual a mim".
Hoje as coisas mudaram. É provável que a classe C emergente, a quem o filme parece ser didaticamente dirigido, se reconheça e se emocione diante da tela.
O Brasil continua a ser o país em que a desigualdade ainda imensa convive com infinitas formas de mobilidade social. Mas estamos avançando. Quem nos diz é esse filme simplesmente horroroso.
Que tal, leitor, você enviar sua mensagem ao “golden boy” da Folha? Escreva para leitor@grupofolha.com.br
Fonte: Cidadania.com
2 comentários:
Não sou petista, mão votei e não votarei no PT. Mais concordo com a crítica feita sobre esta matéria e este jornalista. Por favor, Lula merece e muito mérito e se ele não sabe, SORTE nada mais é que a união da competência com a oportunidade. Valeu o texto.
Dá um nojo estes meninos que saem hoje da faculdade e já estão bancando os super-doutores.Eles se acham demais e acabam jogando pra cima dos outros caminhões de bobagens e imaturidades chatérrimas!Lógico que,felizmente são uns poucos,só alguns mesmo!
Postar um comentário
Os comentários são moderados. Os que contenham ofensas ou que não tenham relação com a postagem poderão ser excluídos.